Esquema de segurança para julgamento de Lula está definido

Anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública Cezar Chirmer na segunda-feira (22). Ex-presidente será julgado pelo TRF4 na quarta-feira (24), em Porto Alegre

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Manifestantes pró Lula já se concentram em Porto Alegre, cidade onde o ex-presidente será julgado amanhãManifestantes pró Lula já se concentram em Porto Alegre, cidade onde o ex-presidente será julgado amanhã
Manifestantes pró Lula já se concentram em Porto Alegre, cidade onde o ex-presidente será julgado amanhã
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O esquema de segurança para o julgamento do recurso em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorrerá no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), nesta quarta-feira (24), já está definido. O anúncio foi feito pelo secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (22).
Todas as ações foram decididas de forma coletiva pelo Gabinete de Gestão Integrada (GGI), grupo composto por órgãos estaduais e federais e da prefeitura de Porto Alegre. Desde dezembro, o GGI reúne-se para deliberação e elaboração das ações relacionadas ao julgamento. O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Andreis Silvio Dal’Lago, destacou que a corporação vai atuar com maior ênfase na área próxima ao local do julgamento, mas tem planejamento estruturado para toda a capital.
Os órgãos públicos federais localizados no entorno do TRF4 e a Câmara Municipal de Porto Alegre não terão expediente a partir das 12h de terça-feira (23). Os serviços estão programados para retornar à normalidade na quinta-feira (25), pela manhã. O perímetro de isolamento estabelecido pelo GGI compreende a área entre as Avenidas Loureiro da Silva, Edvaldo Pereira Paiva e Augusto de Carvalho. O único acesso ao local onde vai ocorrer o julgamento será a partir da Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, mediante comprovação de credenciamento junto ao tribunal.
Nessa área, foi determinado, também, fechamento do espaço aéreo. Apenas aeronaves das forças de Segurança Pública e Defesa poderão sobrevoar a região. O rio Guaíba será patrulhado pela BM, que fará o monitoramento das embarcações. A Rótula das Cuias funcionará como uma espécie de zona neutra, separando o perímetro isolado da região reservada aos movimentos sociais: o Anfiteatro Pôr do Sol e a área em frente à Avenida Edvaldo Pereira Paiva.

Manifestações pró e contra Lula
Enquanto o destino do ex-presidente não é decidido pelos desembargadores, manifestantes pró e contra Lula já se organizam para o julgamento. As ruas de Porto Alegre amanheceram com centenas de manifestantes da CUT, MST e movimentos sociais marchando em defesa do ex-presidente na segunda-feira (22). Após concentração no antigo posto do ICMS na BR-290, os militantes passaram em cima da ponte do Guaíba, entraram na Avenida da Legalidade e caminham em direção do Anfiteatro do Por do Sol, onde foi montado o Acampamento da Democracia.
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, defende que trata-se de uma resposta organizada e potente da classe trabalhadora diante do processo contra Lula. “Estamos nas ruas para mostrar que ninguém pode sofrer condenação sem provas, não aceitamos este golpe para a retirada dos direitos dos trabalhadores, e reafirmamos que eleição sem Lula é fraude”.
Do outro lado, manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) organizam, por meio das redes sociais, o protesto denominado “24 de janeiro, eu vou”. O MBL coordena evento no Facebook chamado “CarnaLula”, que deve ocorrer no Parcão, em Porto Alegre a partir das 18h de quarta. “Após o julgamento do maior criminoso da história do Brasil, o MBL convoca a população para uma comemoração pelo início da libertação do Brasil. A condenação de Lula marcará uma nova era em que a população construirá um país mais livre, digno e próspero. Será um verdadeiro pré-carnaval”, diz a descrição do evento.

Monitoramento
A partir das 17h de terça-feira (23), o GGI passará a atuar 24h, com o objetivo de garantir que os habitantes de Porto Alegre tenham a sua vida afetada ao mínimo. As forças de Segurança Pública esperam contar com a ajuda dos movimentos sociais para a identificação daqueles que protagonizarem algum tipo de ato criminoso em meio às manifestações, conforme previamente pactuado.

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