?EURoeSou e vou continuar sendo oposição?EUR?

Com a maior votação da história da Câmara de Passo Fundo, o conhecido como Vereador Rufa está entre os três componentes da bancada da oposição da Casa no próximo mandato ?EUR" e dali, ele afirma, não pretende sair. Conheça sua trajetória

Por
· 4 min de leitura
Rufa foi eleito para o segundo mandatoRufa foi eleito para o segundo mandato
Rufa foi eleito para o segundo mandato
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Antes de começar a entrevista, o vereador reeleito Cláudio Rufa Soldá (PP) pede se os dois assessores podem permanecer na sala durante a conversa. “Você sabe , não sou muito bom com as palavras”, justifica. Tímido e apressado, o conhecido como vereador Rufa foi o dono da maior votação da história da Câmara de Passo Fundo: em 2012, ano de sua primeira eleição, somou mais de três mil votos. Desta vez ocupou o 6º lugar, ao receber 2.172 votos.

Antes cabo eleitoral, decidiu que traçaria seu próprio caminho nas eleições de 2012. Seu apelido – Rufa – surgiu aos nove anos, quando trabalhava em uma churrascaria do bairro São Cristóvão, onde vive até hoje. “Tinha um balcão grande onde eu ficava atrás, Começaram a me chamar de “rufeta”, porque era muito magrinho e ficou desde então”, lembra. Hoje o apelido é componente legal do nome: registrou-se judicialmente e só assina desta maneira.

O caminho até a Câmara

Rufa nasceu em Porto Alegre, mas sempre morou em Passo Fundo, no interior da comunidade de São Brás. Aos nove anos, trazido para a cidade para morar com uma tia, foi trabalhar em uma churrascaria do bairro São Cristóvão. Ficou no estabelecimento ali até completar 27 anos. Nesse período, foi adotado por cinco famílias diferentes. “[A churrascaria] ia trocando de dono e eu ia ficando. Eu fazia tudo: assava, servia, limpava. Era tipo um caseiro, um coringa. Eu morava na churrascaria mesmo, com a família que viesse”, lembra. O local que localizava-se em frente da Igreja São Cristóvão já não existe mais: foi demolido há alguns anos. Dali foi para postos de combustíveis e, posteriormente, começou a negociar ações da antiga Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT).

Sua ligação com a Câmara surgiu por convite de conhecidos do então vereador Jaime Debastiani, em 1998. “Eu já conhecia ele há tempos, mas tudo começou com ajuda da esposa dele, que procurava alguém que conhecesse muita gente. Eu era essa pessoa”, conta. Aí nascia o envolvimento com a política: aos poucos, foi vendo que levava jeito e acabou se tornando cabo eleitoral. Passou mais tarde a acompanhar o também vereador Márcio Tassi (PTB) – uma parceria que durou quase 10 anos e só terminou porque Rufa decidiu concorrer a eleição própria. “Por ter trabalhado tanto tempo com o vereador, as pessoas falavam 'chega de votar em outro, vamos votar em ti. Ou você concorre, ou votamos em outra pessoa'”, relembra. Além de trabalhar como assessor, também operou na Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS), fazendo a abordagem de crianças de rua. Hoje com 52 anos, dedica-se exclusivamente a atividade de vereador.

 

O que já fez

Um dos projetos aprovados pela Câmara após sugestão de Rufa é o que estabelece novas regras para o tempo de espera nas filas de lotéricas da cidade. A antiga lei – aprovada no início de 2013 – determinava que todas as agências deveriam atender seus clientes dentro de 20 minutos em dias úteis e 30 em vésperas e posterior a feriados. Além disso, deveriam disponibilizar máquinas eletrônicas para a emissão de senhas e a instalação de painéis eletrônicos para chamada dos usuários. Na época a medida foi amplamente criticada pelos proprietários de lotéricas: se não cumprissem as determinações seriam multados, mesmo que seus espaços físicos não comportassem tais exigências. O projeto aprovado definiu que, localmente, apenas os estabelecimentos com dimensões a partir de 200m² e pelo menos 10 caixas de atendimento precisassem cumprir o proposto. “Com a nova regulamentação conseguimos com que os empresários não sofressem prejuízos para implantar essa legislação, sendo que alguns teriam que fechar as portas por conta disso”, enfatizou.

Planos para o próximo mandato

Para a próxima legislatura, Rufa pretende indicar novamente o projeto que institui a Guarda Armada em Passo Fundo. “A Guarda Armada é um programa federal. Dá para pegar os policiais aposentados que fazem tanto bico por aí se arriscando e colocar trabalhar na guarda”, defende. Ele também pretende seguir com a indicação da criação da Creche do Idoso, proposta pelo seu companheiro de bancada Sidnei Ávila. “É importante: a creche é a mesma coisa que uma normal. Um familiar leva o idoso e busca”, explica. O vereador reeleito ressalva que deve seguir auxiliando as pessoas que levam demandas ao seu gabinete. Entre os pedidos mais recebidos estão os de estragos em tubulações e, principalmente, da área da saúde. “São pessoas que demoram para receber atendimento, que ficam por muito tempo na fila e que não recebem medicamentos. Nossa função também é pressionar para que estes problemas sejam resolvidos”, destaca.

Posição: opositor

Sua caminhada polícia iniciou no PMDB – partido do qual saiu no início deste ano após conflitos internos. “Na época eu era da base [de governo] e defendi o funcionalismo na votação do vale alimentação. Aí começou uma série de incompatibilidades entre mim e o partido, começou a dar encrenca. Ao invés de desgastar, optei por sair do partido”, lembra. Rufa ocupa a atual oposição da Câmara com a bancada do PDT – o vereador reeleito Márcio Patussi e Luiz Miguel Scheis. Sobre isso, Rufa defende que seguirá com seu método de trabalho. “Não sou ser um opositor ferrenho, mas sim trabalhar pela comunidade. Vou mostrar as dificuldades e se o prefeito e os secretários quiserem consertar, a decisão é deles. Eu vou mostrar tudo”. Hoje filiado ao Partido Progressista, defende seu posicionamento de identificação com as ideologias do grupo. “Sou de direita. Não adianta, acho que temos que ter posicionamento”, termina.

Gostou? Compartilhe