É recente a decisão de assegurar que todos os cidadãos tenham direito ao voto, independente de sexo, cor ou classe social. Na realidade, as condições eleitorais operam desta forma há apenas 30 anos, a partir da implantação da Constituição Cidadã de 1988. Entre 1824 e 1981, por exemplo – quando o país ainda era comandado pelo Império – apenas homens com mais de 25 anos e renda anual maior que 100 mil réis tinham o direito de escolher seus representantes nas eleições primárias. O movimento era conhecido como voto censitário, concedido a um restrito grupo de brasileiros. Pouco mudou com a Constituição Republicada na 1891: o voto censitário foi abolido, mas ainda assim apenas homens alfabetizados votavam – uma parcela pífia da população. As mulheres só conquistaram o direito ao voto há 86 anos, em 1932. Já os religiosos puderam ir às urnas a partir de 1934. Durante todo o período, pessoas analfabetas eram proibidas de votar. O aval só foi dado em 1985, há 33 anos. Já os militares tiveram direito de exercer o voto apenas com a Constituição de 1988.
Como diz o primeiro-ministro português, António Costa, “o voto é a arma do povo e na democracia o voto é a única arma que se deve ouvir”. Assim, munidos apenas de título eleitoral, os gaúchos poderão escolher o presidente da República, o governador do Estado e os seus representantes para o Senado, Câmara de Deputados e Assembleia Legislativa.