Maioria dos partidos adota neutralidade

Apesar de não se envolver enquanto sigla, diversas figuras políticas já manifestaram suas preferências para o dia 28 de outubro

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Maioria dos partidos não vai se posicionar formalmente para o segundo turno entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Até à tarde de ontem (10), pelo menos nove legendas já haviam liberado integrantes para eventual apoio (Podemos, PPS, DEM e PR) ou declarado neutralidade (PP, Patriota, DC, PRB e PSDB) na disputa presidencial do dia 28 de outubro. Representantes de quatro siglas já decidiram ficar do lado de Haddad (PSOL, PPL, PDT e PSB), enquanto até agora apenas um declarou apoio unânime a Bolsonaro (PTB). Outros partidos terão encontros nos próximos dias para deliberar sobre o apoio. É o caso da Rede de Marina Silva, do Solidariedade, PSD, PV e MDB.


Apesar das siglas adotarem tal postura, algumas figuras políticas já deram declarações apontando suas preferências. No Rio Grande do Sul, os dois candidatos que concorrem ao governo do Estado, José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) sinalizaram apoio a Bolsonaro. A posição do emedebista gaúcho, no entanto, trouxe discordâncias. Logo após o anúncio, o PSB pediu a retirada imediata da coligação por divergência ideológica. O MDB nacional ainda não se posicionou sobre o pleito. A senadora gaúcha Ana Amélia, do PP, também se posicionou, apesar da neutralidade da legenda. Ana Amélia disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que apoiar Bolsonaro “é questão de lógica”, vista a votação feita pelo presidenciável no RS.


Um ponto que pesou na decisão pela neutralidade foi as diferenças regionais. Partidos que disputam algum Estado no segundo turno preferiram não declarar apoio à Presidência para evitar rupturas internas. É o caso do PSDB, presidido por Geraldo Alckmin, quarto colocado no primeiro turno. O encontro da legenda ocorreu em clima tenso e ainda sob efeito do desempenho dos tucanos nas urnas, menor do que em anos anteriores. Apesar disso, há nomes que preferem se manter isentos por discordarem das visões do candidato. O partido ainda enfrentará seis disputas estaduais e, segundo Alckmin, "o protagonismo agora tem que ser dos candidatos".


No caso dos candidatos ao governo do RS, o apoio a Bolsonaro foi uma tentativa de se aproximar dos eleitores, já que o capitão reservista fez mais de 54% dos votos em solo gaúcho.


Apoios dos presidenciáveis
Os candidatos à Presidência derrotados no primeiro turno devem seguir apoio de acordo com a matriz ideológica que já se observou nos debates. Crítico ao petismo, Álvaro Dias, com 860 mil votos (0,8% dos votos válidos), já se posicionou. "Não imaginem a hipótese de eu apoiar o PT no segundo turno desta eleição. Essa hipótese não existe, é surreal porque eu valorizo a coerência, a verdade, a coragem", disse, fazendo críticas às gestões que, segundo ele, assaltaram o Brasil.


Informalmente, outras lideranças políticos já sinalizaram como atuarão nesta reta final. Ante do PDT firmar apoio a Haddad, Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar, já havia indicado que deveria assumir um “apoio crítico” à candidatura de Haddad. No domingo, o ex-governador do Ceará declarou que vai continuar “lutando pela democracia”. Ele já havia feito críticas a Bolsonaro. João Goulart Filho, do PPL, foi outro que se antecipou ao anúncio formal da legenda e disse que apoiará Fernando Haddad para evitar o "risco de uma nova ditadura". Essa é a mesma opinião dos correligionários de Guilherme Boulos, do PSOL, que declararam "apoio incondicional" ao petista.

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