O porta-voz da Presidência da República, general Otávio do Rego Barros, confirmou no fim da tarde desta segunda-feira a exoneração de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral de governo. Um dos principais coordenadores da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro foi chamado de mentiroso pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro, quando o pai ainda estava no hospital. Em nota curta, o presidente se limita a agradecer pela dedicação do ex-aliado à frente da pasta e a desejar "sucesso na sua nova caminhada". O porta-voz da presidência se restringiu ao anúncio da demissão. "O motivo da exoneração do ministro é motivo de foro íntimo do nosso presidente", declarou, acrescentando que o general Floriano Peixoto será o substituto de Bebianno.
“O excelentíssimo senhor presidente da República decidiu exonerar, nesta data, do cargo de ministro, o senhor Gustavo Bebianno Rocha. O senhor presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso na nova caminhada”, disse Rêgo Barros, negando que a decisão pela exoneração tenha ocorrido há alguns dias. O porta-voz confirmou que o general Floriano Peixoto assumirá de forma definitiva a Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável pela implementação de medidas para modernizar a administração do governo e avançar em projetos em curso. É uma das pontes entre o Palácio do Planalto e a sociedade.
Exoneração
Bebianno, presidente do PSL na época da campanha eleitoral, é suspeito de irregularidades no repasse de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para candidatas do partido. Questionado, Bebianno negou participação nas irregularidades. “Reitero meu incondicional compromisso com meu país, com a ética, com o combate à corrupção e com a verdade acima de tudo”, disse o ministro, em nota divulgada na semana passada. O presidente Jair Bolsonaro determinou a investigação das candidaturas “laranjas”.
Quem é o novo ministro
O novo ministro da secretaria-geral é General da reserva do Exército, Floriano Peixoto Neto e já estava no governo. O novo ministro iniciou a carreira militar em 1973 e concluiu a formação na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1976, na arma de infantaria. Paraquedista militar, assim como Bolsonaro, Floriano alcançou o posto de general de divisão (três estrelas), o penúltimo na hierarquia do Exército. Ele passou à reserva em março de 2014.
Floriano participou duas vezes da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti, uma como oficial de operações e outra como o comandante das forças militares no país. Ele liderava a missão quando ocorreu o terremoto no Haiti, em 2010. Com a escolha do militar, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, será o único civil com cargo de ministro no Palácio do Planalto.