Na Câmara de Vereadores desde 1992, Pedro Daneli (PPS) se prepara para assumir pela primeira vez a presidência da Casa. Até o final de 2018 ele deve contar com duas correntes principais em seu trabalho como dirigente da Mesa Diretora: primeiro revisar leis ultrapassadas e, consequentemente, garantir mais agilidade aos processos burocráticos do município. “Os projetos precisam continuar andando rapidamente, principalmente os importantes, como os que vêm do Executivo. Neste último ano trabalhamos com projetos muito importantes, como o da licitação do transporte coletivo, por exemplo”, comentou. A expectativa é positiva, já que sua experiência no Legislativo lhe garante um certo domínio da situação, como comenta. “Como já estou na 6ª legislatura, já conheço como tudo funciona, então não vai ser difícil. Além disso, temos um quadro de funcionários muito competente, o que facilita o processo”, disse ele.
O vereador vê a Câmara muito mais amadurecida hoje do que era há 20 anos. “Lembro que quando comecei, em 1992, tinha muito aquele debate político, partidário. Hoje não ficamos debatendo qual é o melhor ou pior partido, mas o que vai beneficiar a cidade”, reflete. Por isso ele considera criar uma comissão para analisar as leis que já estão em vigor no município, mas precisam ser revistas ou até mesmo revogadas.
“Tem uma lei, por exemplo, que cria a agência de empregos do município. Quando fiz este projeto, a cidade começava a se desenvolver e muitas empresas vinham para cá porque a prefeitura cedia terrenos como incentivo. A intenção era fazer com que o próprio poder público indicasse metade dos funcionários que deveriam trabalhar na nova empresa, como uma forma de empregar quem já morava aqui sem precisar que novas pessoas chegassem. Só que hoje isso é ultrapassado, então vejo que esta lei poderia ser revogada”, explicou. Ele cita como exemplo o movimento que acontece atualmente na Assembleia Legislativa do RS, que tem o mesmo propósito: modificar as leis que já estão defasadas e revogar as que não têm serventia. “Tudo isso é para tornar o processo mais rápido, para tentar diminuir a burocracia dos processos. Vamos nos reunir nesta comissão, ver quantas leis temos no município e até que ponto são importantes. Tem algo que podemos mudar para torná-la mais ágeis? Esta comissão vai pegar todas as leis para estudá-las e aperfeiçoá-las”, esclareceu. Além disso, outro fator que deve ser estimulado é a parceria com a imprensa passo-fundense. “Queremos ampliar ainda mais para que a imprensa tenha conhecimento de tudo que acontece na Câmara. Vejo que tudo que acontece na cidade passa pela Câmara e por isso é tão importante que estejamos sempre próximos”, pontuou.
Histórico do vereador
Ainda que esta seja a primeira vez de Daneli como presidente, o vereador já teve oportunidades semelhantes em anos anteriores. Em 2015, por exemplo, a disputa ficou entre ele e Márcio Patussi (PDT), que no final acabou sendo o escolhido. “Na época teve um contratempo e acabei não entrando. Mas tudo bem, porque acho que não precisamos precipitar as coisas. Meu jeito é de falar pouco e observar muito, para evitar tomar decisões precipitadas”, disse o vereador. Daneli é o vereador com maior número de reeleições da Casa: está na 6ª legislatura, mas poderia estar na 7ª. Foi derrotado nas eleições de 2008 mesmo tendo feito mais de 1,8 mil votos. Não entrou por falta de quociente eleitoral. O vereador foi eleito logo em sua estreia como candidato, quando era conhecido por organizar campeonatos esportivos nos bairros da cidade. Em 2018, não pretende concorrer a nenhum espaço estadual ou nacional. “Tudo acontece com calma, então vou completar meu ano como presidente”, terminou.
A composição da nova Mesa Diretora
Com Pedro Daneli na presidência, a Mesa Diretora também se desenha com Roberto Toson (PSD), como vice; Leandro Rosso (PRB), como 1º secretário; Rafael Colussi (DEM), como 2º secretário; Renato Tiecher (PSB), como 3º secretário; e Rudimar dos Santos (PCdoB), como 4º secretário. Tanto Daneli quanto o presidente da Câmara em 2017, Patric Cavalcanti (DEM), foram eleitos no início da legislatura. Os nomes que devem assumir o posto em 2019 e 2020 ainda não foram escolhidos.
