Na série histórica do Caged, que mede a evolução dos empregos, Passo Fundo registrou índices negativos na geração de empregos em apenas dois dos últimos dez anos. Quer dizer: demitiu mais do que contratou. Em 2015, o município fechou o ano com um saldo negativo de 1.240 empregos formais. No ano seguinte (2011) o índice negativo foi de 749. Os melhores anos na geração de empregos para a cidade foram 2010 com um saldo positivo de quase 3 mil postos de trabalho com carteira assinada (2.946) e 2011 com 2.724 de saldo positivo. A partir de 2017, o município vinha numa crescente recuperação dos postos de trabalho, demonstrando capacidade de superação da crise. Nos últimos três anos, o saldo positivo teve o seguinte desempenho: 2017 (926); 2018 (983) e 2019 (795).
Baque
O novo Caged, divulgado ontem pelo Ministério da Economia, aponta perda de 1.721 empregos formais em Passo Fundo no mês de abril. Resultado da crise provocada em todo o mundo pela pandemia do coronavírus. O Brasil cortou 1,1 milhão de postos de trabalho e o Rio Grande do Sul mais de 74 mil. Só em Passo Fundo foram 2.441 demissões em um único mês em setores que não encontraram respaldo econômico para enfrentar o momento e nem tempo hábil para se reinventar.
Vinha bem
Na onda crescente de empregos, Passo Fundo começou o ano com excelente perspectiva. Tinha um estoque de empregos formais de 58.201. Registrou índices positivos em janeiro (295 vagas) e fevereiro (856 vagas). Como será essa retomada por aqui? Ela depende também e inevitavelmente de uma política nacional que pense o Brasil como um todo, o que lamentavelmente parece não ser essa a preocupação do governo federal.
Programa nacional
O presidente eleito da Famurs, Manuel Hassen de Jesus, disse que a retomada econômica se dará com um grande programa nacional de geração de emprego, coordenado por Brasília. “As pessoas tem que ter renda e pra ter renda tem que ter emprego. A ideia do auxílio emergencial é importante, porque colocar dinheiro na renda das pessoas e permite o consumo, mas precisa ter continuidade”, assegura.
30% de perdas
Hassen revela que os municípios registraram 30% de perdas em suas receitas no mês de abril e devem amargar um índice maior em maio. A recomposição depende do auxílio do governo e o fim da guerra política implantada no Planalto. Hassem é prefeito de Taquari, assumirá a presidência da entidade no dia 8 de julho. Foi eleito de forma virtual, com a participação de quase 300 prefeitos. “Em 44 anos de existência, esse é o pior momento que a entidade enfrenta na sua história”, disse.
Discrição e ânimo
De forma discreta, o prefeito Luciano Azevedo tem cumprido uma agenda que está longe dos holofotes. Passa os dias reunido com instituições da cidade, ouvindo setores e oferecendo ajuda da Prefeitura no momento de crise. Os encontros não tem sido divulgados. Vão de entidades empresariais a comitês populares. Sem alarde, soluções vão surgindo, como na montagem de um quebra cabeça. Nos próximos dias, pelo menos dois novos pacotes de auxílios devem ser apresentados, injetando recursos e ânimo na economia local.
Relator
Pelo segundo ano consecutivo, o deputado passo-fundense Mateus Wesp, PSDB, é escolhido relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2021. O nome foi definido durante reunião virtual da Comissão de Finanças. O parlamentar enfatizou que seu trabalho será pautado pela responsabilidade, tendo em vista o agravamento do quadro financeiro do Estado.
Campanha virtual
Lives e muita interação em redes sociais tem sido a alternativa de comunicação dos pré-candidatos a prefeito de Passo Fundo, neste momento em que o corpo-a-corpo das campanhas eleitorais está fora de cogitação neste momento de pandemia. O presidente estadual do PCdoB, Juliano Roso, que deve ser o candidato em aliança com o PT está com agenda cheia e disse que tem trabalhado muito, usando a tecnologia. O pré-candidato do PSL, Rudinei Candeia também tem feito das redes sociais a principal plataforma de comunicação, através da produção de vídeos quase diários. Márcio Patussi, do PDT, também tem se dedicado a lives, reuniões virtuais e contato com os eleitores de forma remota. Essa parece será a prática mesmo pós-pandemia.
Golpe iminente
Não é mais uma retórica. Agora é fato. O Brasil está na iminência de um golpe. Mais um para a coleção da sua formação histórica. Um presidente que faz uma reunião ministerial em meio a uma pandemia, sem tocar no assunto, proferindo palavrões, urrando e deixando urrar contra outros poderes; um presidente que só olha para o próprio umbigo e pede proteção para filhos e apadrinhados; um presidente que comemora ação da PF contra seus adversários e ameaça o Poder Judiciário quando outra ação mira seus aliados; um presidente que ri da desgraça do seu povo; que não sabe o que é empatia, que não se dignou de ver a realidade enfrentada por muitas cidades e estados, que não tem compaixão, não é um presidente, é prenúncio de catástrofe de uma Nação.