Rodinei Candeia é candidato a deputado federal indicado pelo PP de Passo Fundo. Procurador do Estado, coordenou a assessoria técnica as diligências em todo o país pela CPI da Funai e do Incra. Defende a representação local no Congresso para que Passo Fundo e região consiga o retorno de recursos arrecadados aqui.
ON - Se eleito como será sua atuação no Parlamento?
Rodinei Candeia - Vou focar nos temas mais importantes para o país, especialmente a redução da tributação, a descentralização administrativa e a defesa da produção de alimentos, que é a grande vocação brasileira. Pretendo reduzir o gasto de gabinete e os assessores serão técnicos.
ON - Como o senhor pretende fazer a campanha eleitoral? Focado em que plataformas?
Rodinei Candeia - Eu trabalho com voluntários. Não terei nenhum cabo eleitoral pago. Para essas pessoas são fornecidos materiais gráficos, placas e adesivos para veículos, para distribuição regional. Usarei as redes sociais.
ON - Passo Fundo tem demandas históricas como superlotação do Presídio Regional, Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) que nunca foi concluída, obra de ampliação do aeroporto, duplicação de rodovias como a ERS 324 e trecho urbano da BR 285. Com quais destas demandas o senhor (a) pretende se comprometer, caso eleito?
Rodinei Candeia - Todas as demandas apontadas na pergunta são consequência e não causa dos problemas. Fora a BR 285, as demais são de competência do Estado, que não tem recursos. E isso acontece porque o Governo Federal detêm 70% do orçamento público brasileiro. Passo Fundo arrecadou para a União 1 bilhão e 98 milhões em 2017 e recebeu apenas 180 milhões de volta da União. Se metade voltasse, faríamos todas e as obras necessárias. É preciso uma auditoria permanente nas obras públicas, todas elas superfaturadas. A última reforma do Presídio Regional foi feita em 2003, quando fizemos um movimento da comunidade para construção do muro e outras reformas após uma série de fugas. O muro estava orçado em dois milhões de reais e fizemos com 220 mil reais, usando mão de obra dos apenados, acordo com devedores do Estado e materiais obtidos no Juizado Especial Criminal. Usamos a estratégia parecida para fazer os ginásios dos Colégios EENAV, Fagundes dos Reis, Antonino Xavier, Colégio Tiradentes e a ajudar na duplicação da RS 135 na saída para Soledade, sempre por menos da metade que sairia em uma licitação. É preciso rever urgentemente a forma de realização das obras públicas para economizar o dinheiro da população. É preciso uma nova divisão das receitas para o Estado e os municípios. Por isso é importante um parlamentar federal local, para que as verbas públicas retornem.
ON - Cite outras demandas locais ou regional, se for o caso.
Rodinei Candeia - Há demandas históricas da região, como a pavimentação Transbrasiliana e a duplicação da BR 285 no trecho urbano de Passo Fundo. Mas há outras que são negligenciadas. Por exemplo, é preciso retirar a ferrovia da área urbana dos municípios gaúchos, como Passo Fundo, Erechim, Carazinho e Cruz Alta, e fazer a regularização das moradias construídas ao lado dos trilhos. Precisamos também despoluir o Rio Passo Fundo na área urbana e regularizar as casas que estão na margem do rio. Sobre a BR 285, é preciso duplicar ela inteira, por se tratar de um verdadeiro corredor do Mercosul. Também temos de pleitear a duplicação das perimetrais de Passo Fundo e a regularização das casas que foram construídas na faixa de domínio e que hoje colocam moradores e veículos em situação de risco. O Rio Grande tem outros problemas, como a falta de geração de energia elétrica, o que impede a instalação de novos empreendimentos. Precisamos produzir mais energia no Estado, especialmente através de fontes alternativas, como a eólica e energia solar. Nesse sentido, pretendo propor a desburocratização dos processos de licenciamento e a desoneração de tributos toda a cadeia de geração de energia. Outro fator que nos atrapalha muito é a logística ineficiente e cara, que dificulta a comercialização da produção gaúcha. É preciso estimular os investimentos na área de infraestruturam o que ajudará a resolver o desemprego.
ON - Quanto pretende gastar na campanha e quais materiais serão utilizados?
Rodinei Candeia - Nosso orçamento para a campanha é em torno de R$ 250 mil. Os gastos maiores são com a produção de vídeos e com os materiais gráficos. Estamos fazendo vídeos e alimentando as redes sociais. Também fizemos placas para terrenos e casas, folders em dois tamanhos, as "colinhas" e adesivos para veículos.
ON - De onde virão os recursos para cobrir os gastos com a campanha?
Rodinei Candeia - Os gastos da campanha estão sendo cobertos por recursos próprios e dos apoiadores. Não terei Fundo Eleitoral, destinado aos deputados com mandato, o que dificultará a renovação do Congresso. Sou contra o uso de dinheiro público em campanha eleitoral.
ON - O senhor conhece o funcionamento da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional?
Rodinei Candeia - Sim, conheço. Participei do processo legislativoe e trabalhei um ano e meio para o Congresso Nacional coordenando a assessoria técnica da Comissão Parlamentar de Investigação da FUNAI e do INCRA.
ON - Na sua opinião, por que é necessária a representatividade política para uma cidade como Passo Fundo?
Rodinei Candeia - Não só é necessária como é essencial, para que os recursos arrecadados aqui voltem para a região e para os interessse locais sejam bem defendidos no Legislativo e perante o Governo.
ON - O que é fazer política na sua visão?
Rodinei Candeia - Fazer política é prestar um inestimável serviço público durante algum tempo. Política não pode ser profissão.
ON - O Brasil vive uma crise das mais profundas de sua história: qual será sua contribuição, se eleito, para mudar esta realidade?
Rodonei Candeia - O Brasil tem uma crise cultural, da qual decorre a corrupção, a violência, o uso de drogas, a desvalorização do trabalho e a incompetência generalizada no Poder Público. Pretendo trabalhar para a valorização da pessoa humana, como razão da existência do Estado e combater a "coletivização" que trata as pessoas como instrumento e não como finalidade. Para isso, é preciso mudar urgentemente o foco da Educação Brasileira, para que formemos melhores cidadãos e retomemos a valorização do trabalho. São necessárias mudanças na legislação criminal e na execução da pena, que hoje causa 80% de reincidência na prática de crimes. Sobre a corrupção, temos de criar uma estrutura permanente para combate aos crimes contra a Administração Pública. O Brasil tem vocação para ser o grande fornecedor de alimentos do mundo, mas precisamos reduzir o custo de produção, reduzindo a tributação, a burocracia e melhorando muito a logística. Ainda, o Poder Público detém 70% da renda nacional, o que está concentrado em Brasília, o que asfixia a economia, empobrece a população, estimula a corrupção e o fisiologismo político. É preciso descentralizar a gestão pública e reduzir o custo do Estado, diminuir a carga tributária e facilitar a criação de trabalho. É preciso também profissionalizar a gestão pública, estabelecendo parâmetros mínimos de eficiência.
ON - O que o senhor entende por Oposição?
Rodionei Candeia - Oposição é o grupo político que não está no Governo e que se posiciona contra as políticas propostas por quem está no Poder.
ON - O que o senhor (a) entende por base governistas?
Rodinei Candeia - Situação são os partidos e parlamentares que apoiam o Governo de modo permanente e programático.
Breve apresentação
Nasci em Lagoa Vermelha, filho de família humilde que me passou o valor da ética, do trabalho e dos estudos. Moro em Passo Fundo desde 1989 e sou Procurador do Estado do Rio Grande do Sul desde 1993. Sou formado pela UPF, fiz algumas pós-graduações e cursei Doutorado ela Universidade de Barcelona. Fui responsável pelos Grandes Devedores do Estado, quando dei início à reindustrialização de Passo Fundo, trazendo o Grupo Metasa para assumir a MENEGAZ, que a vendeu para a KHUN, criou a BSBIOS e para a qual vendi a área do Z.D. Costi, onde está sendo feito o Passo Fundo Shopping. Nos primeiros 15 anos, essa iniciativa multiplicou o PIB da economia Regional em 900% e a renda anual das pessoas de 7.000 para R$ 27.000 reais por ano. Promovido para Erechim em 2009, atuei em processos de demarcação de terras indígenas, onde comprovei a existência de fraudes , razão pela qual foi criada a CPI da FUNAI e do INCRA, onde coordenei a assessoria técnica as diligências em todo o país. Ainda assessorei o Ministro da Justiça., Sou palestrante e professor de pós-graduação. Sou casado e pai de dois filhos, a Ramona e o Guilherme, e tenho um netinho, o Enzo.