?EURoeNão me cobrem para votar contra o Rio Grande?EUR? diz Capoani

O deputado foi reeleito com 37.058 votos, dos quais 4.411 feitos em Passo Fundo

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Deputado Gilberto CapoaniDeputado Gilberto Capoani
Deputado Gilberto Capoani
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Deputado reeleito Gilberto Capoani, MDB, 65 anos, assume hoje o quarto mandato como deputado estadual. É a primeira vez que disputou a eleição indicado como candidato exclusivo do diretório do MDB de Passo Fundo. Nas eleições anteriores saiu como indicado da região do Alto Uruguai, onde mantém vínculos fortes por conta dos mandatos de prefeito de Sertão. Capoani foi reeleito com 37.058 votos, dos quais 4.411 feitos em Passo Fundo. Político experiente, foi prefeito de Sertão por três mandatos e chegou a assumir um período como deputado federal. Neste entrevista concedida ao O Nacional, ele fala como vai conduzir o mandato que começa a partir de hoje.

 

ON – Como o senhor vai conduzir o seu 4º mandato na Assembleia Legislativa?
Gilberto Capoani – Vamos dar continuidade ao trabalho que a gente vem fazendo ao longo da história na Assembleia e que tem sido aprovado pela população gaúcha. Dos 55 deputados, só 27 estão retornando e eu sou um deles. E dos 27, quatro apenas aumentaram a votação, e eu fui um dos quatro que aumentou a votação. Vamos continuar trabalhando na área da segurança pública. Manteremos parceria com a Brigada Militar, visando aumento de efetivo, de equipamentos e de veículos. Continuaremos acompanhando a infraestrutura e destacamos o acompanhamento da obra do aeroporto, cujo início da obra está programado para fevereiro. A questão do trecho urbano da 285, que ainda não tem projeto e não foi elencada como uma obra prioritária pelo DNIT, é uma luta que estamos fazendo. A Transbrasiliana, que já está com a licitação para elaboração do projeto de engenharia também continua na nossa pauta e tem a questão dos trevos de acesso a Passo Fundo pela 324. São quatro trevos com problemas de congestionamento diário que precisam melhorar. Também precisamos continuar enfrentando as questões estruturais do Estado, que gasta mais do que arrecada e tem um grande comprometimento com pessoal. O governo precisa mexer na aposentaria do servidor público, e tem que mexer sim. Eu acho que as aposentadorias tinham que ter um cálculo matemático, se aposentar de acordo com aquilo que a pessoa contribuiu durante a vida. A aposentadoria é uma poupança que a gente faz quando trabalha para receber quando se aposenta. São questões que tem que ser revistas e nós pretendemos estar lá.

 

ON – Ser governo e estar apoiando o governo: o que muda na sua atuação como parlamentar?
Capoani – Não muda nada, absolutamente. Eu sempre tenho dito que independentemente do MDB estar na oposição ou no governo terei a mesma postura. Não me cobrem para que eu vote contra o Rio Grande, tão pouco vote mudando minha posição de quando éramos governo. Terminar com estatais deficitárias e uma série de reformas estruturais que o Estado tem que ter, continuam sendo necessárias. Essa eleição foi sui generis, porque nas outras eleições havia disputa entre projetos antagônicos. Na eleição passada, dois projetos exatamente iguais disputaram o governo, com poucos pontos de divergência. Então eleito um governador com projeto semelhante, era muito natural de que houvesse adesão do MDB na base de apoio do governador Eduardo Leite.

 

ON – O que o governo deve superar para que o Estado retome o caminho do desenvolvimento?
Capoani - Em primeiro lugar, o orçamento do Estado mais um vez foi aprovado com déficit. Além disso, agora a questão dos precatórios e que eu acho que o governo tem que pagar. Quando a gente deve para o Estado ele vem para cima de nós com unhas e dentes, bloqueia conta, toma bens, tem uma agilidade extraordinária. Alguém fica brigado com o Estado 20 anos para provar que tem um crédito e depois demora mais tempo para receber, então tem que pagar, só que a determinação judicial para que o Estado quite todos os precatórios até 2024 vai aumentar a despesa do Estado de R$50 milhões para R$200 milhões. São R$150 milhões a mais por mês, é quase a metade do pagamento da dívida com a União, então isso vai agravar ainda mais a dificuldade financeira que tem o Estado. Além disso, tem as corporações, entre as quais o Judiciário que é o que mais ganha e que se auto concedeu um aumento de cerca de 16%, além de um projeto pendente de avaliação na Assembleia de 5,8%. Nós como deputado não tivemos aumento quatro anos e não propusemos agora no final do ano, porque entendemos que não há clima para dar aumento de salário dos deputados. Tinha que haver uma uniformidade para todo mundo. Além disso, tem a questão do teto salarial que ninguém respeita, agora tem uma decisão do judiciário de que uma mesma pessoa pode receber um teto de cada poder, fora aquilo que não entra no teto. Isso dificulta, sem sombra de dúvida, o saneamento financeiro do Estado.

 

ON - O senhor mora em Passo Fundo há anos e agora ampliou sua votação aqui. O senhor acha a comunidade está percebendo mais a sua atuação como um parlamentar local?
Capoani - Aumentei consideravelmente a votação aqui. Eu nunca fui indicado candidato de Passo Fundo pelo partido. Foi a primeira vez. Nas cinco eleições que eu concorri, quando eu fui candidato a deputado federal, Passo Fundo lançou Marivone Castelli, depois uma eleição estadual tinha o Verceli de Oliveira, o João Pedro e a outra era o Caio Rocha. Foi a primeira eleição que eu concorri com o apoio do MDB de Passo Fundo, que eu me orgulho muito e me dá muita responsabilidade com a cidade para que a gente trabalhe ainda mais pela cidade. Eu sempre fui candidato do Alto Uruguai, porque de Sertão para lá faz parte da região do Alto Uruguai, e eu presidi e sai como candidato da região desde a primeira vez. Também agora lá tivemos um aumento significativo da votação e pretendemos regionalizar mais a nossa atuação. Nosso foco será regional.

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