Apontada como uma das mais perigosas do Estado, a ERS-324, trecho entre Passo Fundo e Marau, já fez pelo menos seis mortos neste ano. No mesmo período de 2009, foram cinco vítimas. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, o número corresponde às mortes registradas nos locais dos acidentes. Nos dois períodos, o registro de casos aumenta para aproximadamente dez, se forem consideradas as mortes que ocorreram nos hospitais, cujas vítimas foram removidas por equipes de resgate, mas não resistiram aos ferimentos.
A rodovia com fama de estrada da morte foi construída em 1973 e é uma das mais antigas do Estado. É muito utilizada por transportadores de cargas e uma das principais vias de escoamento da safra da região Norte. Diariamente, mais de 6,5 mil veículos trafegam na ERS-324. Além de caminhões e ônibus, um elevado número de automóveis de passeio utiliza a estrada que, só no trecho entre Passo Fundo e Marau, tem mais de 30 curvas.
Os números da imprudência
De janeiro até agora, foram 65 acidentes com 37 feridos e 136 veículos envolvidos nas colisões. A polícia aplicou nesse período 1.513 autuações no trecho Passo Fundo-Marau. Dessas, mais da metade, 762 multas, foram por ultrapassagens em locais não permitidos, infração que é a principal causa de acidentes.
Major Jair Euclésio Ely, comandante do 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar de Passo Fundo, não tem dúvidas sobre a principal causa de acidentes, a imprudência. "Pelas multas é possível notar que muitos condutores descumprem as regras de trânsito", destacou.
Também foram aplicadas neste ano pelo menos 128 autuações por dirigir sem o cinto de segurança, 102 multas por veículos excesso de peso e 28 infrações para os motoristas que excederam a velocidade permitida da via. As paradas constantes que os motoristas são obrigados a fazer em razão das equipes de trabalho na rodovia, provocam congestionamentos de grandes proporções e também contribuíram para acidentes, principalmente de colisões com danos materiais.
A duplicação da rodovia
O contrato entre o Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) e a Magna Engenharia para a realização do projeto de duplicação da ERS-324 entre Passo Fundo e Marau e também o alargamento de pista entre os municípios de Marau e Casca, foi assinado há poucos dias.
Na rodovia já está sendo executada a restauração e a construção das novas pistas em pontos considerados críticos. Conforme informações do Daer, R$ 2 milhões devem ser investidos na obra que tem prazo de conclusão estimado em 12 meses. Quando o projeto técnico ficar pronto, vai ser aberta uma nova licitação para a escolha da empresa que vai ser responsável pela execução do trabalho de duplicação total das pistas.
Uma das reclamações dos motoristas é a falta de sinalização onde trabalham os operários. As obras ocorrem em trechos diferentes e em muitos pontos não existe o acostamento uma vez que está sendo realizado o alargamento da estrada e colocação de uma base feita com pedras. Além dos desníveis que surgiram na pista, existem falhas na sinalização seja na instalação das placas ou da própria pintura no asfalto que não aparece nos locais em que está sendo feito o recapeamento.
As últimas mortes no trecho
Abril foi um dos meses em que mais houve mortes na ERS-324. Na tarde de terça-feira (20), em uma ultrapassagem malsucedida, quatro pessoas ficaram feridas e duas morreram em uma colisão próximo à ponte do rio Marau, em que se envolveram cinco veículos, quatro caminhões e um Celta com placas de Veranópolis. Diego de Vasconcelos, 21 anos, não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local. Outra vítima, Aldoni João Anzolin, 43 anos, motorista de um caminhão-guincho com placas de Novo Hamburgo chegou com vida ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e também morreu.
Na noite de sábado (17), um Gol com placas de Marau e uma carreta Scânia, placas de Bento Gonçalves, colidiram. O caroneiro do Gol, Gilmar Antônio Bárbaro, 42 anos, preso às ferragens, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O motorista, irmão dele, Jurandir Bárbaro, 37 anos, teve ferimentos graves e foi encaminhado ao Hospital Cristo Redentor, mais tarde foi removido para Passo Fundo, onde morreu.
Na madrugada do dia 15, no Km 82, morreu Aurides Miguel Machado de Souza, de 43 anos. Após uma colisão, ele foi arremessado para o quintal de uma casa às margens da rodovia. Além dele, o caroneiro do Ômega com placas de Casca também foi projetado para cima do telhado da casa, devido à violência do impacto.
No mesmo dia, porém à tarde, Reinaldo Dalla Gasperina, 70 anos, morreu depois que bateu o Verona em um caminhão. Quatro pessoas, entre elas uma criança, ficaram feridas.
O médico passo-fundense Jaime Debastiani também perdeu a vida na rodovia. Ele se envolveu em um acidente na tarde do dia 7 de março, domingo, no Km 87 da ERS-324, quando bateram três veículos. Debastiani morreu no local da colisão.
ERS-324: uma estrada que continua matando
Rodovia da Morte: trânsito lento, grande número de usuários mais a falta de condições da pista e agora obras de construção das terceiras faixas resultam em uma série de acidentes fatais, conferindo à estrada uma identidade trágica. Pelo menos seis pessoas perderam a vida no local das colisões e outras quatro nos hospitais.
Eder Calegari/ON
Apontada como uma das mais perigosas do Estado, a ERS-324, trecho entre Passo Fundo e Marau, já fez pelo menos seis mortos neste ano. No mesmo período de 2009, foram cinco vítimas. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, o número corresponde às mortes registradas nos locais dos acidentes. Nos dois períodos, o registro de casos aumenta para aproximadamente dez, se forem consideradas as mortes que ocorreram nos hospitais, cujas vítimas foram removidas por equipes de resgate, mas não resistiram aos ferimentos.
A rodovia com fama de estrada da morte foi construída em 1973 e é uma das mais antigas do Estado. É muito utilizada por transportadores de cargas e uma das principais vias de escoamento da safra da região Norte. Diariamente, mais de 6,5 mil veículos trafegam na ERS-324. Além de caminhões e ônibus, um elevado número de automóveis de passeio utiliza a estrada que, só no trecho entre Passo Fundo e Marau, tem mais de 30 curvas.
Os números da imprudência
De janeiro até agora, foram 65 acidentes com 37 feridos e 136 veículos envolvidos nas colisões. A polícia aplicou nesse período 1.513 autuações no trecho Passo Fundo-Marau. Dessas, mais da metade, 762 multas, foram por ultrapassagens em locais não permitidos, infração que é a principal causa de acidentes.
Major Jair Euclésio Ely, comandante do 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar de Passo Fundo, não tem dúvidas sobre a principal causa de acidentes, a imprudência. "Pelas multas é possível notar que muitos condutores descumprem as regras de trânsito", destacou.
Também foram aplicadas neste ano pelo menos 128 autuações por dirigir sem o cinto de segurança, 102 multas por veículos excesso de peso e 28 infrações para os motoristas que excederam a velocidade permitida da via. As paradas constantes que os motoristas são obrigados a fazer em razão das equipes de trabalho na rodovia, provocam congestionamentos de grandes proporções e também contribuíram para acidentes, principalmente de colisões com danos materiais.
A duplicação da rodovia
O contrato entre o Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) e a Magna Engenharia para a realização do projeto de duplicação da ERS-324 entre Passo Fundo e Marau e também o alargamento de pista entre os municípios de Marau e Casca, foi assinado há poucos dias.
Na rodovia já está sendo executada a restauração e a construção das novas pistas em pontos considerados críticos. Conforme informações do Daer, R$ 2 milhões devem ser investidos na obra que tem prazo de conclusão estimado em 12 meses. Quando o projeto técnico ficar pronto, vai ser aberta uma nova licitação para a escolha da empresa que vai ser responsável pela execução do trabalho de duplicação total das pistas.
Uma das reclamações dos motoristas é a falta de sinalização onde trabalham os operários. As obras ocorrem em trechos diferentes e em muitos pontos não existe o acostamento uma vez que está sendo realizado o alargamento da estrada e colocação de uma base feita com pedras. Além dos desníveis que surgiram na pista, existem falhas na sinalização seja na instalação das placas ou da própria pintura no asfalto que não aparece nos locais em que está sendo feito o recapeamento.
As últimas mortes no trecho
Abril foi um dos meses em que mais houve mortes na ERS-324. Na tarde de terça-feira (20), em uma ultrapassagem malsucedida, quatro pessoas ficaram feridas e duas morreram em uma colisão próximo à ponte do rio Marau, em que se envolveram cinco veículos, quatro caminhões e um Celta com placas de Veranópolis. Diego de Vasconcelos, 21 anos, não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local. Outra vítima, Aldoni João Anzolin, 43 anos, motorista de um caminhão-guincho com placas de Novo Hamburgo chegou com vida ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e também morreu.
Na noite de sábado (17), um Gol com placas de Marau e uma carreta Scânia, placas de Bento Gonçalves, colidiram. O caroneiro do Gol, Gilmar Antônio Bárbaro, 42 anos, preso às ferragens, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O motorista, irmão dele, Jurandir Bárbaro, 37 anos, teve ferimentos graves e foi encaminhado ao Hospital Cristo Redentor, mais tarde foi removido para Passo Fundo, onde morreu.
Na madrugada do dia 15, no Km 82, morreu Aurides Miguel Machado de Souza, de 43 anos. Após uma colisão, ele foi arremessado para o quintal de uma casa às margens da rodovia. Além dele, o caroneiro do Ômega com placas de Casca também foi projetado para cima do telhado da casa, devido à violência do impacto.
No mesmo dia, porém à tarde, Reinaldo Dalla Gasperina, 70 anos, morreu depois que bateu o Verona em um caminhão. Quatro pessoas, entre elas uma criança, ficaram feridas.
O médico passo-fundense Jaime Debastiani também perdeu a vida na rodovia. Ele se envolveu em um acidente na tarde do dia 7 de março, domingo, no Km 87 da ERS-324, quando bateram três veículos. Debastiani morreu no local da colisão.