Para sair da crise, o jeito é buscar investimentos em infraestrutura logística. A defesa é do deputado federal Luiz Carlos Heinze, principal nome cotado para a candidatura própria do Partido Progressista (PP) no governo do estado em 2018. O tema foi um dos discutidos no seminário regional do partido, realizado no último sábado (21), em Passo Fundo. Na pauta principal, os filiados discutiram os caminhos do partido nas eleições estadual e federal, que acontecem em menos de um ano. Heinze está em evidência para a candidatura própria desde agosto, quando Ana Amélia Lemos comunicou seu interesse em reeleger-se no Senado. “Já estamos em contato com deputados federais, estaduais; prefeitos e vereadores de todas as regiões do RS. Em todos os seminários [do partido] têm se falado nessa possibilidade. No início de novembro teremos uma nova reunião para tratarmos disso”, adiantou o deputado federal em entrevista a ON. A candidatura do parlamentar deve ser oficializada na pré-convenção do PP, marcada para março. A convenção propriamente dita deve ocorrer em julho, quando todos os partidos apresentam seus nomes à Justiça Eleitoral para que a campanha inicie oficialmente.
“O jeito é devolver a auto estima ao povo gaúcho”
Questionado sobre a saída para a crise no estado, Heinze é categórico: “neste momento, temos que devolver a auto estima ao povo gaúcho”. Segundo ele, a crise econômica desmotiva os empresários e, como consequência, faz com que não haja crescimento. Para dar ânimo, o jeito é buscar por investimentos. “Temos que ter investimentos em energia, por exemplo, um setor em que somos deficitários hoje. Temos que alavancar projetos grandes e que estão parados. O porto de Rio Grande é outro exemplo. Também temos ferrovias paradas, que precisamos botar para funcionar”, defendeu. Com um estado economicamente inviabilizado, a melhor maneira de fazer isso, como afirmou, é firmando parcerias público-privadas.
“Dizem que o governo não tem recurso para investir, mas temos investidores que, com um bom projeto, teriam muito dinheiro para trazer para cá. O projeto da ampliação do Aeroporto de Passo Fundo e a inauguração do de Vacaria são dois exemplos. Só tem jeito de funcionar com parcerias público-privadas, não tem outro jeito. Isso é infraestrutura, é desenvolvimento. Se contamos com isso, fica mais fácil para o investidor ver a cidade e querer investir”, completou. Para ele, a logística gaúcha também precisa ser ampliada. “Tudo isso é geração de emprego, de impostos; são riquezas que vão ser produzidas. Não acredito que seja só com o aumento de impostos que se resolve o problema”, pontuou.
Por enquanto esta é a principal defesa de Heinze. Quando questionado sobre privatizações ou a área da educação - dois assuntos muito debatidos entre pré-candidatos ao governo do RS -, ele preferiu não se pronunciar. “Não falo em privatizações porque é muito cedo. O que vou trabalhar é no incentivo aos investimentos. Sou contra o aumento de impostos e a favor da redução de gastos. A questão do magistério ainda precisa ser avaliada, não tenho posição formada. Mas educação, saúde e segurança são nossas prioridades. É o dever do Estado”, terminou.
Foco em 2018, mas com olho em 2022
Assim como em todo o RS, o foco do PP passo-fundense está nas eleições de 2018. A visão, no entanto, também se estende para as eleições municipais, em 2022. De acordo com o presidente progressista da cidade, Julio de Oliveira, tanto executiva quanto diretório buscam a eleição dos seus candidatos a nível nacional - mesmo que isso não signifique a passividade em relação ao pleito local. “Nossa expectativa é de renovação. Temos boas perspectivas de indicações de novos nomes e acreditamos que possamos ter um candidato a prefeito que não ainda não disputou a nenhuma eleição”, pontuou. O partido também não pretende lançar nomes passo-fundenses na Assembleia. “Não vamos lançar nenhum candidato que não esteja preparado, sem base eleitoral. A princípio não teremos nomes locais para a Assembleia. Pelo contrário, queremos fazer alianças com candidatos que assumam compromisso com a cidade de Passo Fundo”, explicou.