Redação/ON
Às 21 horas de segunda-feira deu entrada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) Pediátrico do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) um menino de quatro anos, encaminhado pelo Hospital São Sebastião (HSS) de Espumoso. Segundo informações do HSS, o menino é morador da Linha Mendes, que fica na comunidade de Campo Comprido, interior de Espumoso, distante 50 quilômetros da cidade.
Atacado por um porco fêmea, ele teve ferimentos no rosto, tórax e membros inferiores, além de apresentar diversos hematomas pelo corpo. Ao chegar ao HSS, por volta das 19h10, o menino recebeu os primeiros atendimentos, mas como estava perdendo muito sangue, foi imediatamente encaminhado ao HSVP, onde deu entrada e foi encaminhado ao CTI Pediátrico.
De acordo com informações repassadas pela Rádio Planetário de Espumoso, que entrou em contato com outros moradores da comunidade de Campo Comprido, o animal pertencia à família e havia dado cria no dia anterior (domingo, 9). A possível hipótese é que o menino tenha se aproximado da porca e pegado um de seus filhotes, ao que ela reagiu com o ataque.
Conforme o HSS, o menino foi socorrido pela mãe e levado pelos pais até o atendimento hospitalar. O estado ainda é grave, pois pela perda de sangue, de acordo com o HSS, é preciso ainda mais cautela nos procedimentos médicos. Segundo os dados do hospital de Espumoso, o menino apresentada ferimento da boca, possivelmente com fratura da mandíbula, além de várias lesões especialmente nos membros superiores e no lado esquerdo do tórax, apresentando importante perda sanguínea. A gravidade dos ferimentos requer a permanência dele no CTI Pediátrico.
Comportamento do animal
A situação inusitada do ataque do animal, que comumente convive com seres humanos, fez com que a redação de O Nacional procurasse saber quais as circunstâncias que levaram a porca a atacar o menino. De acordo com o professor Elci Dickel, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, não é comum que este tipo de animal ataque pessoas. “Normalmente os suínos não têm o hábito de atacar os humanos, mas em condições especiais, como foi o caso da porca. Quando ela está amamentando os leitões, eventualmente ela se sente incomodada e pode agredir a pessoa que está mexendo com os seus filhotes. É um instinto maternal de proteção da sua ninhada”, explica o professor. Entretanto, Dickel esclarece que os suínos não transmitem doenças por mordidas. “Diferente, por exemplo, dos cães não vacinados, os suínos não transmitem doenças por mordidas. Então, os cuidados deverão ser em torno da extensão do traumatismo causado pela mordedura”, completa.