Produção de mel é baixa na região

Pesquisa realizada pela Universidade de Passo Fundo revela o mapa da apicultura em 26 municípios da área de abrangência da instituição

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Redação ON

A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo realizou no primeiro semestre de 2007 um censo apícola reunido dados regionais dos anos de 2004, 2005 e 2006.  O coordenador do levantamento, professor Hélio Rocha, ressalta que, devido aos números, ainda é preciso difundir muito as técnicas de manejo junto aos apicultores. Ao todo, 233 produtores de mel de 26 municípios das regiões do Planalto Médio, Alto Uruguai, Nordeste e Serra responderam os questionários, sendo coletadas 150 amostras do produto. Da estimativa de 36 mil colméias, 7.971 foram cadastradas, ou seja, 22%. De acordo com Rocha, o censo apontou que a produção de mel está abaixo do potencial das regiões estudadas e não rende comercialmente como deveria. A produção anual ficou em 108 toneladas e a média do produto por colmeia dos apicultores entrevistados foi de 13,64 quilogramas por ano, bem diferente dos cerca dos 36 quilogramas colhidos na Argentina, por exemplo.

Diversos fatores podem explicar a baixa média anual nas regiões participantes. Entre eles está a pouca participação dos jovens e o baixo nível de capacitação dos apicultores. Para se ter uma ideia, 63,8% tem apenas o ensino fundamental. “A falta de capacitação faz a estagnação da apicultura como atividade econômica”, ressaltou Rocha. Em relação a comercialização, 56% afirmaram que vendem o produto somente em sua cidade e 70% responderam que a comercialização é realizada diretamente ao consumidor. Mesmo assim, 78% disseram que não inspecionam o produto, em função de que muitos apicultores ainda não dispõem dos serviços de inspeção em seus municípios. “Isso é um problema sério. É preciso pensar mais na qualidade do mel e não somente em manejo”, garantiu.

Sobre o manejo das colméias também foram detectados sérios problemas. Os principais são ocasionados pela não substituição da cera a da rainha nas colmeias. O censo apontou que 92% dos apicultores não trocam a rainha, provocando o comprometimento da produção. Constatou-se ainda que 6% dos entrevistados ainda utilizam caixas caboclas, ou seja, rudimentares. Apesar disso, o mel tem uma participação importante dentro da cadeia produtiva dos apicultores, sendo que 90% do que se produz é vendido, gerando uma receita de R$ 20 mil reais por ano, em média, para cada produtor.

Quem produz

Entre os outros dados apontados pelo censo, está que 63% dos produtores são de etnia italiana, 60% das famílias são compostas por três ou quatro pessoas, 66% dos entrevistados afirmaram não ter preferência por uma determinada espécie de abelha, 100% comercializam o mel líquido e 80% dos apicultores tem uma renda mensal de até R$ 2 mil reais, contanto com o mel e outras produções.

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