Intervenção nacional muda presidência local do União Brasil

Ação também cria indefinição sobre o apoio que se desenhava para a disputa à Prefeitura de Passo Fundo

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Rafael Colussi durante manifestação na tribuna da Câmara de Vereadores, segunda (22)) - Imagem: reprodução/ TV CâmaraRafael Colussi durante manifestação na tribuna da Câmara de Vereadores, segunda (22)) - Imagem: reprodução/ TV Câmara
Rafael Colussi durante manifestação na tribuna da Câmara de Vereadores, segunda (22)) - Imagem: reprodução/ TV Câmara
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O diretório passo-fundense do União Brasil acaba de sofrer uma intervenção do comando nacional da sigla, resultando em nova presidência e indefinição quanto ao posicionamento político que adotará nas eleições. O assunto veio a público em manifestações veementes dos dois vereadores do partido na tribuna da Câmara, em Sessão Plenária nessa semana. Um deles, Rafael Colussi, que até então dirigia a legenda na cidade. Com a intervenção, Patric Canvalcanti assume a presidência.

Na tribuna, segunda-feira (22), Colussi expressou descontentamento com a interferência superior, sobretudo, dada a posição adotada pela sigla em relação ao governo municipal, sendo base de apoio, e o indicativo natural até então de que integraria a aliança na chapa formada que tentará a reeleição do prefeito Pedro Almeida (PSD). No lançamento dessa pré-candidatura, inclusive, a legenda foi incluída na lista da coligação. “Sigo de cabeça erguida, e a nossa escolha não vai mudar, já temos lado definido”, disse Colussi, na Câmara, em referência a uma eventual alteração de posicionamento do União Brasil em relação à disputa à prefeitura.

Apesar de não ser oficial, já que a convenção partidária ainda não ocorreu, com a intervenção, a chapa encabeçada por Márcio Patussi (PL) – de oposição a atual gestão municipal, portanto – estaria sendo cogitada para receber o apoio do UB. Nharam Carvalho, outro vereador do partido, também se manifestou em linha semelhante ao do colega de bancada. “Mantemos a nossa palavra, estaremos junto com a atual administração fazendo a caminhada”, afirmou no Plenário da Câmara. Na quinta, procurado pelo Jornal ON, reiterou sua posição, ponderando que ainda não foi definido a quem o partido vai apoiar oficialmente.

Nharam Carvalho também se manifestou na tribuna sobre a intervenção no partido - Imagem: reprodução/ TV Câmara


Em conversa com ON na tarde dessa quinta-feira (25), Rafael Colussi confirmou que a intervenção foi oficializada a ele na quarta, questão que é analisada juridicamente, “já que nós não descumprimos nenhuma diretriz do partido, nenhuma regra do estatuto e colocamos o partido em dia com as obrigações. A gente está procurando se tem possibilidade disso [ação jurídica] acontecer, sem prejudicar as candidaturas dos vereadores”, ressalta.

Conforme ele, a nominata com 22 candidatos à proporcional já estava desenhada, e há o receio de que uma ação judicial inviabilize a convenção, que legalmente deve ocorrer até o dia 5 de agosto. “A nossa preocupação agora é com os pré-candidatos, eu não estou mais preocupado com isso aí do partido de ser ou não. Eu achei errada a decisão da executiva nacional, vou, dentro das formas que eu puder, procurar alternativa de ajudar os pré-candidatos, já que o presidente atual disse que vai manter as pré-candidaturas de todos. A princípio agora é ver se tem espaço jurídico para retomar essa questão, e, não havendo, nós vamos acatar a decisão do partido e cada um vai ver depois, quando tiver a decisão final, que rumo tomar. Eu, a princípio, tenho minha palavra dada com o prefeito Pedro Almeida e vou manter”, reiterou.

Segundo Rafael Colussi, a justificativa que recebeu para a intervenção cita um suposto alinhamento do partido ao espectro político mais à esquerda na cidade. No entanto, lembrou, nacionalmente, o União Brasil ocupa três ministérios do governo petista. Citou, ainda, que o diretório não chegou a se reunir com integrantes da chapa liderada por PDT e PT, Airton Dipp/ Júlio Stobbe, que também disputará a prefeitura.


Mudança segue estratégia nacional, diz UB em nota

Em nota encaminhada à redação nessa sexta-feira (26), a Executiva municipal do partido informou que, após a posse da nova executiva nacional do União Brasil em junho, presidida por Antônio de Rueda, o partido passará por mudanças de gestão em algumas cidades estratégicas da federação, dentre as quais a cidade de Passo Fundo. “A decisão pela mudança de comando vem ao encontro dos planos desenhados pela nova executiva nacional para alavancar a imagem e o protagonismo do União Brasil frente aos pleitos municipais de 2024 e 2028, bem como aos pleitos a nível nacional e estadual de 2026 e 2030”, informa o texto. 

Conforme prossegue a nota, a transição de comando do partido em Passo Fundo deu-se na data de 23 de julho, quando a nova executiva assumiu a legenda “com a missão de dar continuidade aos trabalhos realizados e de ampliar a capilaridade e as ações do partido a nível municipal, contribuindo de forma direta com o crescimento da cidade e na construção dos alicerces dos projetos estadual e nacional que a sigla tem para os próximos pleitos. A nova executiva agradece ao ex-presidente Rafael Colussi e a executiva anterior pelo trabalho realizado até aqui, e reforça seu compromisso em dar seguimento aos projetos que estejam em alinhamento com os novos planos e estratégias do partido”, complementa. 

A convenção municipal do União Brasil está marcada para o dia 3 de agosto, na Câmara Municipal de Vereadores.

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