O Centro Municipal de Professores (CMP) mobilizou-se novamente na tarde de ontem (25) para reivindicar a promoção de docentes do ensino infantil. De acordo com um dos coordenadores da entidade, Eduardo Albuquerque, o pedido envolve cerca de 100 professores de EMEIs que especializaram-se e esperam há pelo menos quatro anos pela promoção do nível II para o nível III. “Eles estudaram, finalizaram seus cursos e aguardam pela promoção. É um direito que está previsto em lei e faz parte do nosso estatuto”, defendeu. Antes do ato em frente da Prefeitura, os servidores se reuniram no plenário da Câmara de Vereadores. “Queremos sensibilizar os vereadores para a nossa causa e pedir que nos ajudem a pressionar o Executivo”, completou Albuquerque.
“Acreditamos e defendemos que o professor precisa ter uma remuneração justa, de acordo com o que trabalhou e estudou, até porque o município não oferece qualificação ou qualquer tipo de subsídio para os docentes. Quando foram estudar estas profissionais não pensaram duas vezes e se aperfeiçoaram, porém não são reconhecidas financeiramente. A partir do momento que o poder público valoriza o professor quem ganha é a educação, já que o professor se sentirá mais motivado e conseguirá contribuir para melhorar a qualidade da educação”, disse a professora de educação infantil e dirigente do CMP, Regina Costa dos Santos. O pedido, segundo ela, vem sendo negado por não haver previsão no orçamento. Além disso, ela defende que quando o professor é valorizado, isso reflete diretamente na qualidade da educação. “Há um tempo, essa demanda envolvia cerca de 20 professores em nosso município. Hoje já são quase 100 e a tendência é aumentar, porque cada vez mais professores vão buscar pela promoção na medida em que vão se especializando. Uma coisa é promover 100 professores agora e outra é, daqui quatro anos, precisar promover 200. Pode acabar se tornando um problema insolúvel para a Prefeitura”, completou Eduardo.
O que diz a Prefeitura
O chefe de gabinete do prefeito, Gilberto Gosh, informou à direção colegiada do CMP que na próxima sexta-feira (29) o prefeito Luciano Azevedo deve receber os representantes da entidade para discutir a pauta. Em entrevista anterior, o secretário municipal de educação, Edemilson Brandão, afirmou que o impedimento é puramente legal. Segundo ele, o município é impedido de criar vagas por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ainda assim, cada caso é um caso e precisa ser analisado individualmente, como complementou o procurador-geral do município Adolfo de Freitas. “Já há muito tempo viemos tentando reverter esta situação, mas ela envolve questões legais: não envolve mérito, mas legislação”, disse Edemilson.