Às vésperas do início do prazo para a realização das convenções partidárias, as pré-convenções feitas indicam um desenho de como deve ser a cédula da disputa à Prefeitura de Passo Fundo neste ano. Diferentemente do registrado no último pleito municipal, esta tende a ser mais concentrada, com apenas três opções ao eleitor, ante sete na eleição de 2020.
Até esta semana, foram três grupos políticos que indicaram seus pré-candidatos a prefeito. Airton Dipp (PDT), anunciado em junho; Pedro Almeida (PSD), na quarta (17); e Marcio Patussi (PL), na quinta (18); são os nomes que formam o cenário da concorrência eleitoral atual. Na eleição de 2020, vencida por Pedro Almeida, pelo PSB, concorreram também Marcio Patussi, ainda no PDT; Claudio Doro, então no PSC; Lucas Cidade, pelo PSDB; Juliano Roso, PCdoB; Arthur Bispo, PSTU; e Celso Dalberto, PSOL.
O PSOL, que tradicionalmente participa da disputa à majoritária, tende a não indicar candidato neste ano. Falando em nome da Federação PSOL REDE, Ingra Costa e Silva ponderou que a convenção partidária está marcada para o próximo domingo, às 16h no CPers Sindicato, quando será analisado o posicionamento e tomada a decisão. Conforme adianta, “o indicativo” é de que não tenha candidato à prefeitura, sendo analisada ainda a possibilidade de apoiar a chapa encabeçada pelo PDT, “mas a decisão final sai somente na convenção”, frisou.
Outra legenda que historicamente se lança à concorrência para o cargo de prefeito é o PSTU. Neste ano, porém, não deve apresentar candidatura própria. O presidente municipal da sigla, professor Orlando Marcelino, informou que assunto foi tratado em plenárias. Como também não registrará nominata ao Legislativo, não realizará convenção em Passo Fundo. Quanto a um eventual apoio a outras chapas, colocou que esse é um posicionamento que depende de uma discussão nacional, mas “é provável que não declare apoio a nenhuma candidatura”, cita.
Airton Dipp (PDT)
O primeiro a oficializar a pré-candidatura foi o ex-prefeito Airton Dipp (PDT), em evento realizado ainda no dia 28 de junho. Dipp governou Passo Fundo por três mandatos e foi deputado federal por outros dois mandatos. O seu nome vinha sendo cotado pelo partido e siglas aliadas desde o ano passado.
Com a decisão favorável do político, a Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PC do B e PV, reafirmou o seu apoio e a intenção de integrar a mesma chapa. Essa posição havia sido divulgada antes mesmo da pré-convenção pedetista, quando os filiados dos partidos da federação decidiram indicar o nome do médico Júlio Stobbe para integrar a chapa à majoritária. Se confirmada em convenção, será uma aliança que reedita cenário de eleições municipais anteriores. No mandato mais recente de Dipp à frente da Prefeitura, entre 2008 a 2012, o Partido dos Trabalhadores integrava o governo, sendo Rene Cecconello o vice-prefeito. Na eleição de 2012, por sua vez, o PDT apoiou o PT, quando Cecconello concorreu a prefeito, candidato que ficou em segundo lugar na disputa vencida por Luciano Azevedo.
Questionada sobre a integração de outras legendas para apoio à chapa, a presidente municipal do PDT, Regina dos Santos, pontuou que a convenção ocorre no sábado, “mas ficará em aberta para seguirmos os diálogos!”.
Pedro Almeida (PSD)
Pedro Almeida (PSD) confirmou na quarta-feira (17) sua pré-candidatura à reeleição. Em reunião que contou com a presença de representantes dos sete partidos da coligação, também foi oficializada a pré-candidatura do coronel Volnei Ceolin (MDB) a vice-prefeito, que, antes da agenda política, ocupou cargos de comando na Brigada Militar. A coligação é composta por PSD, MDB, União Brasil, PP, PSB, Cidadania e PSDB.
Esse é mais um caso em que a dobradinha desenhada se assemelha a de período anterior. O MDB, que indica o vice para este ano, acompanha a atual gestão, com João Pedro Nunes. Político que também foi o vice no segundo mandato de Luciano Azevedo, a partir de 2016, que é correligionário de Pedro Almeida.
Pedro foi Secretário de Cultura e de Gestão nas administrações do ex-prefeito Luciano Azevedo e concorreu pela primeira vez a prefeito na eleição de 2020, quando foi eleito.
Marcio Patussi (PL)
A pré-candidatura de Marcio Patussi (PL) a prefeito de Passo Fundo foi anunciada em evento realizado na manhã de quinta-feira (18). Na ocasião, o pré-candidato a vice-prefeito também foi oficializado, sendo Cláudio Doro (Podemos).
Depois de chefiar as pastas municipais da Segurança e Assistência Social, além de ter sido vereador por dois manados, esta será a segunda vez que Marcio Patussi concorre à majoritária. A primeira foi nas eleições municipais de 2020, quando obteve o segundo maior número de votos.
A união destes dois nomes representa uma mudança em relação ao registrado no pleito de 2020, quando Patussi, então pelo PDT, e Doro, pelo PSC (partido incorporado pelo Podemos), concorreram ao cargo de prefeito. Durante o evento de pré-candidatura, Doro fez referência ao esforço para unir o chamado bloco de direita na cidade para lançar a chapa. A aliança é formada por PL, Republicanos, PRD, Novo, e Podemos.
As convenções
Pelo calendário eleitoral deste ano, os partidos e federações poderão realizar, entre 20 de julho e 5 de agosto, as convenções partidárias para deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. Após a definição das candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.
Nestes encontros, os partidos também deliberam sobre as propostas de coligações com outras agremiações partidárias para formação das chapas.
A Convenção Municipal do PDT está marcada para sábado, 20 de julho, às 13h30min, na Câmara de Vereadores de Passo Fundo.
O PSD se reúne em convenção no dia 03 de agosto, a partir das 14h, no Centro Executivo Presidente Vargas.
Por fim, o PL deve realizar sua convenção no dia 26 de julho, às 18h, em local a ser definido.
