Onyx Lorenzoni (PL), ministro licenciado do governo Bolsonaro, surpreendeu com mais de 37% dos votos válidos para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Contrariando as pesquisas, ele irá disputar o 2º turno das eleições para o Governo do Rio Grande do Sul com Eduardo Leite (PSDB), atual governador licenciado. Com mais de 12 milhões de habitantes e 8,5 milhões de eleitores, o Rio Grande do Sul é o quinto maior colégio eleitoral do Brasil.
Embora Leite tenha sido eleito em 2018, a disputa pelo segundo lugar foi voto a voto, estando apenas 4% à frente do 3º colocado, o candidato Edegar Pretto (PT). Caso Leite vença o pleito marcado para o próximo dia 30 de outubro, será o único governador reeleito até então.
Onyx se licenciou do Ministério do Trabalho e Previdência para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul e é um dos homens de confiança do presidente Jair Bolsonaro.
Votação nas cinco maiores cidades do RS:
Porto Alegre
Eduardo Leite 32,85%
Edegar Pretto 32,26%
Onyx Lorenzoni 28,66%
Caxias do Sul
Onyx Lorenzoni 48,03%
Eduardo Leite 28,20%
Edegar Pretto 17,69%
Canoas
Onyx Lorenzoni 37,51%
Eduardo Leite 32,07%
Edegar Pretto 25,17%
Pelotas
Eduardo Leite 40,57%
Edegar Pretto 30,63%
Onyx Lorenzoni 24,37%
Santa Maria
Onyx Lorenzoni 34,88%
Edegar Pretto 30,95%
Eduardo Leite 26,46%
Passo Fundo
Onyx Lorenzoni 40,36%
Eduardo Leite 30,65%
Edegar Pretto 23,40%
Quem são eles
Gaúcho de Porto Alegre, Onyx Lorenzoni, 67 anos, é médico veterinário, foi duas vezes deputado estadual no Rio Grande do Sul e está no quinto mandato como deputado federal. Foi ministro da Casa Civil e do Trabalho e Previdência Social. Concorre a governador pela chapa Republicanos/ Patriota/ Pros/ PL. A vice na chapa é a professora Cláudia Jardim, 40 anos, do mesmo partido.
Eduardo Leite é bacharel em direito pela Universidade Federal de Pelotas, o tucano de 37 anos estudou também gestão pública na Universidade de Columbia, nos EUA, e fez mestrado em gestão e políticas públicas na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. Foi presidente da Câmara dos Vereadores e prefeito de Pelotas (RS). Em 2018, foi eleito governador do Rio Grande do Sul com 33 anos de idade. O vice na chapa, Gabriel Souza (MDB), 38 anos, foi eleito deputado estadual em 2014 e 2018.
Desde a redemocratização, 10 governadores já foram eleitos pelo voto direto. De todos eles, apenas Tarso Genro se elegeu no 1º turno:
Alceu Collares (1991–1995)
Antônio Britto (1995-1999)
Olívio Dutra (1999-2003)
Germano Rigotto (2003-2007)
Yeda Crusius (2007-2011)
Tarso Genro (2011-2015)
José Ivo Sartori (2011-2018)
Eduardo Leite (2019-2022)
Segundo turno
De acordo com os arts. 28, 29, inciso II, e 77, todos da Constituição de 1988, o segundo turno poderá ocorrer apenas nas eleições para presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores dos estados e do Distrito Federal e para prefeitos e vice-prefeitos de municípios com mais de 200 mil eleitores.
Nos casos expressamente enumerados na Constituição, o que define a possibilidade de realização de segundo turno é a adoção do critério da maioria absoluta de votos, característico do chamado sistema eleitoral majoritário de dois turnos.
Pelo critério da maioria absoluta, para ser eleito, não basta ao candidato simplesmente obter mais votos do que seus concorrentes. Ele precisa ir além, devendo obter mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos) para ser eleito, em primeiro ou em segundo turno.