Vereador mais votado em 2016, Mateus Wesp é candidato a deputado estadual pelo PSDB e se diz um otimista com o que considera ser possível fazer a boa política. “A política é tida, na tradição cristã, como a mais alta forma de caridade, enfatiza”.
ON - Se eleito, como será sua atuação no Parlamento?
Mateus Wesp - Buscarei atuar da mesma forma que tenho buscado conduzir meu mandato na Câmara de Vereadores. Com ética, transparência, coerência e coragem de defender as ideias e pretensões do povo gaúcho.
ON - Como o senhor pretende fazer a campanha eleitoral? Focado em que plataformas?
Mateus Wesp - Não ter vergonha de ser otimista, de fazer a boa política, de pedir votos para boas causas e de ter a esperança de que o Rio Grande e o Brasil não só podem, mas vão alcançar a estabilidade institucional e a maturidade democrática!
ON - Passo Fundo tem demandas históricas como superlotação do Presídio Regional, Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) que nunca foi concluída, obra de ampliação do aeroporto, duplicação de rodovias como a ERS 324 e trecho urbano da BR 285. Com quais destas demandas o senhor pretende se comprometer, caso eleito?
Mateus Wesp - É uma pergunta difícil. O representante do povo não pode fazer nada menos do que se comprometer com todas. Segurança e infraestrutura são demandas importantíssimas e, para usar uma expressão coloquial, o cobertor é curto. Penso que a situação atual da segurança inspira grandes cuidados, embora uma eventual ampliação do aeroporto atendesse a anseios legítimos de desenvolvimento da cidade. Mas importa trabalhar de antemão questões orçamentárias, para que possamos investir no fundamental: segurança, infraestrutura, educação, saúde…
ON - Cite outras demandas locais ou regional, se for o caso.
Mateus Wesp - Seguindo no tópico da infraestrutura, penso que a questão do acesso às localidades do norte gaúcho é fundamental. Sem comunicação, regiões com potencial econômico enorme não podem se desenvolver adequadamente. Em muitas delas, esse acesso terá de ser asfáltico. Se uma localidade tiver condições de receber trens ou hidrovias, convém desafogar rodovias e explorar estes meios mais eficientes de escoamento da produção. Além disso, é necessário atentar à importância de Passo Fundo como polo regional de serviços em saúde, e buscar os recursos compatíveis com o volume de atendimentos prestados por nossas instituições médicas às populações das cercanias.
ON - Quanto pretende gastar na campanha e quais materiais serão utilizados?
Mateus Wesp - O valor a ser gasto será algo compatível com minha capacidade financeira, que é modesta. Utilizaremos muito as redes sociais, o apoio voluntário de amigos e simpatizantes e alguns adesivos, panfletos e muita força de vontade.
ON - De onde virão os recursos para cobrir os gastos com a campanha?
Mateus Wesp – De economias próprias e de pessoas que acreditam em mim.
ON - O senhor conhece o funcionamento da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional?
Mateus Wesp - Sim. Como professor de Direito Constitucional, conheço um pouco dos trâmites desses órgãos de produção jurídica. Obviamente, existem detalhes que uma pessoa só pode conhecer atuando dentro da instituição, porém, tenho conversado com políticos que já passaram por lá e procurado obter o máximo de informações para chegar lá o mais bem preparado possível.
ON - Na sua opinião, qual a importância da representatividade política para uma cidade como Passo Fundo?
Mateus Wesp - Passo Fundo é uma das maiores cidades do estado. Foi palco de acontecimentos históricos, como a batalha do Pulador, e tem um papel muito importante no cultivo das tradições gaúchas, além da agricultura, comércio e vida universitária pujantes. Como mencionado, tem papel de liderança regional no setor de saúde (3º PIB médico da região Sul) e isso tudo não pode ser ignorado, numa devida ordem das coisas.
ON - O que é fazer política na sua visão?
Mateus Wesp - Fazer política, para mim, é fazer o bem. A política é tida, na tradição cristã, como a mais alta forma de caridade. O político tem a capacidade de fazer um bem enorme, e tem, portanto, uma grande responsabilidade. Isto significa promover a difusão do bem às pessoas (bens morais, materiais, culturais), seja diretamente, por órgãos do Estado, seja proporcionando canais ou removendo obstáculos a ela, atentando ao Princípio da Subsidiariedade. Fazer política é, em suma, cuidar com diligência do bem-comum, das pessoas.
ON - O Brasil vive uma crise das mais profundas de sua história: qual será sua contribuição, se eleito, para mudar esta realidade?
Mateus Wesp - Em primeiro lugar, pautar-me pela ética. Em nível estadual, defendo que o Rio Grande entre na 4ª Revolução, com gestão de dados por máquinas, deixando as pessoas cuidarem das pessoas. Diminuir a burocracia.
Apoiar uma melhor gestão dos recursos, com base em um balanço estrutural, para que a arrecadação de tempos de bonança não se esvaia, nos de escassez.
Importa também enxugar a legislação, conceder espaço à sociedade civil, aplicar o máximo possível o Princípio da Subsidiariedade, para que famílias e comunidades reais tenham influência política, em vez de ONGs que de não-governamentais tem só o nome. Apoiar sempre a reforma das nossas instituições políticas, com parlamentarismo, que diminui loteamentos de cargo; voto distrital, que diminui os custos da campanha e aproxima os políticos do povo, e um federalismo real, com mais receitas e competências nos entes locais.
ON - O que o senhor entende por Oposição?
Mateus Wesp - Fazer oposição é discordar da linha política de um governo, combatendo as medidas concretas por ele tornadas para a solução de problemas, e é necessária à preservação da democracia. Não se deve confundi-la com a subversão, que é adversa ao Estado, à auto-representação existencial de uma sociedade na história, a seus valores fundamentais.
ON - O que o senhor entende por base governistas?
Mateus Wesp - É o apoio popular dado, por meio de representantes eleitos, ao governo escolhido pelo povo por meio do voto direto. É a adesão a um projeto proposto para a condução da comunidade em um determinado período histórico, defendendo sua implementação e execução fidedigna, com vistas ao bem-comum.
BREVE APRESENTAÇÃO
Tem 30 anos. Formado em Direito pela PUC-RS, e mestre e doutor em Direito Público pela UFRGS, onde está concluindo pós-doutorado. Antes de eleito vereador, já era professor universitário e advogado. Consciente das carências do cenário regional e brasileiro, decidiu ingressar na política, para levar o conhecimento adquirido para dentro das instituições, com ética, conhecimento e coragem para mudar.