O início da reforma de ampliação no Aeroporto Lauro Kortz precisa agora de dois passos: primeiro, se apoiar em uma boa base de pressão política e, depois – principalmente –, passar pela burocracia necessária entre os governos estadual e federal. Pelo menos foram estas as questões defendidas na coletiva de imprensa realizada nessa quarta-feira (21), que reuniu parte dos vereadores e representantes de duas entidades de Passo Fundo. No encontro, a comissão que trata dos assuntos do aeroporto na Casa revelou que a etapa agora é basicamente burocrática, mas já sinaliza para a concretização da ampliação do aeroporto. Prova disso é que o governo do Estado deve encaminhar uma série de documentos que facilitarão a construção do Termo de Compromisso, fixado pelo governo federal. No encontro, o parlamentar presidente da comissão que, Paulo Neckle (PMDB), expôs um documento em que o diretor do Departamento de Investimentos em Aeroportos Regionais, Eduardo Hehn Bernardi, solicita uma relação de informações para a assinatura do documento. A ideia é que, através disso, o processo seja formalizado e, assim, o aeroporto consiga enfim receber os investimentos para a reforma de sua estrutura.
O pedido foi endereçado ao secretário estadual de transportes, Pedro Westphalen ainda na sexta-feira (16). Além dos dados básicos do responsável para a celebração do termo, Bernardi também solicita um extrato do quadro de despesa – que demonstra a elaboração detalhada do orçamento por item orçamentário; o plano de trabalho e, por fim, o projeto básico da reforma. Este, de acordo com Neckle, já foi adaptado pela Secretaria Nacional dos Transportes e aprovado pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “Nesta relação de documentos não vejo nada de muito demorado de se conseguir. Nossa expectativa é que nos primeiros dias de agosto já se inicie a licitação desta obra tão importante para a região”, disse Neckle. Os recursos, como afirmou o vice-presidente da comissão, Márcio Patussi (PDT), já estão garantidos pelo Fundo Nacional de Aviação e pelo PAC. De acordo com a última atualização, são pelo menos R$ 44 milhões que devem ser investidos na estrutura do aeroporto.
Por isso a importância da pressão política. “Estamos na condição de cobrar [o andamento] em Porto Alegre – e não mais em Brasília. Aquela demora que sempre imaginávamos, por conta da burocracia do governo federal, agora começa a se resolver ao longo do tempo. É quase a cereja do bolo: podemos pressionar em Porto Alegre e, assim, construir um aeroporto de qualidade para a região”, disse Patussi. “Agora tudo depende de pressionarmos o poder público por essa tão importante demanda”, completou Neckle. De acordo com eles, uma parcela do grupo já se prepara para viajar à capital na semana que vem, onde deve se reunir com o secretário Westphalen e os responsáveis por dar continuidade ao processo. “Somos cobrados por isso todos os dias. Como fazemos parte deste lado público e/ou político, nos frustramos quando ouvimos essa palavra ‘burocracia’. Agora, independente disso, vamos fazer a nossa parte para pressionar”, disse o presidente da Acisa, Lamar Sakis.
Por que a licitação ainda não saiu?
Ainda no início do ano foi anunciado que a licitação sairia em março deste ano. Como justificou Paulo Neckle, isso não aconteceu por conta da necessidade de adaptação da estrutura das salas de embarque e desembarque de todos os aeroportos brasileiros. “Foi decidido que todas as salas deviam ser iguais e, por isso, o projeto atrasou para ser adaptado”, comentou ele. “Fomos informados que o Governo Federal não iria mais operar a construção, mas repassar os recursos aos estados. Passo Fundo passará a ter o primeiro aeroporto nesta nova modalidade”, declarou Patussi.
Ampliação dos voos
De acordo com comunicado emitido pela Prefeitura na tarde de ontem (21), o prefeito Luciano Azevedo formalizou um pedido na sede da Gol Linhas Aéreas, em São Paulo. Na ocasião, ele oficializou uma proposta para que a companhia passe a operar em Porto Alegre e, com isso, disponibilize a ligação com o centro do país. “Saímos otimistas da reunião e confiantes de que poderemos ter mais opções entre Passo Fundo e grandes capitais”, disse ele.