O ex-presidente Lula disse nesta manhã ao jornal Folha de São Paulo que não irá a Curitiba para se entregar à Polícia Federal, conforme determinação do juiz Sérgio Moro. Além disso, conforme informações da BansNews, os advogados do ex-presidente entraram com uma medida cautelar na ONU, nesta sexta-feira (6), para tentar obter um pronunciamento da organização internacional para que a prisão do político seja evitada por arbitrariedade.
Pedido na ONU
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com um pedido de liminar no Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, com sede em Genebra, no qual pede que o órgão solicite ao governo brasileiro que impeça a prisão dele até que se esgotem os recursos contra sua condenação em todas as instâncias da Justiça.
Os advogados Cristiano Zanin, Valeska Zanin e Geoffrey Robertson alegam que o julgamento da última quarta-feira (4), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por 6 a 5, um habeas corpus preventivo de Lula, precisa ser examinado por um tribunal independente.
“A decisão por uma estreita margem, tomada na quarta-feira, 04 de abril, pelo Supremo Tribunal Federal, demonstra a necessidade de um tribunal independente examinar se a presunção de inocência foi violada no caso de Lula, como também as alegações sobre as condutas tendenciosas do juiz Sérgio Moro e dos desembargadores contra o ex-presidente”, disseram os advogados por meio de nota.
Sindicato dos Metalúrgicos
Lula passou a noite em uma sala do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na cidade de São Bernardo do Campo, em companhia dos filhos e amigos. Lula recebeu, às 9h, o ex-prefeito Fernando Haddad, o líder da bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), o escritor Frei Beto, além de dirigentes sindicais.
Lula está no sindicato desde o início da noite de ontem (5), quando saiu o anúncio da expedição do mandado de sua prisão pelo juiz Sérgio Moro.
Militantes se reuniram no sindicato, em vigília de apoio ao ex-presidente. Barracas foram montadas e algumas pessoas passaram a noite no local, que teve ruas próximas bloqueadas. Os manifestantes gritam palavras de ordem e agitam bandeiras de sindicatos e movimentos sociais.
Segundo a decisão de Moro, Lula deve se entregar até as 17h na Polícia Federal em Curitiba. A militância, porém, afirma que resistirá, não permitindo que o ex-presidente se entregue.
*Atualizada às 11h59