Seis dias de angústia para noviços haitianos

Dois, dos três haitianos internos do Convento São Boaventura, em Marau, ainda não conseguiram sequer uma notícia sobre os familiares que residiam na capital do Haiti, devastada por um terremoto na semana passada

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Bruno Todero/ON

 Os ensinamentos aprendidos durante os quase três anos em que estuda a ordem capuchinha, ligada à família franciscana, estão sendo decisivos para que Mario Noel, haitiano de Porto Príncipe, suporte a agonia que toma conta da sua rotina desde a terça-feira (12) da semana passada. Desde que o país de origem foi atingido pelo terremoto de sete graus de magnitude, Noel tenta, em vão, ouvir a voz de algum familiar dizendo que está tudo bem. Ele deixou na cidade a mãe, dois irmãos, duas irmãs, além de primos e tios. A última vez que falou com a mãe foi no Natal. "Estou na angustia por não saber o que aconteceu. Cada dia que passa fico mais preocupado. Quero saber notícias da minha família", falou ontem a reportagem de O Nacional.

Segundo Noel, todas as linhas telefônicas que tenta estão sem sinal, e apenas quem tem acesso a telefone ou internet via satélite está conseguindo enviar notícias ou manter contato com outros países. Quando perguntado se estaria disposto a viajar para a capital haitiana em busca dos familiares, o noviço demonstra a serenidade desenvolvida na escola franciscana. "Não adianta eu ir sem saber como e onde vou encontrá-los. Mas se eu souber que algo ruim aconteceu para minha família, vou para lá", informa Noel. Ele conta que os familiares, de classe média, residiam no bairro mais central da capital haitiana, onde mantinham um comércio. Noel não sabe se a área foi danificada ou não pelos tremores, mas confessa que a demora para conseguir um contato está o deixando cada dia mais preocupado.

 

Outras informações no Jornal O Nacional desta terça-feira

 

 

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