Na tarde desta quinta-feira, durante Sessão Solene de Posse da 55ª Legislatura, ocorre também a eleição e a transmissão de cargos da nova Mesa Diretora. O deputado Luís Augusto Lara deverá ser o 67º presidente do Parlamento gaúcho desde 1935 (data em que o Poder Legislativo do Estado passou a se chamar Assembleia Legislativa). Lara foi indicado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), conforme acordo pluripartidário firmado entre as bancadas.
Luís Augusto Barcellos Lara, 50 anos (19/10/1968), é natural de Bagé. Irá para o sexto mandato na Assembleia Legislativa, reeleito com 56.396 votos pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o que o fez o deputado mais votado de sua bancada.
A maior votação foi na sua base eleitoral, Bagé (20.836), na Fronteira Oeste, com presença eleitoral em municípios da região como Dom Pedrito (6.298) e Rosário do Sul (1.611). Registrou muitos votos também em Porto Alegre (2.642) e Pelotas (1.747).
Na Assembleia Legislativa, durante a última legislatura, Lara dedicou-se ao estudo detalhado das fragilidades do orçamento público que resultam na escassez de recursos e, como consequência, na pauperização dos serviços públicos, em especial na saúde, segurança e geração de emprego. Bacharel em direito, fez da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, que presidiu durante duas oportunidades nos últimos quatro anos, uma trincheira para vasculhar os vazamentos que tornam o orçamento do Estado incapaz de ordenar as receitas e direcionar as despesas para o que é essencial.
“Me dediquei no último mandato a estudar o orçamento e é preciso abrir a caixa preta dos incentivos fiscais”, está convencido o parlamentar, que chegou a indicar a questão tanto para o atual governador, José Ivo Sartori, quanto ao eleito, Eduardo Leite. Ele aponta que um terço da arrecadação fica comprometida com incentivos fiscais, redução de alíquotas de ICMS ou juros subsidiados à empresas. “É o dinheiro que falta para hospitais, segurança pública, emprego”, ao mostrar que o Estado é o que mais concede incentivos na Federação, supera 30% do orçamento.
A outra ponta do vazamento orçamentário está na sonegação fiscal, mostra Lara, preocupado com o desmonte dos mecanismos de fiscalização. “Então, abrir a caixa preta dos incentivos fiscais e reforçar o combate à sonegação é o principal pilar para vencermos a crise do Estado”, acredita Lara.