Maioria dos vereadores apoia devolução de área do Creci

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Área foi cedida pelo Executivo na gestão do ex-prefeito Airton DippÁrea foi cedida pelo Executivo na gestão do ex-prefeito Airton Dipp
Área foi cedida pelo Executivo na gestão do ex-prefeito Airton Dipp
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O terreno concedido ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) pode ser devolvido ao município. É o que pede o projeto que deve ser protocolado nesta quarta-feira (17) pelo presidente da Câmara, Patric Cavalcanti (DEM), em nome da Mesa Diretora. O projeto – que já contava com assinatura de 19 parlamentares até o fim da tarde da sessão plenária de ontem – solicita que o Poder Executivo revogue a concessão da área de mais de 750m², localizada ao lado do Cais Petrópolis, doada à entidade ainda em 2012. O documento só não foi assinado pelos membros do PDT – Luiz Miguel Scheis e Márcio Patussi, que sugeriu a discussão do tema em uma audiência pública. Já o PSB decidiu por bem ir a favor do projeto: a maior bancada da Câmara compactua por completo com o projeto do presidente da Casa.

A motivação para apresentar tal projeto, como explica Patric, se dá pela demora na construção da sede própria da entidade no terreno. “Depois de cinco anos eles não construíram nada no local, então vamos entrar com este pedido de revogação [da lei]”, comentou ele, que afirma ter apoio da comunidade do bairro para o pedido. “Ainda em 2012 tivemos mais de 2,3 mil assinaturas para que a área não fosse concedida”, lembra. O lugar foi concedido ao Conselho por 10 anos, com possibilidade de revogação. Na tribuna, o vereador Paulo Neckle (PMDB) questionou a necessidade da obra. “No projeto inicial diz que a entidade possui grande relevância social. Se é assim, não entendi o motivo de não ter saído do papel até agora”, defendeu. “A área podia ser usada para outras coisas, como a ampliação do Cais Petrópolis ou do Corpo de Bombeiros. Agora está ociosa”, completou Patric.

O que diz a entidade

“Com certeza vamos inaugurar a obra ainda neste ano”, disse o presidente do Creci-RS, Márcio Bins Ely. Segundo ele, a construção não saiu do papel até o momento por conta de uma gestão recente que estaria se organizando até então. “Completamos um ano de gestão em janeiro e uma das nossas prioridades é a execução da sede própria em Passo Fundo”, ressaltou ele, que também afirmou que a maior expectativa do entidade é poder fazer este investimento. “Na realidade tivemos um espaço curto de gestão. Nos cobram que faz cinco anos que a área foi concedida, mas por quatro anos a entidade teve outra diretoria. Tivemos uma disputa, o grupo que liderava na época hoje não está mais, mas hoje tenho certeza que faremos este investimento”, completou.

Uma das alternativas para fazer com que a obra saia definitivamente do papel é que sejam utilizados métodos mais modernos para a construção. Um projeto com pré-moldados é um exemplo. A projeção arquitetônica aquém desta metodologia de construção, no entanto, já está pronta e aprovada há mais tempo. Outra possibilidade é que não seja feita uma obra tradicional no local. “Como o terreno é uma concessão e não uma doação, uma obra tradicional acarretaria em um investimento muito alto. Na última reunião do Conselho já apresentamos uma alternativa e foi aprovado. Então vamos, sim, implementar a delegacia municipal neste espaço. Com certeza neste ano haverá a inauguração”, declarou ele o presidente, que preferiu não entrar em detalhes.

Sobre a discussão na Câmara, Ely afirma que ali existe vício de origem. “A discussão é sempre válida, mas é de competência exclusiva do Poder Executivo dispôr sobre as áreas do município. De modo formal, este projeto não poderia sair da Câmara. Respeitamos a posição, mas acreditamos ser um movimento inócuo”, defendeu ele. 

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