Representantes dos quatro partidos políticos que ainda estão diretamente na disputa pelo governo do Estado e presidência da República jácomeçaram avaliar o desempenho de seus candidatos no 1º turno e projetar as estratégias para o confronto final no dia 28 de outubro.
O diretório municipal do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), deve se reunir ainda nesta semana. O candidato do partido ao governo do Estado, Eduardo Leite, foi o mais votado na eleição de domingo, com 35,8% dos votos, seguido do atual governador, José Ivo Sartori, com 31,1%. Os dois voltam a se enfrentar no 2º turno, marcado para 28 de outubro.
Presidente municipal do partido, Ênio de Oliveira disse que a reunião servirá para avaliar o desempenho do PSDB no primeiro turno, incluindo todos os candidatos, e traçar as metas para os próximos 20 dias de campanha. O apoio ao candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, também estará na pauta. "A minha posição pessoal, não do partido, é de apoio a Bolsonaro", adianta.
Quanto ao fraco desempenho de Geraldo Alckmin, na corrida presidencial (4,78%), Oliveira entende que faltou clareza de posicionamento em relação a algumas questões, como as reformas que estão por vir. "É preciso ter uma identidade, um posicionamento definido sobre as questões. Não podemos fugir da linha ideológica", avalia, ressaltando que a opinião é pessoal e não do partido.
Segundo ele, o apoio aberto de vários candidatos do PSDB a Jair Bolsonaro, já no primeiro turno, em detrimento de Alckmin, tem relação com o posicionamento do candidato do PSL, principalmente em relação às questões de segurança. "Um dos principais problemas do país é a falta de segurança. Ele é o único candidato que tenta fazer alguma coisa", diz.
Oliveira aproveitou para agradecer a votação feita pelos candidatos do partido, e destacou a eleição de Mateus Wesp para a Assembleia Legislativa, com 28,1 mil votos. "Quando se trabalha o sucesso aparece", finalizou.
MDB
Presidente do diretório municipal do Movimento Democrático Brasileiro MDB), Paulo Severo, disse que a votação do candidato ao governo do Estado, José Ivo Sartori, nas urnas de Passo Fundo, manteve a mesma média do restante do Rio Grande do Sul. Satori fez 33.43% dos votos em Passo Fundo. No Estado, a média foi de 31.11%.
Conforme Severo, o diretório municipal deve se reunir na próxima quarta-feira para avaliar o trabalho. O núcleo local vai aguardar as diretrizes do diretório estadual para iniciar o trabalho na cidade visando o 2º turno. "Vamos dialogar com os demais partidos, com os quais sempre tivemos uma relação respeitosa, visando os objetivos do município" afirmou.
Corrida presidencial
Convencer eleitores que não compareceram às urnas está entre as estratégias que o Partido dos Trabalhadores (PT), pretende adotar para a disputa presidencial no segundo turno. A reunião para definir as estratégias estava marcada para ontem à noite. Em Passo Fundo, o candidato petista Fernando Haddad, fez 22,54% dos votos, contra 54,79 de Jair Bolsonaro, do PSL.
Na avaliação do presidente municipal do PT, Jorge Gimenez, existe um universo de aproximadamente 58% de eleitores, incluindo o índice de abstenção ou que escolheram outros candidatos no 1º turno, com potencial de apoio a Haddad na disputa do 2º turno. "Vamos conversar com essa fatia do eleitorado. Mostrar nossas propostas e o que representa a candidatura do adversário".
Gimenez disse que a votação no município foi dentro do esperado para uma cidade, que segundo ele, o anti-petismo é um dos mais arraigados. "Basta lembrar que aqui foi a única cidade que a Caravana do Lula não conseguiu entrar", comenta. Sobre a estratégia de campanha, o presidente local explicou que a militância percorreu todos os bairros da cidade e evitou o clima hostil do centro. "Fomos muito bem recebidos, tanto que conseguimos uma votação significativa. Fizemos mais de 20% aqui com Haddad e 16.5% com Miguel Rosseto".
Os 54,79% dos votos registrados para o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), nas urnas de Passo Fundo, já eram esperados pelos integrantes do partido.
Segundo o coordenador de campanha no município, Fabiano de Oliveira, a surpresa ficou por conta de alguns bairros mais periféricos da cidade, como José Alexandre Zachia, em que o índice atingiu quase 50% dos votos.
Presidente municipal do PSL, Vinícius de Morais destaca que o partido conseguiu votação superior em regiões da cidade que, até então, 'eram considerados redutos do Partido dos Trabalhadores'. Ao avaliar a campanha, ele credita 99% do desempenho ao papel que as redes sociais tiveram durante todo o processo. "O PSL não investiu dinheiro algum, até porque não tinha. O trabalho todo foi feito pelas redes sociais, com colaboração dos voluntários. Os materiais que surgiram foram patrocinados pelos próprios eleitores. É uma campanha que entrará para a história", avaliou.
O presidente destacou ainda, o desempenho do partido na corrida pelas cadeiras da Assembleia Legislativa. "Elegemos quatro deputados estaduais, sendo que os dois mais votados são do nosso partido". O diretório municipal do partido se reuniria no final da tarde ontem, para traçar as estratégias do 2º turno na corrida presidencial.