O Campus Sertão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) firmou uma parceria internacional com a Universidade de Purdue, do oeste de Lafayete, nos EUA, para o desenvolvimento de uma pesquisa que pode revolucionar o método de plantio utilizado no Brasil. O setor de mecanização do Campus buscou a parceria do USDA-ARS National Soil Erosion Research Laboratory, para construir uma nova adaptação do manejo de plantio direto brasileiro, com o intuito de reduzir problemas surgidos em relação à compactação do solo.
Esta parceria, além da geração de informação técnica e tecnológica na área, fortalecerá o contato para futuros projetos de pesquisa bem como a execução de programas de pós-doutoramento por professores da instituição. A parceria contará, também, com o apoio da Embrapa Trigo e do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria, onde será realizada parte da pesquisa proposta pelo professor doutor do Campus Sertão do IFRS, David Peres da Rosa, e o doutor Darrell Loyid Norton, da Purdue University.
De acordo com David, a compactação do solo se tornou um problema crescente na agricultura brasileira em função do uso intensivo dos solos agricultáveis. "Esses problemas vêm sendo potencializados por três fatores principais: o não revolvimento do solo, restrito à linha de adubação na semeadura (em torno de 0,13 m); teor de água inadequado quando na implantação e colheita das culturas e utilização inadequada da pressão de insuflagem dos pneus agrícolas", explica David.
Segundo ele, a proposta de modificação do sistema do plantio direto vem sendo empregada há mais de cinco anos no EUA e está vulgarmente chamada pelos agricultores e fabricantes de máquinas como "plantio direto modificado ou Nu-till", diferente do plantio direto (No-till), e vem demonstrando bons resultados. "Esta nova adaptação é realizada através da instalação de alguns mecanismos na semeadora que ao se deslocar sobre o solo, promovem uma mobilização superficial numa faixa ao redor da linha de plantio, deixando ainda a superfície do solo coberta, idealizado pelo sistema de manejo. Esta região onde trabalham os mecanismos sofre uma mobilização que é responsável pelas alterações físicas, químicas e biológicas benéficas ao solo", cita. Com a pesquisa, que será realizada pelo setor de mecanização, se busca verificar a viabilidade desse tipo de adaptação para as condições da região.
Os mecanismos já estão no Campus e serão instalados na semeadora agrícola ainda este ano, envolvendo a participação de estudantes do curso de Engenharia Agronômica na execução do projeto.