O redimensionamento das redes obrigou uma série de mudanças na legislação eleitoral: se em 2010 as regras eram destinadas, em sua maioria, para propagandas vinculadas em emissoras de rádio e televisão, agora crescem, a cada atualização, as normas que proíbem a veiculação de propagandas pagas, uso de robôs e perfis falsos na internet. Fica claro que a corrida eleitoral já não é a mesma de oito anos atrás: em 2018, a influência – e potência – das redes sociais é muito maior e mais significativa da que existia em 2010, a penúltima eleição presidencial.
O acesso ampliado ao eleitor e o tempo ampliado da rede facilita o processo – e garante que grande parte dos candidatos foque na campanha online. Na região não é diferente. Juliano Roso (PCdoB), que busca pela reeleição na Assembleia, investiu em site próprio e mantém Facebook, Twitter e Instagram ativos durante o processo eleitoral, onde compartilha vídeos e fotos da campanha. Em todas as redes, coleciona pouco mais de 10,6 mil seguidores. Do mesmo partido, Alex Necker também alimenta um site próprio, além das redes sociais atualizadas frequentemente. São mais de 5 mil seguidores em suas páginas.
Mateus Wesp, do PSDB, também se mantém ativo nas redes sociais. Seu Facebook tem mais de 5 mil amigos, com 2,4 mil seguidores, onde publica vídeos de visitas feitas aos municípios durante a campanha, eventos e congressos do partido. Possui um site próprio onde divulga compromissos e opiniões sobre os mais variados assuntos. É ativo também no Instagram, com 4,4 mil seguidores. Já Gilberto Capoani (MDB) possui cerca de 10 mil pessoas ligadas, entre seguidores e amigos adicionados. Nas suas redes, publica fotos da campanha e dos candidatos que apoia, além de suas participações e propostas.
O vereador Eloí Costa (MDB) soma torno de 6 mil seguidores nas redes – o mesmo que Mariniza dos Santos (PT), que apresenta suas opiniões sobre o governo e propostas de campanha. Saul Spinelli, que concorre pelo PSB, soma pouco mais de 8 mil pessoas em suas páginas, onde publica fotos, vídeos e projetos para a Câmara e, se eleito, à Assembleia. Rodinei Candeia, do PP, é ativo nas redes sociais e também em plataformas de vídeos: seu canal no Youtube é atualizado regularmente e possui mais de 400 inscritos. Possui pouco mais de 5 mil seguidores, explana suas opiniões e compartilha propagandas de outros candidatos apoiadores. O mesmo é feito por José Carlos Carles de Souza (PSD), que publica fotos e vídeos produzidos durante a campanha.
Entenda as regras
A atenção sobre as conhecidas como fake news – do inglês, notícias falsas – proporcionou a alteração da legislação eleitoral em 2018. A resolução 23.551, que dispõe da propaganda eleitoral, dedicou um capítulo à propaganda na internet e, ali, diz que todo eleitor é livre para emitir sua opinião, desde que isso não ofenda a honra de terceiros ou, mais ainda, inclua a divulgação de fatos sabidamente inverídicos. Também não é admitido que conteúdos de cunho eleitoral sejam veiculados a partir de usuários com identidade falsa nas redes – o que inclui a proibição de utilização de robôs, podendo haver responsabilização pela remoção de conteúdo e direito de resposta pelo mesmo meio utilizado para divulgar o conteúdo ofensivo. A norma estabelece, igualmente, que o candidato é proibido de impulsionar anúncios – ou seja, pagar para que a rede lhe faça aparecer com maior frequência que os demais. A multa, nestes casos, pode chegar a R$ 30 mil.