A partir de hoje, o Jornal O Nacional passa a publicar entrevistas com todos os candidatos a deputado federal, estadual e senador que disputam a eleição em outubro, representando Passo Fundo. Foram elaboradas 12 questões para que o candidato exponha seus projetos e convença o eleitor para o voto. A sequência de entrevista começa pelos candidatos a deputado federal que, ao todo, são oito representando a cidade. O candidato Éder Jofre Dias, do PSTU abre a sequência.
ON - Se eleito, como será sua atuação no Parlamento?
Éder Jofre Dias - Uma atuação em defesa da luta e da organização dos trabalhadores, denunciando sistematicamente o parlamento por contrariar os interesses dos trabalhadores, dos pobres e oprimidos. Exemplo disso foi a aprovação da reforma trabalhista.
ON - Como o senhor pretende fazer a campanha eleitoral? Focado em que plataformas?
Éder - Faremos a campanha junto aos trabalhadores nas portas das fabricas e nos bairros e também nas agências e locais de trabalho dos Correios no estado. Defendendo os direitos dos trabalhadores, contra as reformas, o desemprego e contra a privatização dos Correios e demais empresas estatais, defendendo a reestatização das já privatizadas.
ON - Passo Fundo tem demandas históricas como superlotação do Presídio Regional, Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) que nunca foi concluída, obra de ampliação do aeroporto, duplicação de rodovias como a ERS 324 e trecho urbano da BR 285. Com quais destas demandas o senhor pretende se comprometer, caso eleito?
Éder - As demandas serão pautadas pelos interesses dos trabalhadores, no nosso entendimento um plano de obras públicas controlado pelos trabalhadores já teríamos resolvido, ressaltamos que a duplicação da ERS 324 e BR285 tem custado a vida de muitos trabalhadores e teríamos prioridade se assim os nossos pares entenderem.
ON - Cite outras demandas locais ou regional, se for o caso.
Éder - Nos preocupa a questão da moradia, obrigando os trabalhadores organizarem ocupações, e desemprego, necessitando um plano de obras públicas e revogação da reforma trabalhista e das terceirizações.
ON - Quanto pretende gastar na campanha e quais materiais serão utilizados?
Éder - Entre todos os nossos candidatos a deputado federal e estadual, que somam 8 candidaturas, temos uma previsão de gastos de até R$ 100.000,00. Os materiais usados serão panfletos, produção de vídeos para os programas eleitorais e as redes sociais, ressaltando que a produção é feita, em sua quase totalidade pela militância.
ON - De onde virão os recursos para cobrir os gastos com a campanha?
Éder - As campanhas do PSTU são financiadas pelos militantes, simpatizantes do partido, não aceitamos financiamento dos ricos e poderosos, pois quem paga a banda escolhe a música.
ON - O senhor (a) conhece o funcionamento da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional?
Éder - Sim, a base do funcionamento tem sido a troca de favores, o toma-lá-dá-cá. Por isso nossa Assembleia e o Congresso Nacional só servem aos interesses dos grandes bancos e empresários da cidade e do campo e por causa disso defendemos o fim do foro privilegiado, mandatos revogáveis a qualquer momento pela população e salário igual ao de um operário especializado.
ON - Na sua opinião, por que é necessária a representatividade política para uma cidade como Passo Fundo?
Éder - Nosso mandato estará a serviço de defender os interesses dos trabalhadores e dos oprimidos não somente da região, mas de todo o pais, pois, independente do Estado em que a pessoa nasceu a classe trabalhadora é uma só.
ON - O que é fazer política na sua visão?
Éder - Fazer política é participar das lutas dos trabalhadores, das mobilizações, das greves, reivindicar nossos direitos e defender o socialismo contra a exploração capitalista como única alternativa para os trabalhadores.
ON - O Brasil vive uma crise das mais profundas de sua história: qual será sua contribuição, se eleito, para mudar esta realidade?
Éder - A crise no Brasil é na verdade um reflexo da crise que vive o sistema capitalista a nível mundial e isso gera no pais o problema do desemprego, elevação do custo de vida, por isso, vamos defender contra as reformas, contra as retiradas de direitos e contra a recolonização do pais, ou seja, contra a entrega do patrimônio nacional, sempre ajudando na organização da classe trabalhadora.
ON - O que o senhor (a) entende por Oposição?
Éder - Nosso partido é ideologicamente contrário ao sistema democrático burguês e defendemos um regime socialista, portanto, somos oposição a qualquer governo que defenda o sistema capitalista.
ON - O que o senhor (a) entende por base governistas?
Éder - Base governista são os parlamentares eleitos na mesma frente que elegeu a chapa majoritária e que dão sustentação a esse governo. No nosso entender a base governista é um bloco político fisiológico, formado exclusivamente por acordos políticos e loteamento de cargos públicos sendo que, geralmente, no apagar das luzes deste governo se retiram da base de apoio do mesmo.
Breve apresentação
Sou Éder Jofre Dias, tenho 49 anos, nasci na cidade de Tapera e residi em Carazinho até 2011, trabalhando como metalúrgico nas empresas Menegaz, Semeato e na TW Transportes. Em 2011, passei a residir em Passo Fundo, trabalhando nos Correios há sete anos, onde fui eleito membro da CIPA por quatro vezes e, recentemente, fui eleito Delegado Sindical por cinco anos. Minha militância no PSTU começou logo após as jornadas de junho de 2013, tendo participado das principais lutas da cidade: greve nos Correios, greve dos Trabalhadores em Educação, das Greves Gerais, contra o aumento das passagens do transporte urbano, as lutas do comércio por melhores condições de salário e trabalho, entre outros. Quero dialogar com a classe trabalhadora sobre a necessidade de nos organizarmos e promover uma rebelião contra o sistema capitalista que nos explora e oprime. É necessário que os de baixo se organizem para derrubar os de cima.