“O socorro aos estados será proporcional ao esforço de cada um deles. O plano permitirá a antecipação de resultados e a movimentação de ativos disponíveis para antecipar recursos”, explicou o ministro. A possibilidade de mobilização de recursos de outras instituições públicas para retomar o equilíbrio fiscal das finanças de estados e municípios também está sendo analisada, segundo o ministro.
O movimento considerado mais importante por Guedes, no entanto, é a PEC do pacto federativo. “A classe política tem de recuperar o controle sobre os orçamentos públicos. A decisão de como usar esses recursos deve partir dela”, explicou o ministro, que considera a centralização de recursos nas mãos da União um dos motivos do desequilíbrio fiscal.
A descentralização dos recursos, com a adoção de um pacto federativo, permitiria, de acordo com Guedes, que os recursos do petróleo, hoje centralizados na União, tivessem um percentual distribuído entre estados e municípios. Guedes também classificou como dramática a situação do sistema previdenciário brasileiro e pediu que os governadores sejam protagonistas do processo, apoiando a reforma proposta e ajudando a garantir os votos que permitam que ela seja aprovada.
Em consonância com o ministro, Leite reforçou a importância da aprovação da Reforma da Previdência, ressaltando que, hoje, o sistema previdenciário ocupa 60% da receita da União. “Se nada for feito, a previsão é de que, em 10 anos, esse percentual cresça para 80%, o que significa um colapso nos serviços”, afirmou. Para o governador, a Reforma da Previdência é urgente e uma questão de sobrevivência para estados, municípios e União.
Leite sugeriu uma alteração de terminologia na proposta já exposta pelo Executivo federal, uma vez que todos os dispositivos se referem a aposentados. “Militares não são, tecnicamente, aposentados", observou. "Sugerimos que a terminologia utilizada seja inativos”, ponderou o governador. No Rio Grande do Sul, a possível receita obtida pela contribuição extraordinária dos servidores públicos seria reduzida em 30% caso a proposta não abarque os militares.
Quanto ao ambiente político favorável à aprovação das reformas, Leite mostrou certa urgência. “Se tivermos uma caminhada retardada na aprovação da Reforma da Previdência, o prazo dos estados também encurta, visto que, em 2020, haverá eleições municipais”, disse. Para o governador, o primeiro semestre deste ano é a janela de oportunidade para fazer as reformas consideradas cruciais para a retomada do crescimento econômico.
Sobre a antecipação de recursos por parte do governo federal, como forma de incentivo fiscal aos estados, Leite disse que reformas que envolvam alterações no plano de carreira e na folha de pagamento de servidores públicos costumam ser demoradas. “Estamos propondo que haja ferramentas de incentivo fiscal para medidas de ajuste nas estruturas de governo. O governo federal poderia antecipar esses benefícios futuros, auxiliando os estados a promoverem esses ajustes”, argumentou.