“É cedo para qualquer previsão”, diz Luciano Azevedo sobre eleições

Após deixar o cargo de deputado federal, o passo-fundense avalia os resultados do mandato, fala da nova rotina e sobre a dificuldade da cidade em eleger representantes locais a cargos estaduais e federais

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Foto Divulgação/ arquivo pessoalFoto Divulgação/ arquivo pessoal
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A troca de secretário na pasta do Esporte e Lazer promovida pelo governador Eduardo Leite afetou a representação passo-fundense na Câmara Federal. Por um período de um ano e oito meses, a cidade tinha uma linha direta com o centro do poder, tempo em que Luciano Azevedo ocupou uma cadeira de deputado como suplente do PSD, enquanto Danrlei de Deus liderava a secretaria estadual. Na última semana, porém, Leite nomeou o deputado estadual Gaúcho da Geral para a mesma pasta, fazendo com que o ex-atleta gremista reassumisse a sua cadeira em Brasília. De volta a Passo Fundo, Luciano avalia o tempo em que atuou como parlamentar federal, citando a conquista de mais de R$ 50 milhões para investimentos em demandas locais e regionais.

Luciano Azevedo conseguiu a primeira suplência partidária na eleição de 2022 ao somar 77.249 votos. Assim, quando Danrlei aceitou o convite do governador para ser secretário do Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul logo no início da atual legislatura, em março de 2023, o passo-fundense foi empossado deputado.

Experiente na política, possivelmente, pressupunha que, como suplente, em um momento ou outro, novas conjunturas poderiam retornar a cadeira ao titular, o que aconteceu há poucos dias. Findado seu mandato, de Brasília, traz dados para apresentar. “Tive um período limitado e, durante esse tempo, procurei focar na representação regional e principalmente de Passo Fundo”.

Deixa o Parlamento expressando agradecimento ao governador e ao correligionário. “Nossa cidade e sua população sempre foram e serão para mim prioridade! Honrado por representar os gaúchos. Neste período despeço-me do mandato registrando minha gratidão ao governador Eduardo Leite e ao deputado Danrlei de Deus pela oportunidade que tive!”, escreveu em uma rede social, ao anunciar a saída. 

De volta em casa, em conversa com o Jornal O Nacional, diz que o mandato de deputado federal ficou para trás, e já retomou a “vida normal em Passo Fundo”. Questionado sobre o futuro político e as próximas eleições, pondera que ainda é cedo para qualquer previsão. Veja na sequência outras considerações de Luciano Azevedo.

O Nacional - Neste período de mandato, conseguiu executar todos os projetos que planejou? Qual ação realizada destacaria?

Luciano Azevedo - Tive um período limitado e, durante esse tempo, procurei focar na representação regional e principalmente de Passo Fundo. Com esse objetivo conseguimos captar aproximadamente R$ 50 milhões em recursos federais para Passo Fundo e mais 86 municípios do Norte gaúcho. São recursos para hospitais, máquinas agrícolas, estradas, unidades de saúde, turismo, construção de trevos e infraestrutura. Grande parte desse valor já foi repassado às prefeituras e o restante será pago nos próximos meses. Mesmo fora do mandato, vamos seguir acompanhando.

ON - Dentre as matérias protocoladas, algum PL que gostaria de citar?

Luciano - Apresentei mais de uma dezena de propostas que agora seguem em tramitação na Câmara Federal. A maioria delas diz respeito à proteção à criança e ao adolescente. É um tema importante, ao qual me dediquei muito durante o mandato.

ON - Com esse período em Brasília, acumula experiências em diferentes esferas políticas. Da atuação legislativa no Congresso, numa análise pessoal, o que mais lhe chamou atenção se comparar à Assembleia e à câmara municipal?

Luciano - Na Câmara Federal tem muita força as bancadas temáticas. Eu integrei, por exemplo, a do Agronegócio e a da Segurança Pública. Esses grupos organizados acabam se mobilizando para aprovar ou barrar iniciativas, dependendo do caso, e influenciam decisivamente na formulação da legislação brasileira. Existem dezenas de outras, dos mais diversos setores e interesses. É algo que só se vê com essa força e com essa capacidade de organização no parlamento nacional.

ON - A partir de agora, foca em qual atividade?

Luciano - O mandato de deputado federal ficou para trás, como uma lembrança. Já voltei a minha vida normal em Passo Fundo. Trabalho, família, negócios. Uma vida comum na comunidade onde sempre morei.

ON - Pretende concorrer em 2026? Caso sim, a qual cargo?

Luciano - É cedo para qualquer previsão. Não pretendo tratar disso agora. Construímos ao longo dos anos um bom grupo de pessoas que ama Passo Fundo e que trabalha pela cidade. Toda decisão futura passa por uma discussão em grupo, quando chegar a hora.

ON - Há a possibilidade de trabalhar junto à gestão do prefeito Pedro Almeida?

Luciano - Torço e torcerei sempre pelo sucesso da administração, como passo-fundense. Sempre que chamado estou à disposição para colaborar. Isso não inclui a possibilidade de ocupar qualquer cargo ou função na prefeitura. Essa possibilidade não existe!

ON - Em sua visão, analisando o cenário político passo-fundense, quais circunstâncias dificultam a eleição de representantes locais a cargos estaduais e federais, apesar do grande número de eleitores na cidade? 

Luciano - É algo difícil de compreender. Talvez o mais razoável seja supor que isso ocorra pelo grande número de nomes locais disputando a cada eleição. Sem dúvida atrapalha! Outra explicação que eu encontro: muitas lideranças políticas locais apoiam candidatos de fora de Passo Fundo. Esses querem um “deputado para chamar de seu” e acabam prejudicando a cidade.

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