Empresários de eventos, restaurantes e similares participam de debate promovido pela Câmara de Vereadores

Desde março de 2020, os setores que trabalham com eventos, hotéis, bares, restaurantes, casas noturnas e similares, tem sido alguns dos mais atingidos pelos protocolos adotados para conter a pandemia do coronavírus

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Dando sequência ao Fórum de Debates do Legislativo, a Câmara de Vereadores realizou nesta quinta-feira (8) a segunda edição do projeto, que tem como objetivo, contribuir para a retomada das atividades econômicas em Passo Fundo, afetadas pela pandemia da Covid-19. O projeto é uma iniciativa da Mesa Diretora da Casa, que prevê uma live por semana, com a participação de representantes de diferentes segmentos da sociedade.

O segundo encontro virtual contou com a presença de empresárias do ramo de eventos e representante do Sindicatos dos Trabalhadores em Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Passo Fundo (STHBRS-PF).

Desde março de 2020, os setores que trabalham com eventos, hotéis, bares, restaurantes, casas noturnas e similares, tem sido alguns dos mais atingidos pelos protocolos adotados para conter a pandemia do coronavírus. Os critérios de distanciamento social e as restrições de horários para o funcionamento dos serviços, que não considerados essenciais, obrigaram a maioria dessas empresas a reduzir drasticamente a prestação dos serviços e até mesmo, em alguns casos, fecharem suas portas, o que gerou um prejuízo financeiro jamais sentido pelo setor.

Segundo dados da Associação Brasileira de Eventos (ABE) o setor registrou prejuízo de R$ 270 bilhões com a pandemia do novo coronavírus entre março e dezembro do ano passado.

Participando do debate, Fabiana Lunelli Ramos e Simone Marcante, sócias da Festejando Casa de Festas Infantis, confirmaram essa realidade, lembrando que o setor está há mais de um ano parado, sem poder realizar nenhum tipo de evento, o que significa estarem sem ganhos, mas tendo que pagar aluguel, água, luz, IPTU. Também ressaltaram a necessidade que tiveram de realizar demissões o que afeta uma rede muito ampla de trabalho. “São garçons, doceiras, cozinheiras, fotógrafos, costureiras, empresas de lembrancinhas, enfim, centenas de trabalhadores que dependem do setor de eventos e que agora estão sem ganhos ou tendo que buscar novas alternativas para prover o sustento de suas famílias, o que não é fácil num momento de pandemia, onde todos os setores estão com dificuldades”, lembra Fabiana.  

Nesse sentido, Simone questiona o fato do setor de eventos não ser considerado essencial, uma vez que “são milhares de pessoas que dependem do ramo para sustentar suas famílias, então nosso setor é, sim, essencial”, afirmou.

As empresárias, que mantém uma rede de contato com outras empresas de eventos, contam que muitas já fecharam e outras tantas estão seguindo esse caminho, por não terem como manter os negócios. Acreditam que só a retomada das atividades, mesmo que de forma gradativa, vai evitar maiores prejuízos para o setor e o aumento de demissões. “Se pudéssemos voltar com 25% da capacidade, já seria suficiente para darmos início a recuperação financeira. Temos condições e o compromisso de respeitar os protocolos de segurança, através da medição de temperatura dos convidados, disponibilização de álcool gel, higienização dos brinquedos, além de amplos espaços que permitem o distanciamento das mesas”, afirmou Simone.

Presente no debate, Paulo Ricardo Moreira, Presidente do STHBRS-PF também relatou as dificuldades enfrentadas pelos empresários e trabalhadores das categorias que representa. Confirmou o fechamento de alguns hotéis, bares, restaurantes e casas noturnas que, consequentemente, ocasionaram muitas demissões. “Nossa categoria sofre com o desemprego, que começou a aumentar em agosto do ano passado, sendo que algumas empresas chegaram a demitir mais de 50% de seus funcionários”, explica Paulo.

Diante desta realidade, Paulo não vê outra alternativa, senão a retomada das atividades, de forma gradativa e com limitações no número de pessoas e horários. “Precisamos encontrar alternativas, reorganizar nossos espaços, limitar os horários e o número de pessoas, reforçar os protocolos de higienização, mas voltar, nem que seja aos poucos, para evitar prejuízos ainda maiores, que irão afetar diretamente a economia do município como um todo, já que o dinheiro está parando de circular, devido à dificuldade financeira de centenas de trabalhadores”, reforçou.  

O vereador Michel Oliveira (PSB) também participou da live, dando sua contribuição as discussões. Lembrou que trabalha há mais de sete anos na noite de Passo Fundo, como atendente de bar e também tem pensado em soluções para a categoria poder voltar a trabalhar e diminuir os prejuízos. Neste sentido, afirmou que os sindicatos já enviaram ao Governo do Estado algumas sugestões para flexibilização da bandeira preta, que contemplem os referidos setores, sendo que um deles é ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos, como bares e restaurantes. “Enviamos essa e outras sugestões e agora estamos aguardando e acreditando num aceno positivo para que possamos dar início a recuperação do setor, através da retomada gradativa das atividades”, reiterou.

O parlamentar reforçou sua disposição para novos diálogos e encaminhamentos que apontem possíveis soluções. “Temos esse dever e esse compromisso, como vereador e trabalhador do setor e, por isso, vamos continuar trabalhando por avanços para aqueles que mais estão sofrendo com os impactos dessa pandemia”, reforçou Michel.

Mediadora do debate, a vice-presidente do Legislativo, vereadora Janaína Portella (MDB) também demonstrou sua preocupação com as questões que envolvem a essencialidade de alguns setores, destacando a importância da busca por alternativas reais e eficientes para o retorno dessas atividades. Mas, para isso, entende que, fundamentalmente, é preciso haver uma conscientização das pessoas em relação a necessidade de respeitar os protocolos. “O avanço da vacinação passa uma falsa sensação de que tudo está bem e as pessoas estão relaxando em seus cuidados, algumas participando de festas clandestinas e quem está pagando são os serviços considerados não essenciais”, lembra Janaína, reforçando que “o primeiro passo é as pessoas terem consciência e fazerem a sua parte”.

Janaína agradeceu a participação dos convidados e também de todas as pessoas que contribuíram com os comentários através das redes sociais. “É através desse diálogo aberto, sincero e sensível, que vamos construir em conjunto, um plano de trabalho para avançarmos com melhorias para esse cenário”, concluiu.

A próxima live do Fórum de Debates do Legislativo acontece na quinta-feira (15), às 15h, transmitida nas plataformas digitais da Câmara de Vereadores, como facebook, instagran, youtube e site oficial. A comunidade é convidada a participar enviando suas dúvidas, questionamentos e sugestões, através dos comentários nas redes sociais do Legislativo.


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