CPERS encerra greve após 94 dias

A segunda maior paralisação do magistério desde 1987 foi encerrada na sexta-feira (8), após assembleia no Gigantinho, em Porto Alegre

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A greve de professores e funcionários das escolas públicas chegou ao fim. Foram 94 dias de paralisação em todo RS - período considerado a segunda maior greve do magistério estadual desde 1987. A decisão se deu por ampla maioria na tarde da última sexta-feira (8) após assembleia no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre. Ainda durante a manhã de sexta, o Conselho Geral do CPERS Sindicato já havia apontado pela suspensão da greve, já que, dos 42 núcleos do sindicato, 30 apontavam pelo retorno das atividades, 10 pela continuidade da paralisação e dois pelo acatamento da decisão da Assembleia Geral. Na ocasião, os grevistas aprovaram um calendário de mobilizações para o próximo ano, o que inclui a continuidade da luta contra a política de ajuste fiscal, reforma trabalhista e da previdência; e paralisação no Ato Unificado que deve ocorrer no dia 20, quando será pedido o pagamento integral do 13º salário. Além disso, os professores e funcionários devem reunir-se em atos e plenárias nos dias do pagamento enquanto houver parcelamento. Nestes momentos deverão ser elaborados calendários de recuperação exigindo o “respeito à autonomia das escolas”, como consta em nota oficial divulgada pelo Cpers. “Somente uma categoria unificada e fortalecida pode impedir o avanço dos ataques do governo Sartori. O bom combatente sabe a hora certa de recuar e reunir forças para fazer a resistência novamente. E é isso que esta aguerrida categoria fará a partir de agora, através do nosso calendário de fortes mobilizações pelo o Estado”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
O governo do estado não se manifestou diretamente sobre a suspensão da greve, mas publicou uma nota na quinta-feira (7) assegurando o transporte escolar no período de recuperação das aulas. De acordo com nota oficial, a Seduc teve parecer favorável para aplicar R$ 2 milhões no serviço. Escolas estaduais de 138 municípios foram afetadas pela paralisação. A quantidade e o período de aulas de reposição serão definidos entre as escolas e as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs).

“Somente uma categoria unificada e fortalecida pode impedir o avanço dos ataques do governo Sartori. O bom combatente sabe a hora certa de recuar e reunir forças para fazer a resistência novamente. E é isso que esta aguerrida categoria fará a partir de agora, através do nosso calendário de fortes mobilizações pelo o Estado”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Quando a categoria decretou a greve, em 05 de setembro, o governo anunciava que no final de setembro pagaria menos que os R$ 350,00 que tinha pago em agosto, e que em setembro e outubro haveria encontro de folhas. Isso quer dizer que os educadores receberiam os salários com mais de 30 dias de atraso. “Só por isso, já podemos considerar que essa greve foi vencedora.  Mas é claro que sabemos das dificuldades que teremos, como o pagamento do 13º, sobre o qual já vamos recorrer à justiça. Temos muitas lutas pela frente como a questão da reestruturação do IPE. Suspender a greve não é suspender a luta, é preservar a categoria para os enfrentamentos que virão”, destacou Helenir.

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