Aos 74 anos, João Carlos Bonna Garcia morreu em Porto Alegre nesta sexta-feira vítima da Covid-19. Advogado e sociólogo, ele foi uma das principais lideranças da oposição à ditadura de 1964. Bonna Garcia nasceu em Passo Fundo, foi presidente do Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul e estava internado no Hospital da Brigada Militar a quase três semanas.
Bonna Garcia despontou para a política nos movimentos estudantis e depois participou da luta armada, quando foi preso e torturado, antes de seguir para o exílio no Chile. Também esteve como exilado na França e na Argélia. Em 1979, com a anistia, ele regressou ao Brasil e integrou os primeiros nomes do PMDB. Na eleição municipal de 1982 concorreu a prefeito sendo o mais votado entre os três candidatos do partido que foi superado por Carrion do PDS. Também esteve à frente do movimento Diretas Já, que reuniu os partidos de oposição ao regime vigente. Bonna seguiu na política e esteve na Casa Civil no governo Britto, presidiu o Banrisul e chegou ao Tribunal de Justiça Militar. Desde o fim do bipartidarismo, manteve-se no mesmo partido político, o PMDB, atual MDB.
Por causa da pandemia, a cerimônia de despedida será restrita aos familiares.