Acadêmicos do curso de Biologia da Universidade de Passo Fundo, junto aos professores/pesquisadores Noeli Zanella, Carla Tedesco e João Grando participaram de uma reunião com docentes e a direção do Campus Sertão na semana passada. O grupo da UPF apresentou o trabalho que desenvolve no Parque Municipal de Sertão, área de preservação que fica próxima ao Campus, e propôs uma parceria para a conservação e valorização do local. Mais conhecida como "Reserva do Incra", a área recebeu a denominação de Parque Municipal de Sertão através da Lei Municipal 1.733/06, em julho de 2006. O Parque está cadastrado no Sítio Estadual de Conservação e divide-se em dois fragmentos, um de 513 hectares e outro de 70 hectares.
A intenção dos docentes da UPF é envolver o Campus no trabalho de pesquisa e extensão realizado pela Universidade. A proposta elaborada inclui a implantação de uma trilha ecológica para valorização do Parque dentro de uma perspectiva da educação ambiental. Conforme a professora Carla Tedesco, a ideia é integrar a comunidade no desenvolvimento de uma cadeia produtiva alternativa, que agregue valor à atividade dos produtores rurais que vivem no entorno da área.
Os pesquisadores da UPF já realizam pesquisas com as diferentes espécies de insetos, répteis e mamíferos existentes no parque. De acordo com Noeli Zanella, armadilhas foram instaladas em diferentes pontos da mata e diversas espécies foram capturadas. "Identificamos muitas espécies que, no Brasil, só tiveram registro no Parque em Sertão", comentou Noeli. A biodiversidade encontrada no Parque é muito rica segundo as professoras/pesquisadoras. Os resultados da pesquisa estão sendo reveladores, tanto que serão feitas sugestões para inclusão de novas espécies na lista das ameaçada de extinção, elaborada pelo IBAMA e nos próprios catálogos de espécies encontradas no país.
O professor João Grando enfatizou que as questões ambientais só sensibilizam quando são repercutidas nacionalmente. "Ficamos impressionados com notícias sobre a recuperação de nascentes ou de áreas de preservação no Pantanal e na Amazônia, mas nos esquecemos que podemos fazer o mesmo onde a gente vive. Precisamos pensar mais no local", salientou. Para conquistar recursos e desenvolver estratégias no local, os professores da UPF lembraram que é necessária a elaboração de um Plano de Manejo, que consiste num levantamento da situação do Parque. Contudo, mesmo sem ter o Plano, os docentes da UPF acreditam ser possível desenvolver ações de conservação e valorização do Parque em parceria com o IFRS - Campus Sertão, principalmente pela localização próxima à área.
A diretora Viviane Silva Ramos garantiu que o Campus será parceiro no projeto. "Temos muito interesse em nos engajarmos na valorização e conservação do Parque, auxiliando no que for possível", assegurou. Outras propostas serão elaboradas pelos docentes do Campus e apresentadas à equipe da UPF que trabalha no projeto. Uma visita conjunta de docentes das duas instituições de ensino ao Parque também será programada.