OPINIÃO

Reciprocidade

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Reitero que prefeitos e governadores vivem os piores momentos de suas gestões. Algo jamais vivenciado e, portanto, não há receita de bolo que se aplique neste momento em que a prioridade é salvar vidas. A economia é importante e os empregos mais ainda. Quem se atreve a apontar o dedo dizendo que isto está certo ou errado não está na pele de quem tem que tomar decisões, muitas vezes dramáticas. É justa a reivindicação dos prefeitos da Amunor (19 ao todo) que pedem desvinculação da bandeira vermelha imposta pelo governo do Estado à região de Passo Fundo, por alto contágio de coronavírus. Suas cidades têm poucos casos e o comércio é fonte de renda para moradores. Mas é justo também que Passo Fundo não arque mais sozinha com a despesa de tantos serviços na área da saúde como acontece ao longo dos tempos, atendendo a região. Reciprocidade é a palavra.

Pagando a conta

Passo Fundo é pólo regional em saúde e para cá correm aqueles que precisam de atendimento especializado e de alta complexidade. Por muitos anos, por exemplo, Passo Fundo manteve as despesas para o funcionamento do Hemopasso, que atende a 129 municípios e 59 hospitais. E foram muitas as vezes que prefeitos de várias gestões passaram o chapéu para a região, sem alcançar êxito. Os Hospitais de Clínicas e o São Vicente não barram pacientes de outras cidades. Aqui todos são atendidos.

Lições

Se o que estamos vivendo com a pandemia do coronavírus é também uma oportunidade de aprender, e eu acredito nisso, então que os prefeitos que querem se desvincular de Passo Fundo agora por se sentirem prejudicados ela bandeira vermelha, e não lhes tiro as razões, que também passem a colaborar no sentido de viabilizar o atendimento de seus munícipes na hora que eles precisarem. E, podem ter certeza, eles vão precisar. E quando isso acontecer, os serviços de Passo Fundo estarão de portas abertas para atendê-los como é de sua característica. A via é de duas mãos e o momento é de unir esforços e não de rompimentos. É preciso entender que estamos todos no mesmo barco.

O mau exemplo

É lamentável que o exemplo de cisão venha de quem deveria unir a Nação contra o inimigo invisível. Enquanto contamos os mortos (são mais de 8 mil pessoas que perderam suas vidas), no Palácio do Alvorada se contam votos em troca de cargos. Enquanto vidas são ceifadas pelo colapso da saúde que atinge o Pará, Amazônia e Ceará, o presidente manda jornalista calar a boca e assume a defensa de apenas um lado (o mais forte) de quem sofre com a pandemia.

Pressão

O governo tentou, nesta quinta-feira, pressionar o STF a apoiar medidas de flexibilização do distanciamento social. O presidente Bolsonaro forçou uma audiência de última hora com o ministro Dias Toffoli, acompanhado de empresários da indústria. De momento, Toffoli disse que o governo precisa ter claro um projeto de retomada e quem tem que coordenar isso é o presidente da República. A bola da vez é do presidente que até agora, só esperneou e criou crises desnecessárias ao invés de agir em nome de todos. E até o momento nenhuma palavra sobre a perda de mais de 8 mil brasileiros.

Estratégia

Todo o jogo de cena do presidente tem único objetivo de encontrar vários culpados pela falta de ações sérias do seu governo em relação a pandemia. Na lista já temos os governadores, prefeitos, Congresso e agora o STF.

Ações do Legislativo

Assim como o Congresso Nacional precisou se reinventar diante da pandemia, as Câmaras de Vereadores fizeram o mesmo. Em Passo Fundo, os vereadores têm despachado e concretizado várias ações que reforçam e auxiliam o Executivo no enfrentamento da Covid-19. O Legislativo tem sido proativo na participação do COE; destinou R$ 3,5 milhões das emendas impositivas para que o Executivo utilize o recurso da melhor forma possível no combate ao coronavírus.

Doações

Os vereadores fizeram doação de máscaras de acrílico para hospitais. Aprovaram com rapidez o projeto para contratação de profissionais de saúde e também o que permite que o Executivo possa valorizar os servidores que atuam na saúde e na fiscalização neste período. A Câmara também se somou aos esforços para o credenciamento pelo SUS dos leitos de UTI aos hospitais. As sessões e as comissões permanentes se reúnem de forma deliberativa por videoconferências.

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