O deputado estadual Mateus Wesp foi eleito presidente estadual do PSDB coma tarefa de unificar opartido e montar estratégias para o processo eleitoral de 2020. Além disso, Wesp disse que o partido deve punir quem não cumpre o regimento interno e vai processar a queles que estão denunciados ou são réus por corrupção. A eleição aconteceu no sábado, em Porto Alegre. Uma chapa única foi montada e Wesp obteve o apoio de 98% do colegiado. Eleito deputado estadual com mais de 28 mil votos, foi o segundo tucano mais votado para a Assembleia, ele também já desempenhao papel de líder partidário. Organizar o partido para as eleições municipais e tarefa primeira no trabalho. O objetivo é ampliar o número de prefeituras comandadas pelo PSDB, o que inclui Passo Fundo, terra natal de Wesp. Confere a entrevista concedida ao O Nacional.
O Nacional - Quais são os desafios à frente do PSDB estadual?
Mateus Wesp: No Estado, além de firmar a imagem do PSDB gaúcho, que é composto de lideranças que hoje fazem a diferença no cenário político, com total atenção à ética, à boa política e à eficiência administrativa, e fazer valer essa imagem junto à executiva nacional e tê-la como um modelo a ser seguido, o mais importante desafio é organizar o partido para as eleições municipais de 2020, auxiliando com cuidado e zelo o projeto de cada candidato de cada município do Rio Grande do Sul. Em 2016 o PSDB se tornou o partido que governa o maior número de gaúchos, com cinco dos dez maiores municípios e um total de 26 prefeituras. Passo Fundo, obviamente, faz parte desse projeto de ampliação de prefeituras!
ON - De que forma pretende unificar opartido, já que há uma divisão antiga entre grupos liderados pela ex-governadora Yeda Crusius, de um lado, e o prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan de outro?
Wesp: Como bem disseste, essa divisão é antiga, mas não só, ela ficou no passado e não existe mais. A eleição da nova comissão executiva, comigo à frente, foi o símbolo maior de que o PSDB conseguiu superar seus problemas internos em prol de um projeto de Estado, e farei todo o esforço para que as divisões internas fiquem para sempre no passado. O partido, há algum tempo, tem os olhos voltados para frente, e o governo Eduardo Leite é exemplo disso.
ON - Como vai conciliar a tarefa de dirigente partidária com a vida parlamentar?
Wesp: Com muito trabalho. A rotina de deputado estadual é, por si, muito intensa, e agora vamos conciliá-la com a agenda de líder partidário e desempenhar o papel institucional com ainda mais trabalho. O ritmo é frenético, mas temos certeza do resultado, que será muito gratificante, tenho certeza, quando chegarmos em outubro de 2020 com um número maior de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos. Trabalho de 15 a 16 horas por dia, e vamos organizar a agenda para conciliar tudo e atender, também, a nossa região.
ON - Qual é aprioridade nopartido hoje?
Wesp: Os partidos em geral estão com sua imagem muito desgastada junto à população, em função dos sucessivos episódios de corrupção que atingem cotidianamente muitas lideranças de muitos partidos em nível nacional, o PSDB entre eles. Nesse cenário, a prioridade, acredito, é ter ação firme para processar mentalmente os filiados que estão denunciados ou são réus por corrupção, e também aqueles que não seguem o programa partidário, e puni-los de acordo com o regimento interno e o código de ética. O momento é de retomar a credibilidade fazendo o que precisa ser feito, defendendo as bandeiras históricas do nosso partido, a sua vocação liberal em termos econômicos e a defesa do parlamentarismo como sistema de governo. Aqui no Rio Grande do Sul estamos tranquilos com relação a isso, pois as nossas principais lideranças estão alinhadas com esse mesmo propósito, para que o partido seja novamente uma alternativa competitiva de poder, retomando, por que não, a presidência da República.
ON - Há alguma tarefa recebida do governador nesta nota etapa?
Wesp: Eu e o governador mantemos muito contato, assim como os demais prefeitos e deputados do partido. O trânsito é agradável e franco. A tarefa comum é criarmos um bom ambiente e chegarmos firmes e competitivos nas eleições municipais, e elevar a participação do diretório gaúcho nas decisões nacionais do PSDB, com reuniões frequentes para estarmos alinha dos e fazermos com que do Sul soprem os ventos de mudança que o Brasil e o partido precisam.
ON - A que o deputado atribui esta nova missão partidária?
Wesp: Penso que se deva à atuação firme como parlamentar, mas também pelo conhecimento que adquiri como acadêmico, professor universitário e sempre estudioso do direito e da política, e, sobretudo por conseguir agregar os diferentes anseios da nossa militância e dos principais líderes partidários. É o reflexo da unidade partidária , construída a muitas mãos, que deve perdurar.