Bruno Todero/ON
Ainda faltam 51 dias para que os portões da maior feira de agronegócio do Estado, a Expodireto Cotrijal, sejam abertos para a 11ª edição, mas a preparação do parque de exposições, em Não-Me-Toque, já está em fase de conclusão, e a expectativa é das mais animadoras. A tarefa não é nada fácil, superar o público e o volume de negócios da edição 2009. Segundo a própria Cotrijal, mentora da feira, foram mais de 162 mil visitantes e um total de R$ 357 milhões em propostas encaminhadas e negócios fechados durante os cinco dias de evento. Dois fatores podem contribuir para que um novo recorde seja registrado, a crise global que está praticamente superada e a perspectiva de safra acima da média.
Os primeiros passos para a consolidação do sucesso da feira já foram dados. Ainda em 2009, todos os quase 350 espaços ofertados para expositores no parque haviam sido comercializados. Além disso, nos últimos meses, comitivas de representantes da Cotrijal estiveram em verdadeira peregrinação para acertar a vinda de autoridades e produtores de países como a Alemanha, Itália e até a China. O resultado é que mais de 35 países já confirmaram participação nas rodadas de negócios e painéis que acontecem paralelamente ao evento. E, para completar, o próprio parque da Expodireto está passando por melhorias, atendendo sugestões de visitantes e expositores, tudo para deixar a casa perfeita no dia 15 de março, data marcada para o início da festa do agronegócio.
Entrevista
O Nacional conversou com o gerente de cooperativismo da Cotrijal, Ênio Schroeder, que também é o responsável pela comissão de divulgação da Expodireto. Ele fala sobre os preparativos e expectativas para a 11ª edição da feira internacional do agronegócio. Acompanhe.
ON – O que o senhor espera para a edição 2010 da Expodireto, principalmente depois do afastamento da crise global?
ES – A expectativa é que esta edição vai ser ainda maior e melhor do que a de 2009, principalmente em volume de negócios. Até pelo fato de que a crise já está passando e por termos boas perspectivas de safra. Se tudo ocorrer bem e o tempo ajudar até março, como tem ajudado, o ano vai ser muito bom para a agricultura. Por isso estamos muito esperançosos em relação a feira. Até porque todos os espaços foram comercializados ainda em 2009 e estamos com mais de 35 países confirmados, tanto como expositores, visitantes ou mesmo palestrantes.
ON – Como o senhor vê o fato de o ano passado ter sido marcado pela crise na economia mundial e mesmo assim a 10ª Expodireto ter batido todos os recordes?
ES – Vejo que o nosso produtor está investindo bastante em tecnologia e, principalmente, está acreditando no negócio. Não dá para pensar em desanimar a cada crise que acontece. Temos que acreditar que toda crise é passageira. Ela aconteceu, mas o agricultor foi valente. Ele acreditou e fez os investimentos necessários e os resultados positivos estamos tendo agora.
ON - Quais as principais mudanças entre a 10ª e a 11ª edição da Expodireto?
ES - Estamos permanentemente em melhorias. Já melhoramos o acesso asfáltico na entrada do parque para facilitar a locomoção das pessoas. A cada feira que termina procuramos identificar as deficiências, ouvir sugestões dos expositores e dos visitantes para tentar corrigir e melhorar aquilo que foi apontado. Por isso já estamos melhorando a parte de infra-estrutura como um todo. A parte de alimentação, por exemplo, foi ampliada.
ON – E como vai estar o suporte logístico para a feira?
ES - Desde o primeiro ano a feira teve apoio dos municípios vizinhos, principalmente Passo Fundo e Carazinho. Essas cidades têm exercido papel fundamental para a Expodireto, principalmente quando falamos na hospedagem do nosso público que vem de fora. Hoje eu acredito que os hotéis de Passo Fundo já estejam com lotação praticamente esgotada para a semana da feira. Isso mostra a grandiosidade do evento e valoriza ainda mais o suporte que recebemos desses municípios. Até porque todos as cidades vizinhas se beneficiam da feira.
ON – O que o público que pretende visitar a 11ª Expodireto pode esperar?
ES – Em 2009 a feira teve o maior público e o maior volume de vendas. A cada ano a Expodireto está crescendo, já que se tornou uma referência quando se fala em agronegócio. É cada vez maior o fluxo de visitantes. São mais empresas querendo participar, com produtos cada vez melhores e mais avançados. Além disso, além de ser uma feira de maquinário e implementos agrícolas, é uma feira de tecnologia, então os expositores estão se preparando cada vez mais. Eles sabem que o público está mais exigente e quer novidades. Então as universidades, os órgãos de pesquisa, as empresas, enfim, todos os expositores se preparam mais e melhor para atender bem o pessoal.
Além disso, a feira vai ter eventos em paralelo, como o Fórum Nacional da Soja, o Fórum do Leite, da Suinocultura, do Milho. E a novidade é o 1º Seminário da Agroindústria. A ideia é impulsionar e desenvolver ainda mais essa atividade na região. A Expodireto é responsável direta pela instalação de várias pequenas indústrias familiares na região, e queremos ampliar isso.
Outro fator importante é que a feira se tornou um local de encontro de várias autoridades. A governadora deverá vir, assim como o ministro da agricultura e vários parlamentares, tanto federais quanto estaduais. Eles vão vir para ver a força da agricultura e do cooperativismo. Durante os cinco dias da feira, os olhos do agronegócio brasileiro se voltam para Não-Me-Toque.