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Depois de ser derrotado nas eleições para a presidência interna do PSB estadual, o político passo-fundense mira na candidatura ao Senado

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?EURoeSigo agora mais livre para fazer política, porque esta era uma desvantagem que eu tinha: estava muito preso na burocracia da administração partidária?EUR?, disse Beto Albuquerque sobre a derrota nas eleições para presidência do PSB estadual
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Por 454 votos contra 287, Beto Albuquerque deixa o cargo de presidente estadual do PSB. O passo-fundense segue na posição até 31 de outubro, quando o deputado estadual José Stédille assume o comando da sigla. Pela terceira vez na liderança do partido, Beto afirmou em entrevista ao O Nacional que retoma o desafio deixado de lado em 2014, depois da morte do então candidato a presidente da República, Eduardo Campos. “O PSB me deu uma tarefa, que é a de ser candidato ao Senado novamente”, declarou. Confira alguns de seus planos para 2018.

ON: Tivemos uma mudança na presidência do partido no último final de semana. O que muda com esta decisão interna?

Beto Albuquerque: Tivemos um congresso sábado (2) e a maioria decidiu mudar a presidência do partido. Acho isso normal. Toda disputa interna sempre pode produzir resultados bons, faz parte da democracia do partido. Foi um congresso grande, com mais de 800 pessoas e um bom debate. O deputado Stédile é um companheiro que está na política há muitos anos; há pelo menos 10 [anos] no PSB, foi prefeito de Cachoeirinha e certamente saberá conduzir e contemplar as propostas que ofereceu aos integrantes do partido nos próximos três anos. A mudança de presidente não altera, a rigor, a rota que o partido escolheu em 2014. Hoje o PSB está no governo, tem duas secretarias. Temos ajudado o governo em si para ver se colocamos o Rio Grande do Sul de pé outra vez. O nosso estado está no fundo do poço. Não tem saída fácil e não é ficando do outro lado do muro, gritando e criticando que vamos colocar em dia a folha de pagamento e resolver os problemas estruturais.

Nós desde 2014 fizemos uma escolha - e ela segue. Vamos discutir 2018 em 2018. O PSB me deu uma tarefa, que é a de ser candidato ao Senado novamente. Em 2014 eu estava exercitando esta tarefa quando morreu o Eduardo. Eu, como velho amigo e homem com 31 anos de partido, não hesitei em representá-lo na chapa da Marina [Silva, que disputou pelo Partido Verde]. Agora a ideia é retomar aquela candidatura amputada na época em razão da tragédia. Temos esta perspectiva em disputar o Senado, mas sabemos que são duas vagas apenas, então é um quadro diferente. Fico presidente do PSB até o final de outubro e, a partir de primeiro de novembro, o deputado Stédille assume e toca para frente tudo o que precisa ser feito.

ON: E qual é o clima interno do partido hoje? O senhor se surpreendeu com a decisão?

Beto: Na realidade, o que mais me surpreende é que tanto o deputado Heitor Schuch quanto o Stédille eram meus dois vice-presidentes [primeiro e segundo, respectivamente], então a palavra renovação soa um pouco estranha nesta situação. Como pode renovar só um e não todos? Mas, enfim, se esta foi a vontade da maioria do partido, quem sou eu para questionar? Sinceramente, estou feliz porque nestes 31 anos de PSB fui presidente três vezes, apenas. Em todos os momentos me dediquei muito. Mas administrar partido é bastante penoso, burocrático, desgastante. Toma tempo. A presidência não existia por vaidade ou necessidade, mas por compromisso de ajudar o partido a construir. Nunca vi o PSB sair menor ano após ano desde que entrei no partido. Espero que isso também aconteça na presidência do Stédille. É isso: a maioria em uma democracia é a decisão tomada.

Sigo agora mais livre para fazer política, porque esta era uma desvantagem que eu tinha: estava muito preso na burocracia da administração partidária. Agora estou 100% livre para fazer política, que é o que gosto de fazer. O Stédille vai se prender um pouco na burocracia também. Essa alternância é boa, porque muitas vezes as pessoas só conhecem o significado de presidir um partido quando chega na presidência. Mas está tudo certo, o partido segue unido. O resultado não muda um milímetro das minhas convicções, que é continuar lutando pelo PSB. Vou torcer para que tenhamos deputados estaduais e federais no ano que vem, além do Senado.

Duas vagas no Senado

Como o mandato dos senadores é de oito anos, em 2018 cada estado terá direito a escolher dois representantes. As eleições para o Senado ocorrem de quatro em quatro anos e, por isso, a cada eleição, a Casa renova alternadamente um terço e dois terços de suas 81 cadeiras.

ON: E segue a decisão de permanecer ao lado do governo?

Beto: Hoje estamos no governo, mas isso não significa que tudo esteja resolvido. Cada eleição é única. Em 2014, escolhemos estar no governo. Em 2018, é outro debate. É muito cedo para termos qualquer impressão, porque o Congresso sequer definiu as regras da eleição. Não temos os cenários nacionais ainda esclarecidos. Temos que aguardar e resolver 2018 em 2018.

Democracia interna

A votação da presidência do partido a nível estadual foi no sábado (2). A chapa 1, de Beto Albuquerque, recebeu 287 votos, contra 454 da chapa 2, liderada por Stédille. No total, 741 delegados participaram da votação. "Queremos imprimir uma nova forma de gestão, estreitando a relação com os municípios e aprofundando a participação de todos”, destacou Stédile. O presidente eleito também defendeu a unidade da sigla para que o PSB se consolide como alternativa eleitoral viável e competitiva nas eleições de 2018. A Nova Direção será composta pela proporcionalidade dos votos obtidos pelas duas chapas, o que significa que haverá representação de 40% da Chapa 1 no Diretório Estadual, conforme determina o Estatuto Partidário.

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