Em almoço com a bancada do PSDB nesta terça-feira, o senador Aécio Neves (MG) informou aos correligionários que não pretende reassumir neste momento a presidência nacional da legenda. Candidato presidencial do partido em 2014, Aécio se afastou do comando da legenda um dia após o GLOBO revelar que ele havia sido delatado por Joesley Batista e teria recebido R$ 2 milhões do empresário em espécie.
O almoço desta terça-feira foi o primeiro encontro político do senador desde sua chegada ao parlamento, no início da tarde. Segundo parlamentares presentes na reunião, Aécio disse que não tem objetivo de retomar o comando da legenda, mas não deixou claro se esse afastamento será definitivo.
Principais pré-candidatos presidenciais dos tucanos para 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria, querem promover imediatamente uma renovação da direção da legenda, hoje dominada por nomes mais alinhados com o mineiro.
Em encontro com dirigentes do partido de manhã, em sua residência, Aécio Neves detalhou sua volta ao mandato depois de 46 dias fora do Senado. Na chegada ao Congresso para registrar presença, ele evitou conversar com jornalistas.
Aécio se reuniu também mais cedo com o presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), José Aníbal, para discutir os termos de seu pronunciamento na tarde de hoje. O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), chegou no início da tarde à residência de Aécio, para revisar com ele o discurso.
Aécio fará um discurso simples, sem ataques ao Ministério Público, com humildade e procurando se defender das acusações, admitindo erros na conversa com Joesley. Um dos pontos da defesa será reforçar que a conversa dele e da irmã Andrea Neves era para tentar vender um imóvel para arrumar dinheiro para pagar advogados.
Fonte: Jornal O Globo