O governador José Ivo Sartori participou nesta quarta-feira (22), em Brasília, de reunião de governadores convocada pelo presidente Michel Temer. No encontro de trabalho, no Palácio da Alvorada, o governo federal detalhou a necessidade de aprovar a reforma da Previdência, que pode mudar as regras de aposentadoria do país. Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, do Trabalho, Ronaldo Nogueira, da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, acompanharam a reunião.
Um novo texto sobre o tema deve ser apresentado na íntegra em reunião do presidente com parlamentares da base aliada, na noite desta quarta. A nova versão, mais enxuta, será detalhada pelo relator da reforma, Arthur Oliveira Maia. Temer também já se reuniu com prefeitos, ligados à Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O déficit da Previdência é o maior problema do Rio Grande do Sul em termos de equilíbrio fiscal. Chegou a quase R$ 9 bilhões em 2016, o que corresponde a mais de 28% da Receita Corrente Líquida. É uma despesa maior do que investimentos em saúde e segurança. "Por isso o esforço do nosso governo em aprovar a Previdência Complementar no Estado, em vigor há mais de um ano. Saímos na frente e percebemos a crise muito antes de outros estados. Estamos fazendo o dever de casa", afirmou Sartori.
Sobre as reformas propostas pela União, o governador destacou que o momento exige mudanças que atendam as necessidades de toda a sociedade, e não apenas a um determinado grupo. "Governamos para todos e a linha é preservar direitos adquiridos e buscar promover a justiça social. Assim como na esfera federal, onde o governo vem trabalhando em reformas importantes, nosso Estado passa por um momento crucial, no qual muitas mudanças têm sido implementadas", argumentou. "É preciso muita coragem para fazer as transformações que todos sabem que são necessárias. São remédios amargos, mas a história será justa com a tentativa de recolocar o país nos trilhos", acrescentou.
Recuperação fiscal
O governador aproveitou para lembrar que a adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) está nas mãos dos 55 deputados estaduais. O governo gaúcho protocolou na terça-feira (21), na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei Complementar (PLC) que autoriza o Estado a aderir à proposta da União de ajuda aos estados em situação de calamidade financeira. "A travessia não se faz com discursos fáceis e soluções mágicas, mas com passos firmes e responsáveis, mesmo enfrentando os mais diversos tipos de desgastes, pessoais e políticos", concluiu Sartori.
Também participaram do encontro os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ), Simão Jatene (PA), Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO), Pedro Taques (MT), Robinson Faria (RN), Raimundo Colombo (SC), Jackson Barreto (SE), Reinaldo Azambuja (MS), Confúcio Aires Moura (RO), Marcelo Miranda (TO), Suely Campos (RR); os vice-governadores César Colnago (ES), Ligia Feliciano (PB) e João Bosco Saraiva (AM); e o líder do governo no Senado, Romero Jucá.
