“A gestão não cabe unicamente à prefeitura, é um conjunto de coisas feitas com a comunidade”

Fechando a série de entrevistas com os três candidatos à Prefeitura de Passo Fundo, Pedro Almeida (PSD) detalha as suas propostas de campanha.

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Fechando a série de entrevistas com os três candidatos à Prefeitura de Passo Fundo, Pedro Almeida (PSD) detalha as suas propostas de campanha.

O conteúdo é resultado de uma parceria entre O Nacional e a Rádio UPF, que entrevistou os três concorrentes, ao vivo, na última semana. Esta é a terceira publicação, seguindo a ordem de realização dos programas, conduzidos pela jornalista Zulmara Colussi entre os dias 17 e 19.

 

Por que o eleitor deve votar no senhor pra ser reeleito prefeito de Passo Fundo?

Faço parte de um projeto de cidade que vem se desenvolvendo ao longo desses anos, que iniciou com o nosso deputado federal Luciano, nosso ex-prefeito, trazendo diversas transformações para Passo Fundo. São revitalizações de espaços públicos, um plano de governo que prima pela técnica, que trouxe para o governo pessoas qualificadas, e isso resulta nos nossos bons indicadores de Passo Fundo. Mais do que isso, em ações que vem ao encontro do que a população espera da gestão pública. Por todos esses elementos, pela cidade estar vivendo uma grande transformação, por ser exemplo em diversas áreas para o estado e Brasil, e por ter tido essa oportunidade em 2020 de ter sido eleito prefeito, sabendo que existem grande desafios em nossa cidade, me sinto preparado para que possamos seguir por mais quatro anos. Com desenvolvimento, geração de emprego e renda, possibilitando a criação de projetos inovadores, que façam com que viver em Passo Fundo seja cada vez melhor. Sou muito orgulhoso do que construímos, mas tenho uma autocritica necessária para dizer ao eleitor que não fizemos tudo, mas queremos seguir nesse caminho para fazer muito mais.

Na área da educação, se reeleito, o que pretende implementar, especialmente para melhorar os indicadores como o Ideb, que não alcançaram as metas?

O Ideb foi prejudicado especialmente pela pandemia, e agora, felizmente, o índice deste ano já demonstra uma recuperação nos anos iniciais e finais, com uma nota muito boa. Mas, claro, temos que avançar. A principal preocupação que temos é com a criação de novas vagas, para isso estamos criando novas escolas. Criamos 4,6 mil vagas na educação infantil, no ensino fundamental. Neste momento, estão em construção novas escolas, como a César Santos, Maggi de Césaro, Victor Issler, Petrópolis, que está no projeto, além de um grande projeto que fizemos para revitalização da infraestrutura das instituições existentes. Pude ouvir todas as diretoras e diretos de escolas, fizemos um grande pacote de obras, com pequenas, médias e grandes intervenções, divididos em três ações, em três semestres e vamos até o final do ano estregar mais de 900 ações, num investimento de quase R$ 30 milhões. Além disso, o incentivo aos nossos professores, investimento nas câmeras de vigilância, que chegaram a todas as escolas. Vamos seguir investindo e criando esse ambiente propício ao desenvolvimento da educação de qualidade.

Qual proposta o senhor tem para a mobilidade urbana, que é um gargalo em Passo Fundo?

Conseguimos avançar no subsídio do transporte público, que permitiu hoje uma tarifa de R$ 4,95. Se não houvesse, estaria em mais de R$ 6,40. Precisamos tratar isso com o governo federal, há uma frente dos prefeitos que trata o tema, que faço parte, e estamos pressionando para que haja o subsídio federal, especialmente para os aposentados. Além disso, fizemos infraestrutura na cidade muito adequada, os eixos viários importantes, como a Av. Scarpellini Ghezzi, os anéis viários que estão funcionando muito bem, e é preciso investir cada vez mais em infraestrutura, sinalização, e nas condições de trafegabilidade.

É sempre importante pensar que, mais do que andar rápido, é preciso andar seguro. O número de carros em 2012 era cerca de 100 mil e vamos chegar no final deste ano com quase 150 mil. Conseguimos reduzir em 30% os acidentes no mesmo período, significa que a política de trânsito da cidade está dando certo do ponto de vista da segurança. Vem educação no trânsito, com a nossa escola pública de trânsito, que será importante para isso. Precisamos educar mais os motoristas, contar com sinalização mais adequada, tem que avançar muito ainda.

Sobre o transporte público, além do subsídio, quais outras condições são importantes para a futura concessão do serviço?

Estamos com o termo de referência praticamente fechado para essa licitação. Temos que cobrar qualidade do serviço. Agora chegou a bilhetagem eletrônica. Tem que ser uma tarifa cada vez menor, e com qualidade, com horários adequados, que novos bairros sejam cobertos, mas defendo que tenha o subsídio para que não se cobre do trabalhador uma tarifa que não caiba no bolso.

De suas promessas de campanha, o senhor anunciou um projeto para a mãe trabalhadora, e o “Prepara” para os jovens; em uma sabatina junto ao Sindicato dos Professores, anunciou o 14º e o 15º salários. O orçamento comporta esse tipo de investimento, e é possível que se cumpra essas promessas já no primeiro ano de mandato?

Houve um esforço muito grande da nossa gestão para fazer o gerenciamento de custos e buscar novas receitas para o município. O orçamento em 2013 era de R$ de 400 milhões, e vamos chegar em 2025 a R$ 1,3 bilhão. A cidade está em pleno desenvolvimento, claro que não depende apenas da prefeitura, mas o ambiente que criou, de desburocratização, com mais de 10 mil obras liberadas na construção civil, fizemos a digitalização, possibilitamos novos negócios, nos aproximamos do setor empresarial. Esse ambiente propício possibilitou que Passo Fundo tivesse investimentos incríveis, o mais recente da Be8, com mais de R$ 1 bilhão. É uma planta que representa 20% do nosso PIB, e vamos avançar muito na economia. Isso vai nos permitir ter estrutura financeira para fazer esses investimentos.

A questão da mãe trabalhadora é sobre a preocupação que temos em relação a mãe que precisa ficar cuidando do filho, e não consegue deixar na escola, o que, muitas vezes, inviabiliza a sua atividade profissional. Se ela consegue mesmo em casa ter um negócio, queremos incentivar nesse sentido.

Sobre os professores, tenho muita vontade de que ‘arranquemos’ já no primeiro ano com essa ideia do 14º e o 15º salários. Vamos fazer toda uma composição com os professores, diretores, para termos metas da educação. O projeto “Prepara” é incentivar os jovens que estão saindo do ensino fundamental para que tenham cursos de capacitação profissional. É uma ampliação da Escola das Profissões, que é um sucesso, com mais de 3,4 mil alunos, 1,2 mil empregados.

O que é mais urgente ser resolvido no atendimento de saúde pelo município? É possível a gestão plena em Passo Fundo?

Precisamos resgatar o que foi feito nos últimos anos. Cito o Hospital Municipal, que é um equipamento fundamental para a atenção básica. Ele foi composto com o sistema de saúde da cidade, com o hospital de Clinicas, com o Hospital São Vicente de Paulo, que nos diziam da necessidade de ter um hospital municipal que atenda a população na atenção básica, para que não haja a superlotação das emergências. Fizemos esse tema de casa, criamos a nova emergência do Municipal, são 198 mil atendimentos feitos; o Hospital Dia da Criança, com 50 mil atendimentos. Agora vem o segundo andar, com três salas de cirurgia, podem ser feitos procedimentos de pequena e médica complexidade, com três mil cirurgias, 36 novos leitos, um equipamento que vai dar conta de muita demanda reprimida.

Queremos avançar com o mutirão de especialidades, e a prefeitura tem feito isso, com a compra de consultas e exames. Reduzimos muito as filas na cidade, e vamos ampliar o programa, pois tem muita gente aguardando pelo Estado, e que fica anos na fila. É um compromisso, vamos ter condições de comprar das clínicas partículas e dos hospitais, para desafogar essa demanda.

Avançamos muito com o programa Meu Bebê, Meu Tesouro; o programa Passo Fundo Sorri, que colocou 30 novos dentistas na rede; reformamos 20 ambulatórios; criamos 15 farmácias nos bairros; a nova Farmácia Central 24 h. Estamos acima da média em investimento, que, por lei, seria 15% e estamos com 21%, 22% em cada ano, e vamos seguir investindo na saúde.

 

Um estudo indica que Passo Fundo pode aumentar a sua temperatura em 4°C em 60 anos. O senhor acredita no aquecimento global, e no que o município pode trabalhar para evitar que essa previsão se confirme?

Com as evidências vistas, especialmente no Rio Grande do Sul, não há como não acreditar. É a resposta do meio ambiente para tudo o que foi realizado ao longo das décadas. Criamos um comitê do clima, com entidades e pessoas da área, para debater e criar um plano eficiente para esse enfrentamento, que diz respeito também à Defesa Civil, à preparação da cidade para os eventos climáticos. Mais do que isso, ter uma política de descarbonização, e todos os elementos que precisam ser tratados.

Além de ser o Berço das Águas, também já temos uma indústria verde aqui, como a Be8, maior produtora de biocombustível do Brasil; Futuramente teremos uma indústria de amônia verde. Todos esses elementos, junto a políticas públicas claras, são necessários e precisamos assumir esse compromisso.

O plano diretor é uma demanda do setor produtivo que não saiu do papel. Qual a sua proposta para revisá-lo no mais curto espaço de tempo, caso reeleito?

Já temos um termo de referência, porque resolvemos contratar uma empresa consultora para ajudar a construir um documento robusto. Acreditamos que até o final deste ano deve sair o edital, a contratação dessa empresa especializada, e vamos reabrir essa mesa de discussão, que já foi iniciada anos atrás com discussões nos bairros. Está bem avançado, mas, para este final, precisamos de uma consultoria para termos um plano diretor que atenda as necessidades da cidade e também dos empreendedores que queiram fazer os seus investimentos em Passo Fundo.

Considerações finais:

Estamos fazendo uma campanha propositiva, que reconhece tudo o que foi realizado na nossa cidade. Sempre digo que a gestão não cabe unicamente à prefeitura, é um conjunto de coisas feitas com a comunidade, e quero fazer sempre uma gestão que una a nossa cidade.

Agora, temos condições de fazer obras muito importantes aguardadas pela cidade. Por exemplo, já temos assinado o convênio com o governo do estado para fazer o trevo do Valinhos, são R$ 15 milhões com recursos da prefeitura; o convênio assinado para o trevo do De Carli, o seu  acesso, com R$ 6 milhões do deputado Luciano, mais R$ 6 milhões da prefeitura, sendo que está em andamento na prefeitura a licitação; e sobre o trevo da Roselândia já pactuamos com os empresários para que façam o projeto e vamos arcar com o recurso.  Também o trevo da Santa Marta e da Caravela, que é um compromisso do governo do estado entregar o projeto e vamos buscar os recursos para fazer.

Passo Fundo vem numa grande crescente e vejo com bons olhos o futuro da nossa cidade, na geração de emprego, oportunidade para as pessoas. Estamos entre as 40 melhores cidades brasileiras para se viver, e a primeira cidade na geração de empregos no estado, tirando a capital. Com humildade, respeito às pessoas, queremos seguir trabalhando e fazendo a nossa parte. 

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