?EURoeSolução é investir no empreendedor?EUR?, diz pré-candidato do NOVO

Em reunião-almoço na Acisa, Mateus Bandeira, falou sobre as mudanças necessárias para driblar a crise e impulsionar a economia

Por
· 3 min de leitura
Pré-candidato ao governo do RS palestrou sobre crise brasileira em reunião almoço na AcisaPré-candidato ao governo do RS palestrou sobre crise brasileira em reunião almoço na Acisa
Pré-candidato ao governo do RS palestrou sobre crise brasileira em reunião almoço na Acisa
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Para o pré-candidato ao governo do Estado, Mateus Bandeira (NOVO), não existe apenas uma, mas muitas soluções que resolveriam a crise vivida no Rio Grande do Sul. Uma delas é fortalecer empreendedorismo. “Precisamos discutir como retomar e criar um ambiente de negócios mais favorável, além de construir um Estado menor”, resumiu. Ele trouxe o assunto a tona na reunião-almoço realizada na tarde de ontem (19) na Acisa, onde palestrou sobre o tema ‘Brasil: crise ou oportunidade?’ para um grupo de empresários locais. Sua fala resume o que planeja defender na campanha eleitoral do próximo ano. Para ele, um ‘estado menor’ é aquele que onera menos a população, traz menos dificuldade para os empreendedores, dá mais liberdade à iniciativa privada e fomenta o empreendedorismo em todas as instâncias.

“Vejo desta forma, para que possamos retomar o investimento e melhorar o desempenho da atividade econômica gerando emprego e renda para as pessoas. São as empresas e os empreendedores que geram oportunidades de emprego e renda - e não o Estado”, argumentou. Quando diz ‘estado menor’ também se refere ao amplo leque de empresas estatais - algo, para ele, completamente ineficiente. “Temos que pensar em um estado focado na sua função indelegável, que é dar segurança e educação. Fazendo isso, criaríamos espaço para possibilitar e assegurar a solvência das contas públicas a longo prazo”, continuou. Afinal, qual é a solução apresentada pelos pré-candidatos a governo do RS para a crise econômica vivida no estado? Para buscar esta informação, ON entrevista todos os já declarados a partir desta edição. Acompanhe.

“Pior crise já vivida no Brasil”

Para Bandeira, essa é a pior crise contemporânea já vivida no país. Ainda assim, se considera um “otimista a longo prazo”. “Acredito que o país pode, sim, dar a volta por cima. “É uma crise mais que política, mas moral e principalmente fiscal. Talvez só tenhamos enfrentado algo semelhante no começo dos anos 1990, com a eleição de Collor”, afirmou em sua palestra. A crise, no entanto, tem seu lado bom. “Nosso sistema financeiro, por exemplo, é um dos mais sólidos porque aprendemos a lidar com a hiperinflação. A parte boa é que só conseguimos fazer mudanças quando o nível de insatisfação está muito alto”, disse. Ele criticou o início do governo Sartori, mas afirmou que hoje sua articulação está no rumo certo. Ele refere-se a mudança na Constituição Estadual, que pode ingressar no regime de recuperação fiscal. A medida foi divulgada na manhã de ontem (19). Pelo anunciado, o RS segue a homologação do mesmo acordo feito no Rio de Janeiro. Em 15 dias, o governo deve apresentar sua proposta para a adesão ao regime que garantirá a suspensão do pagamento da dívida com a União.

A questão criticada, no entanto, é a demora de Sartori na tomada dessa decisão. “O governo começou mal. Em 2015, uma das primeiras medidas foi a sanção do reajuste dos salários dos servidores mais bem pagos do funcionalismo público. O projeto foi aprovado pelo governo anterior, mas sancionado pelo Sartori. Na minha opinião este foi um erro gravíssimo. Se o estado tinha a intenção de rever as despesas, porque conceder reajuste para essas categorias? Agora sinto que está encontrando o rumo, mas ainda em uma velocidade que podia ser maior. Demorou muito para entender o que faltava”, argumentou.

Privatização

“Sou completamente favorável a privatização”, começou Bandeira. Ele defende que o Estado precisa cuidar da segurança pública e garantir o acesso a saúde e a educação. O resto, segundo ele, não deve estar ligado ao governo. “No momento em que o Estado se dedica a cuidar de diversas empresas estatais, ele produz ineficiências à sociedade. Temos inúmeras empresas estatais que exploram a atividade em regime de monopólio e que não têm capacidade de financiamento”, completa. Ele cita como exemplo a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Corsan como exemplo. “A Corsan, por exemplo, quando não consegue financiar a ampliação da sua rede de captação de água e rede de esgoto, acaba gerando uma ineficiência para a sociedade, além de um problema de saúde. Na CEEE é a mesma coisa”, disse.

Para Bandeira, o Estado deve resgatar as suas funções básicas e privatizar todo o restante. “Isso também faz parte do regime de recuperação fiscal. Não vão resolver o problema da dívida, mas ainda assim deve ser feito por princípio”, ressaltou. Para encerrar, afirmou que um dos maiores males do Estado é o seu gigantismo: por querer atuar em todas as áreas, com um pretensão tutelar a todos, acabou trazendo a situação de uma carga tributária extremamente elevada e a incapacidade de devolver isso à população na forma de serviços. “O estado gigante é um convite a corrupção. Não faz sentido algum manter tantas estatais”, terminou.

Conheça o pré-candidato

Mateus Bandeira foi presidente do Banrisul e secretário de Estado de Planejamento e Gestão do governo Yeda Crusius. Filiou-se ao partido NOVO. Possui pós-graduação em Administração pela UFRGS e MBA em Finanças e Políticas Públicas da The Wharton School, da Universidade da Pensilvânia. Segue em essência o estatuto do partido, que defende que os partidos políticos devem ser financiados por seus apoiadores, e não com dinheiro público.

Gostou? Compartilhe