"Não podemos admitir um animal mal tratado nos dias de hoje"

Para o vereador eleito, o olhar apurado à causa animal é sinônimo de saúde pública. Conheça a trajetória do democrata que assume bancada da Câmara no próximo ano

Por
· 3 min de leitura
?EURoe?? uma questão de saúde pública: R$ 1 investido em prevenção são R$ 10 que você deixa de gastar em atendimento na saúde?EUR?, defende Colussi?EURoe?? uma questão de saúde pública: R$ 1 investido em prevenção são R$ 10 que você deixa de gastar em atendimento na saúde?EUR?, defende Colussi
?EURoe?? uma questão de saúde pública: R$ 1 investido em prevenção são R$ 10 que você deixa de gastar em atendimento na saúde?EUR?, defende Colussi
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

“Somos todos protetores”, dizia o slogan do democrata Rafael Colussi em sua campanha deste ano. Depois de ficar entre os suplentes por duas eleições consecutivas ele se prepara para ocupar um lugar na Câmara de Vereadores: nas eleições de outubro somou mais de 2,6 mil votos e consagrou-se, assim, o terceiro mais votado da cidade. Mesmo que defenda outras pautas, seu foco foi mais específico em 2016: primou pela causa animal – “uma questão de saúde pública”, como afirma. “Nos dias de hoje não podemos permitir que o animal seja maltratado. Dá para ter harmonia no convívio entre humanos e animais. Isso é sinônimo de respeito e humanidade”, defende. Aos 38 anos. Rafael é formado em Gestão Pública, já passou por uma série de cargos públicos no município e assume hoje a presidência da Associação de Moradores e Amigos do Centro (AMAC).

O caminho até a Câmara
A influência de Rafael para a política começou desde cedo. “Me criei dentro da Prefeitura e da Câmara”, começa. Seu pai – o jornalista Altair Colussi – foi assessor político do agora vereador emérito Júlio Rosa, e também trabalhou com os prefeitos Firmino Duro, Fernando Carrion e Osvaldo Gomes. Essa proximidade com o meio o levou para o movimento estudantil: na Universidade de Passo Fundo (UPF), ao ingressar no curso de Jornalismo, alternou entre os papeis de vice-presidente e presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) por três gestões. Não completou o curso para se dedicar a outra área: em 2012 formou-se em Gestão Pública pelo Instituto Meridional de Passo Fundo (IMED).

Em sua trajetória pública já trabalhou no Hospital Municipal; no Posto Central de Saúde; no gabinete do prefeito Osvaldo Gomes; no Núcleo de Abordagem da Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS) e no Núcleo de Fiscalização e Licenciamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (SMA). Sua ligação com a causa animal surgiu neste último. “É quando começamos a ter a experiência do dia a dia do serviço público que vemos as necessidade de cada setor. No meu caso, me identifiquei mais com essa parte do bem estar animal, o que fez com que me envolvesse com as entidades e protetoras”, conta. Hoje na presidência da Associação de Moradores e Amigos do Centro (AMAC), Rafael comemora a primeira eleição. Ele havia concorrido em 2008, pelo Democratas, e em 2012, pelo PMDB; nas quais ficou na suplência.

O que pretende
Na Câmara, Rafael pretende ser uma ponte entre o governo e as entidades protetoras da causa animal. De imediato, a intenção é ampliar o projeto de castração no município. A continuidade poderá vir, como sugere, através de um modelo inspirado na deputada Manuela D'Avila (PCdoB), que construiu um projeto onde determinado valor do imposto descontado das empresas é encaminhado à causa animal – assim como funciona na Lei de Incentivo ao Esporte. “Outro exemplo é na prefeitura de Porto Alegre, que destina 0,08% da receita municipal para a Secretaria Especial dos Direitos dos Animais (SEDA). A intenção é criar em Passo Fundo um sistema semelhante em cima da arrecadação”, aponta. O motivo do movimento é ampliar e garantir uma receita certa para a questão – sem a necessidade de dependência do poder público. “Hoje você manda um processo para a administração, ela diz que vai ser liberado, mas muitas vezes demora e não é suficiente. Que façamos um projeto em cima da arrecadação anual municipal, com dados sólidos”, defende.

Outro ponto de interesse do vereador eleito é fazer com que o dinheiro das multas vindas de maus tratos vá para o Fundo de Bem Estar Animal. “Também queremos um sistema que atenda as protetoras e entidades que recolhem animais da rua; dar assistência para as pessoas que ficam responsáveis em cuidar e encontrar um dono para ele. Tudo isso seria custeado pela Prefeitura, por exemplo. São projetos emergenciais”, destaca. Ele defende, também, a criação da Coordenadoria do Bem Estar Animal no município, para centralizar todas as demandas. “Questionam o porquê de dar tanta atenção para os animais, mas eles são tão importantes quanto os seres humanos. É uma questão de saúde pública: R$ 1 investido em prevenção são R$ 10 que você deixa de gastar em saúde”, explica.

Posicionamento político
No mapa ideológico, o Democratas se posiciona à direita, com defesa do conservadorismo liberal. Esta linha é seguida por Rafael. Mesmo tendo concorrido pelo PMDB em 2012, retornou ao partido pela identificação com suas ideias e o atual cenário político. “O que me levou a sair do PMDB foi a ligação do partido com o PT a nível nacional. Me falavam: 'você fala tanto do PT nas tuas redes sociais, nas rádios, mas teu partido está junto. Isso não é incoerente?'. Para não ter mais isso e seguir uma linha que pudesse mostrar minhas posições sem ter que pensar que estava junto com o governo, resolvi voltar para o DEM”, afirma. Além disso, sua inspiração política está no deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). “É um modelo de pessoa que realmente luta contra a corrupção, alguém em quem devo me espelhar”, termina.

Gostou? Compartilhe