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Entrevista com a candidata Marli Schaule

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Marli Schaule é mais uma representante feminina na disputa eleitoral deste ano, indicada por Passo Fundo. Ela concorre a uma das duas vagas ao Senado pelo PSTU.

 

ON - Se eleita, como será sua atuação no Parlamento?
Marli Schaule - A minha atuação será em defesa dos interesses dos trabalhadores, na luta pela revogação da Reforma Trabalhista, contra a Reforma da Previdência, contra as privatizações, deixando claro que só a luta e a organização dos trabalhadores podem garantir direitos e condições de vida dignos para nossa classe.

 

ON - Como a senhora realizou sua campanha eleitoral? Focada em que plataformas?
Marli Schaule - A nossa campanha se pautará pelas necessidades mais sentidas pela classe trabalhadora, fazendo a discussão de que somente com uma rebelião dos de baixo, será possível ter emprego, segurança, moradia, saúde, educação e transporte público dignos para a maioria da população que é a classe trabalhadora.

 

ON - Passo Fundo tem demandas históricas como superlotação do Presídio Regional, Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) que nunca foi concluída, obra de ampliação do aeroporto, duplicação de rodovias como a ERS 324 e trecho urbano da BR 285. Com quais destas demandas a senhora pretende se comprometer, caso eleita?
Marli Schaule - Comprometemo-nos com todas estas demandas, embora todas já poderiam estar resolvidas, há muito tempo, mas os sucessivos governos priorizaram o pagamento da dívida pública, em dar isenções fiscais, alcançando em torno de 15 bilhões de reais não recolhidos pelo governo que poderiam ser usados para investir em todas estas demandas, através de um plano de obras públicas, que poderiam gerar emprego e renda para toda região.

 

ON - Cite outras demandas locais ou regional, se for o caso.
Marli Schaule - Em Passo Fundo temos um grave problema de moradia que se materializa nas cercas de 50 ocupações urbanas espalhadas pela cidade. Propomos regularizar imediatamente estas áreas ocupadas, a desapropriação de imóveis e terrenos vazios que servem à especulação imobiliária e a construção de moradias através do nosso plano de obras públicas controladas pelos moradores de cada região.


ON - Quanto pretende gastar na campanha e quais materiais serão utilizados?
Marli Schaule - Temos uma previsão de gastos de até R$ 200.000,00 na chapa majoritária. Os materiais usados serão panfletos, produção de vídeos para os programas eleitorais e o uso das redes sociais, ressaltando que a produção é feita, em sua quase totalidade, pela militância do partido.

 

ON - De onde virão os recursos para cobrir os gastos com a campanha?
Marli Schaule - As campanhas do PSTU são financiadas pelos militantes, simpatizantes do partido, não aceitamos financiamento dos ricos e poderosos, pois quem paga a banda escolhe a música.


ON- A senhora conhece o funcionamento da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional?
Marli Schaule - Sim, conhecemos tanto que defendemos o fim do foro privilegiado, a revogação dos mandatos, salário igual ao de um operário especializado e a extinção do Senado, pois é uma instituição que não serve à classe trabalhadora, com um orçamento para 2018 de 4,4 bilhões de reais que poderiam ser usados para investir nas áreas sociais.

 

ON - Na sua opinião, por que é necessária a representatividade política para uma cidade como Passo Fundo?
Marli Schaule - Passo Fundo tem uma representatividade política, histórica, geográfica, cultural, econômica e cientifica, tendo peso político estadual e nacional, sendo linha de frente em manifestações políticas e sociais da classe trabalhadora e juventude além das culturais educacionais como a Jornada de Literatura, as pesquisas cientificas da Embrapa, além de ser um polo regional na área da saúde.

 

ON - O que é fazer política na sua visão?
Marli Schaule - Fazer política é o que fizemos no dia a dia, nos posicionar frente aos acontecimentos na sociedade e defendendo os interesses da classe social a qual se pertence, ou seja, no meu caso, a defesa dos interesses da classe trabalhadora.

 

ON - O Brasil vive uma crise das mais profundas de sua história: qual será sua contribuição, se eleito, para mudar esta realidade?
Marli Schaule - A nossa contribuição será ajudar na organização do povo trabalhador, porque as eleições são uma farsa, que não muda a vida dos trabalhadores, por isto, nós do PSTU, fazemos um chamado à rebelião, para que os de baixo derrubem os de cima, rumo à revolução socialista nacional e internacional.


ON - O que a senhora entende por Oposição?
Marli Schaule - Entendo que Oposição são os que tem divergências políticas e ideológicas em relação à condução do Governo de plantão, isto em um contexto geral do que seria uma oposição, porem no Brasil, tem se mostrado que a Oposição nada mais é que um bloco sem princípios, que juntam-se para disputar a máquina pública para dela se beneficiar.


ON - O que a senhora entende por base governistas?
Marli Schaule - Entendo por base governista, todos os partidos que entraram na coligação para eleger um determinado governo e sua base parlamentar que dá sustentação aos projetos que este governo encaminha e implementa, sendo na pratica assim como a oposição, blocos sem princípios formados exclusivamente por acordos na divisão dos cargos públicos.

 

Breve apresentação
Tenho 61 anos, sou professora estadual e municipal aposentada, tendo formação em magistério no 2º grau, graduação em geografia e pós-graduação em metodologia do ensino de geografia. Comecei minha carreira em Três Passos/RS em 1974, como professora de educação infantil, atuando também no ensino fundamental. Minha militância nas lutas se dá a partir de 1979, na primeira greve do magistério público estadual. Em 1987, mudo-me para Passo Fundo, onde sigo minha trajetória profissional na educação infantil, fundamental e no ensino médio. Em 1992, sou nomeada como professora municipal, tendo atuado como professora na Escola Municipal Antonino Xavier. Fui vice-diretora da EEEM Adelino Pereira Simões, membro da diretoria do 7º Núcleo do CPERS/Sindicato, membro da diretoria colegiada do Centro Municipal de Professores (CMP), além de diretora da EMEF Antonino Xavier. Também fui representante dos aposentados no Conselho Geral do CPERS/Sindicato em Porto Alegre, coordenadora regional do Movimento Mulheres em Luta e da executiva regional da CSP-Conlutas. No ano de 2016, concorri pelo PSTU como candidata à vice-prefeita de Passo Fundo. Toda minha trajetória foi construída em defesa da educação pública, universal, de qualidade e laica, bem como na luta contra as opressões e a exploração que a sociedade capitalista impõem para dividir a classe.

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