A três dias da votação no segundo turno, as campanhas políticas chegam aos últimos momentos. Em Passo Fundo, PT, PSL e grupos coletivos se organizam para tentar fisgar a atenção de quem ainda não decidiu o voto ou de quem, eventualmente, já decidiu, mas pode mudar até domingo (28). De um lado, simpatizantes de Jair Bolsonaro (PSL) utilizam as redes sociais como principal ferramenta para angariar votos. Do outro, apoiadores de Fernando Haddad (PT) apostam em abordar os eleitores pessoalmente. Confira como estão se organizando e o que ambos planejam como estratégia até sábado (27), último dia em que os partidos podem fazer passeatas, utilizar carro de som e divulgar material impresso.
Apoiadores de Haddad
Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Passo Fundo está apostando na campanha boca a boca. Essa estratégia de conversar pessoalmente com os eleitores, sobretudo nos bairros da cidade, é em virtude do percentual de brancos, nulos e indecisos contabilizados em 13%, segundo a pesquisa Ibope divulgada na terça-feira (23). Além de levar propostas e tentar convencer eleitores a votar em Fernando Haddad, os petistas também apostam no trabalho de campo a fim de desmentir notícias falsas espalhadas contra a chapa, de acordo com o presidente municipal do partido, Jorge Gimenez.
“A gente chega para conversar, para comparar propostas, mas a conversa é sempre sobre uma fake news que a pessoa recebeu e que precisamos apresentar os fatos”, explica, citando o caso de um post que circulou com uma foto da candidata a vice-presidência Manuela D’Avila com uma camiseta escrita “Jesus é travesti”. O fato foi desmentido por alguns jornais como Folha de São Paulo, G1 e Veja. Apesar de este trabalho ser o grande desafio da eleição para os petistas, na avaliação de Gimenez, o sentimento, nesta reta final, é de virada.
O diretório municipal do PT apoia o “Ato pela Democracia #Elenão”, organizado pelos coletivos Maria, vem com as outras!, Plural Resistência e comitês suprapartidários. A concentração está prevista para quinta-feira (25), às 17h, na Esquina Democrática.
Simpatizantes de Bolsonaro
Apoiadores de Jair Bolsonaro intensificam a campanha online em grupos do Facebook e Whatsapp nestes últimos dias antes das eleições. Paralelo a isso, ativistas políticos e filiados ao Partido Social Liberal (PSL) de Passo Fundo estão se organizando para fiscalizar as urnas no domingo (28). O objetivo, de acordo com o administrador do grupo “Bolsonaro Passo Fundo”, Francisco Emílio Lupatini, é impedir fraudes e boca de urna. O partido contabiliza mais de 160 voluntários para trabalhar no segundo turno. No dia 7 de outubro, o partido somou por volta de 50 fiscais.
Longe das redes sociais, os apoiadores de Bolsonaro também realizam atos. Lupatini ressalta que os ativistas tiram dinheiro do bolso para apoiar o candidato e cita o exemplo de camisetas com a foto do militar que são vendidas a preço de custo. Ele não acredita nas informações relativas as fake news e diz que não existe caixa dois da campanha, porque todas as doações são legais.
Para definir as manifestações dos próximos dias, os dirigentes do PSL e administradores de grupos de apoio a Bolsonaro haviam marcado uma reunião para a noite de ontem (24). Por isso, até à tarde, quando ON entrou em contato, não havia mais detalhes dos atos.
Ibope
Em pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope na terça-feira (23), o candidato Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança, com 57% dos votos válidos (excluindo brancos, nulos e as pessoas que se manifestaram indecisas), contra 43% de Fernando Haddad (PT). No levantamento anterior, realizado no dia 15 de outubro, Bolsonaro havia registrado 59% e Haddad, 41% dos votos válidos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Quando inclusos brancos, nulos e indecisos, Bolsonaro caiu de 52% para 50% e Haddad se manteve em 37%. A diferença foi nos brancos e nulos, que passaram de 9% para 10%, e nos indecisos, que oscilaram de 2% para 3%.
Na avaliação sobre a certeza da preferência pelos candidatos, os que com certeza votariam em Bolsonaro eram 41% no levantamento anterior e agora são 37%. Os entrevistados que poderiam votar se mantiveram em 11%. E os que não votariam de jeito nenhum saíram de 35% para 40%. As pessoas ouvidas que disseram não conhecer o presidenciável do PSL permaneceram em 11%, e os que não souberam ou não quiseram opinar ficaram em 2%.
No caso de Haddad, os que manifestaram desejo de votar eram 28% e agora são 31%. Os que poderiam votar oscilaram de 11% para 12%. As pessoas que não votariam de jeito nenhum caíram de 47% para 41%. E os que preferiram não opinar ficaram em 2%.
A pesquisa entrevistou 3.010 pessoas nos dias 21 a 23 de outubro em 208 municípios. O levantamento foi encomendado pela Rede Globo e o jornal O Estado de S. Paulo. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-07272/2018.