Equilíbrio social como meta do gabinete

Vice-prefeito assumiu o comando da prefeitura até o dia 6 de fevereiro, quando encerra as férias do titular

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Após mais de dois anos sem a companhia de um vice-prefeito, o prefeito reeleito Luciano Azevedo (PSB) inicia o segundo mandato tendo ao seu lado o ex-vereador João Pedro Nunes (PMDB) ocupando o cargo. É ele, inclusive, quem assume a prefeitura até o dia 6 de fevereiro, durante as férias do gestor. A João Pedro também cabe a função de liderar um novo setor dentro da prefeitura: o gabinete do vice-prefeito é responsável, agora, por seis coordenadorias. Na nova fase, deve manter sua principal bandeira: equilíbrio social. “Sempre fiz meu trabalho voltado para o social, mas também de olho no empreendedorismo da cidade. Temos que ter empresários que gerem renda, o que consequentemente gera o orçamento [do município]. É este equilíbrio que vai transformar o orçamento em cursos profissionalizantes, em um melhor atendimento na rede municipal e numa educação infantil de qualidade”, defende. Natural de Passo Fundo, João Pedro é formado em Gestão Pública e completa 51 anos em fevereiro.

Na carreira política, foi vereador três vezes e secretário da Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS). Sobre o futuro, não pretende criar planos. “A comunidade tem a compreensão de que quem chega a vice-prefeitura tem possibilidade de futuro [como prefeito], dentro de uma linha sucessória. De qualquer forma, acho que devemos dar tempo ao tempo”, disse ele.

O caminho até a vice-prefeitura
Aos 50 anos, João Pedro é casado e pai de três filhos. Envolveu-se com a Pastoral da Juventude aos 14 anos – momento marcado por ele como essencial para dar o primeiro passo na sua atividade política. “Os jovens daquela época tinham muitos sonhos e utopias. Queriam transformar, enriquecer e fazer ajustes na sociedade. Eu era um deles”, lembra. Começou a trabalhar aos 12 anos, como empacotador de um supermercado da cidade. Aos 19 migrou para a assistência social da entidade Leão XIII, onde ocupava o cargo de agente comunitário. “Atendíamos os bairros Xangrilá, Zacchia e Bom Jesus, organizando mutirões e mobilizando a comunidade”, lembra. Em seguida, atendeu como diretor da Escola Agrícola Santo Antão, onde hoje funciona a Fazenda Esperança.

Já filiado ao PMDB, materializou o desejo de ocupar um lugar entre os vereadores da Câmara em 1996, aos 30 anos, quando participou da corrida eleitoral pela primeira vez. No resultado ficou suplente, mas acabou ocupando um outro cargo público: o prefeito eleito, Julio Teixeira, o convidou para apresentar-se como secretário da SEMCAS. Permaneceu no cargo até a metade de 2000, quando candidatou-se novamente a vereador. Desta vez o resultado foi vitorioso: alcançou os 1.799 votos e, enfim, sentou-se entre os representantes do Poder Legislativo de Passo Fundo.

Em 2004, buscou a eleição de vice-prefeito pela primeira vez junto – novamente – de Luciano Azevedo. O ex-prefeito Airton Dipp, no entanto, acabou por levar o maior percentual de votos e, desta forma, os dois retiram-se por quatro anos do quadro da política municipal. “Perdemos de menos de 1% de diferença. Ficar de fora foi bom: consegui analisar melhor a situação e, na outra eleição, voltar com mais oxigênio”, conta. Retornou à Casa Legislativa após as eleições de 2008 e 2012. Na soma de todos os anos como vereador, considera a criação do Departamento de Atenção à Terceira Idade (DATI) nos bairros, a Política Municipal do Idoso e a tarifa social de água alguns de seus projetos de maior destaque.

“Educação infantil é a bola da vez”
Para o vice-prefeito, os investimento em educação infantil são essenciais para o bom andamento da cidade, no âmbito geral. “Aos quatro anos a criança já entra na escola e vai sendo moldada. Desta forma ela entra na rede municipal de uma forma muito mais tranquila. A educação é a chave para uma sociedade mais igual, que se transforma a partir do conhecimento”, defende ele.


“Acredito muito na numerologia”
O interesse pela interpretação e representação simbólica dos números – estudo também conhecido como numerologia – é uma das curiosidades sobre João Pedro. Tudo começou pelo chute certeiro que deu em 1996, antes da primeira eleição. “Acreditei e falei: vou fazer mil votos. Fiz 998. Na época não tinha noção nenhuma de política ou estrutura pública. Na eleição seguinte, disse que faria 1,8 mil votos: fiz 1.799”, conta. O único resultado com que não contava foi o de 2016. “Eu esperava que fosse bom, mas fugiu um pouco do esperado”, contou, rindo. Luciano e João Pedro somaram 85,5 mil votos, o equivalente a mais de 76% dos votos entre outros quatro concorrentes.


Gabinete do vice-prefeito
Responsável pelo recém-criado gabinete do vice-prefeito, João Pedro conduzirá as operações das coordenadorias de Atenção ao Idoso, Juventude, Movimentos Populares, Junta Militar, da Mulher e Promoção da Igualdade Racial. “É um jeito de estar ainda mais ligado com o Executivo”, destaca.

Lado a lado
“O Legislativo nos ensina a dialogar muito”, começa João Pedro quando questionado sobre as experiências que levará da Câmara para a Prefeitura. “Lá tem 21 vereadores, com 10 ou 12 partidos com formas de pensar, ideologias diferentes. Quando você propõe um projeto, ele vai passar pelas quatro comissões e pelos 21 vereadores. É preciso saber discutir, defender e entender que sempre haverão emendas para aprimorá-lo”, explica. Por isso a necessidade de diálogo e participação ativa entre os componentes. “O que aprendi é que você tem que ouvir muito. Pode falar, por que tem espaço para isso, mas ouvir é essencial. As vezes a solução não está contigo, mas com quem trouxe o problema”, define ele.

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