Pesquisa avalia presença do metanol em cachaças

Amostras foram coletadas em estabelecimentos comerciais do município e também da região

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A acadêmica Caroline Mognon, na disciplina “Pesquisa em Química” do curso de Química, do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (ICEG) da Universidade de Passo Fundo (UPF), orientada pela professora Maria Tereza Friedrich, em conjunto com a colaboradora, também acadêmica de Química, Carine Dall’Agnol, está realizando um estudo para avaliar a presença do contaminante metanol em cachaças comercializadas em Marau e região.

Com este estudo, as acadêmicas pretendem, além de avaliar as cachaças comercializadas em relação à presença de metanol, verificar se as amostras se encontram dentro dos limites permitidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e se não representam prejuízos à saúde dos consumidores.

A metodologia analítica é baseada na recomendação do MAPA para a determinação de metanol em cachaças. De acordo com os estudos prévios, foi comprovado que o metanol é um álcool particularmente indesejável na cachaça, porém é um constituinte
naturalmente presente em bebidas alcoólicas fermentadas, originado da degradação da
pectina, que é um polissacarídeo presente na cana-de-açúcar, em quantidades inferiores
aos demais componentes.

Segundo os dados da pesquisa, na cachaça, o metanol é formado principalmente quando não se tem o cuidado de separar os fragmentos da cana-de-açúcar, que se originam no momento da moagem ou passagem pela prensa. “Estes fragmentos, também conhecidos como bagacilhos, são ricos em substâncias pécticas que, por sua vez possuem unidades metoxilas (-O-CH3), as quais, quando liberadas pelas enzimas das leveduras fermentativas, dão origem ao metanol. O metanol no organismo é oxidado a ácido fórmico e posteriormente a CO2, provocando uma acidose grave (diminuição do pH sanguíneo), afetando o sistema respiratório, podendo levar ao coma e até mesmo à morte”, explica a acadêmica. De acordo com ela, o metanol é um tóxico letal, que pode ser confundido com o etanol por ser transparente e ter cheiro parecido.

A pesquisa prévia da estudante também aponta que as intoxicações são quase sempre por ingestão e os casos mais graves são os da contaminação criminosa de bebidas alcoólicas. As pesquisadoras também afirmam que o metanol é utilizado como diluente químico. “Por ser barato e como não gera os impostos que incidem sobre as bebidas alcoólicas, ele tem sido usado criminosamente para substituir o etanol na adição de álcool em bebidas fabricadas clandestinamente. Surgem assim casos de intoxicações com alta mortalidade em populações”, relatam. A pesquisa e análise são realizadas no Laboratório de Cromato

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