A liderança do PSDB de Passo Fundo passa por um período de indefinição. A eleição da nova presidência – prevista para o último domingo (26) – não aconteceu após a impugnação de uma das chapas concorrentes. O problema esteve na assinatura do vereador Fernando Rigon, que encabeçava a Chapa 2. Segundo ele, sua rubrica estava diferente da registrada pelo partido. De acordo com Ênio de Oliveira – que se mantém como presidente da sigla municipal – o estatuto do partido define que, quando um processo estiver sob impugnação, as eleições não podem ser realizadas. Já conforme Rigon, o grupo chegou a ingressar com recurso na Justiça, mas a Junta Executiva julgou a assinatura improcedente.
Por enquanto, o partido municipal afirma ter havido apenas a suspensão da eleição até que os fatos alegados sejam analisados. A prorrogação do mandato de Ênio não está concretizada: deverá acontecer conforme o andamento do processo, como informou. “Vão ver da possibilidade de prorrogar o mandato para mais 30 dias ou até um ano, dependendo do tempo hábil para julgar as impugnações”, disse ele. Questionado, o Diretório Estadual não soube responder sobre prazos e trâmites da nova eleição. O Setor Jurídico Estadual do partido também foi procurado, mas não se pronunciou à reportagem. O edital que chamava para a eleição foi lançado há pouco mais de 15 dias para que, 12 dias depois, as chapas interessadas se inscrevessem para a disputa.
Defesa
O vereador Fernando Rigon afirmou que planeja viajar a Porto Alegre para defender-se sobre a irregularidade na assinatura. “Eu, com 32 anos de serviço público, não seria leviano em falsificar uma assinatura. Isso não seria só um prejuízo na minha vida política como também na minha vida profissional. Tenho certeza que, depois de tudo esclarecido, esta impugnação vai ser facilmente derrubada”, declarou ele. De acordo com o vereador, a assinatura utilizada para os papeis dos trâmites é, de fato, diferente da pré-estabelecida. “Apesar de ser diferente, eu comprovei que é a que eu uso aqui na Câmara. É diferente, ninguém discute isso, mas é minha”, pontuou. Líder da Chapa 2, ele disputou a presidência do partido contra o colega de bancada, Mateus Wesp. Sobre o clima interno, afirmou estar “tudo normal”. “Inclusive hoje assinamos uma homenagem para a Clínica Kozma juntos. Claro que até o resultado a eleição traz um desgaste, mas resolvendo isso vamos ter um caminho normal e tranquilo”, acrescentou ele.