Não tem outra saída, a reforma previdenciária, assim como a trabalhista devem ser aprovadas pelo Congresso. A convicção é do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, que esteve em Passo Fundo no sábado à tarde para participar do 1º Simpósio de Neurociências Aplicadas e Pesquisa Experimental. Ele falou sobre a "Primeira Infância e Prevenção da Violência: Importância para a Neurociência e para o Desenvolvimento Neuropsiquiátrico da Criança". Segundo Terra, o governo só está fazendo as reformas, que são necessárias, porque o país precisa entrar no rumo. “Ninguém acorda de manhã cedo e diz vou fazer uma reforma. O governo começa a pensar em reformas diante do quadro que herdamos: um país completamente quebrado, o desemprego galopando, uma crise ética e moral sem precedentes. A situação é gravíssima”, ponderou. Osmar Terra disse que o governo já tomou decisões importantes como estabelecer o teto máximo de gastos. No ano passado o governo gastou R$ 170 milhões a mais do que arrecadou. “Nenhuma economia suporta isso”, completou. Na opinião do ministro, depois de aprovadas as reformas, o país precisa urgentemente começar a crescer e a gerar emprego. Osmar não tem dúvidas de que o governo consegue aprovar as reformas, mesmo que com algumas alterações. Reconhece, no entanto que é preciso vencer o discurso da oposição que, segundo ele, afundou o país, deixando-o nesta situação trágica.
Agricultura familiar
No Rio Grande do Sul desde sexta-feira, o ministro do MDSA, Osmar Terra, participou em Porto Alegre do Simpósio Compras de Alimentos da Agricultura Familiar. O objetivo do simpósio é estreitar a parceria entre órgãos federais, estaduais, municipais e agricultores, no apoio a aquisições de alimentos pela modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Osmar Terra afirmou que que esse é um passo adiante em um programa que é "importante para o Brasil poder avançar, e o Rio Grande do Sul é um exemplo nessa área”. O programa quer qualificar a demanda e a oferta, aumentar o número de produtos e atingir 30% das compras de órgãos públicos da agricultura familiar. Segundo o ministro, R$ 60 milhões podem ser repassados para o Estado para fortalecer o programa e a agricultura familiar. "Só assim vamos reduzir a pobreza e melhorar o trabalho dos nossos agricultores", destacou.
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDSA, Caio Rocha, disse que o Ministério está percorrendo o Brasil com o simpósio para ampliar as compras públicas e disse que o governo federal tem "disponível R$ 260 milhões para investir este ano na aquisição de alimentos da agricultura familiar no país".
Segundo o secretário da SDR, Tarcisio Minetto, 729 escolas estaduais e 17 unidades prisionais já receberam os alimentos de cooperativas da agricultura familiar por meio do PAA, neste ano. "Já repassamos R$ 10 milhões do valor recebido da União. Esse é um programa importante para os órgãos públicos e nossos produtores e o Rio Grande do Sul podem avançar mais. O potencial da nossa agricultura familiar é de R$ 300 milhões", afirmou.
Minetto também falou que uma nova chamada pública, no valor de R$ 1,098 milhão para a compra de alimentos para a unidade prisional de Charqueadas, foi realizada nesta semana. Os envelopes devem ser abertos no dia 17 de maio.
Infância Feliz
Outro programa que está sendo divulgado pelo ministro é o Infância Feliz, nos moldes do Primeira Infância Melhor, implantado por ele quando foi secretário da Saúde do Rio Grande do Sul. O Infância Feliz vai focar no atendimento de crianças do bolsa família, e com necessidades especiais nos primeiros mil dias de vida. Cerca de 100 mil visitadores serão preparados para o programa que, neste primeiro momento, vai estar em mais de 2,5 mil municípios do país. As visitas já iniciam em maio e até o final deste ano deve atingir 1 milhão de crianças. O programa tem um orçamento inicial de R$ 400 milhões, mas para o próximo ano deverá ter R$ 2 bilhões. Como no Rio Grande do Sul o programa já opera através do Estado, o governo federal vai atuar com crianças do bolsa família e o governo do Estado com outros grupos.