O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se entregou à Justiça Federal dentro do prazo estipulado pela decisão do juiz Sérgio Moro. A ordem de prisão, que foi emitida pelo magistrado da 13ª Vara Federal do Paraná, determinava que Lula se apresentasse voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até às 17h de sexta-feira (6). Lula passou o dia no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), junto de lideranças do Partido dos Trabalhadores. A sede da entidade foi cercada por milhares de apoiadores.
Lula chegou ao Sindicato ainda na quinta (5), quando o mandado de prisão foi expedido. Na sede do sindicato, o ex-presidente reuniu-se com lideranças do partido e seus advogados e passou a noite no local. Do lado de fora, militantes fizeram vigília em apoio a Lula. Minutos antes do fim do prazo, os manifestantes fizeram uma contagem regressiva. Logo após as 17h, aplaudiram e gritaram: "não tem arrego". Muitos gritam que não deixare o ex-presidente ser preso.
Protestos contrários à prisão do ex-presidente começaram a ser registrados desde que foi noticiada a decisão de Moro. Em Passo Fundo, os manifestantes se concentraram na Praça da Mãe. Na região norte, houve bloqueio de rodovia. Por volta das 17h de sexta (6), cerca de 100 pessoas, conforme informou o Comando Estadual Rodoviário, trancaram a ERS 135 próximo ao trevo de acesso à Universidade Federal da Fronteira Sul Campus de Erechim.
Polícia Federal
Em Curitiba, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula informou que estava negociando com a defesa do ex-presidente para que ele se apresentasse. De acordo com o delegado, não estava descartado o prosseguimento da negociação mesmo após o fim do prazo estabelecido pela Justiça. Segundo o delegado, a intenção da PF era evitar confrontos.
STJ
Antes das 17h, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Félix Fischer negou habeas corpus protocolado pela defesa do ex-presidente para anular o decreto de prisão assinado pelo juiz federal Sérgio Moro. Na decisão na qual decretou a prisão, Moro explicou que Lula não ficará em uma cela “em atenção à dignidade cargo que ocupou”. De acordo com o juiz, o ex-presidente deve ficar separado dos demais presos para “preservar sua integridade física e moral”.
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