Professor e agricultor no município de Ibiaçá, Tadeu Fiabane, desenvolve uma atividade inusitada. Há mais de 10 anos ele anota diariamente as condições do clima. Tudo teve início em um curso no qual os professores sugeriram aos participantes desenvolver algum tipo de atividade para estimular a memória. O professor então optou por observar o comportamento do tempo.
Fiabane anota todos os dias se o tempo está nublado, chuvoso, ensolarado e o volume de precipitação. Conforme a pesquisa, o tempo não apresenta grandes alterações no seu comportamento, pois os dias de sol anual divergem muito pouco e o número de precipitações é homogêneo. "Dias nublados têm muita coincidência, mas o que diverge com maior frequência é o volume pluviométrico nas precipitações e outra diferença acentuada está nos meses que ocorrem volumes intensos ou escassos de chuvas", destaca.
Durante a observação, Fiabane constatou que o período de maior escassez ocorre sempre nos meses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março. Poucas vezes o volume foi acima da média anual e isso comprometeu a atividade agrícola, principalmente as culturas de verão. "A regularidade das chuvas é um fator muito importante não só para o meio rural mas também para o setor urbano. Quando ocorre problema na agricultura, atinge diversos setores da economia", comenta.
Ainda hoje, o professor anota todas as condições do tempo na sua propriedade, em Santa Bárbara, Ibiaçá, no Rio Grande do Sul. A observação teve início em 1998 e rendeu um trabalho de pós-graduação em 2007 com o título: A importância da regularidade da chuva na agricultura, apresentado ao Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai.
